Plenário

Câmara de Porto Alegre destaca centenário de Xico Stockinger

Homenagem, realizada na sessão ordinária desta quinta-feira, contou com a presença de Jussara, filha do escultor

  • Período de Comunicações Temático sobre os 100 anos de Xico Stockinger. Na foto, biógrafo de Xico Stockinger, José Francisco Alves
    José Alves (ao microfone), vereador Adeli Sell e Jussara Stockinger, na sessão desta quinta-feira (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Período de Comunicações Temático sobre os 100 anos de Xico Stockinger. Na foto, vereadora Lourdes Sprenger
    Vereadora Lourdes Sprenger (MDB), na tribuna, destacou importância de guardar a memória cultural (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

O centenário de nascimento do artista plástico Xico Stockinger foi destacado na tarde desta quinta-feira (12/9) durante o período de Comunicações Temáticas, na sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre. A homenagem, proposta pela vereadora Lourdes Sprenger (MDB), contou com a presença de Jussara Stockinger, filha de Xico, e de José Francisco Alves, biógrafo do escultor e que proferiu breve relato sobre a vida e a presença do artista no cenário internacional das artes. Os trabalhos foram presididos pelo vereador Adeli Sell (PT).

História 

Austríaco de nascimento e gaúcho e porto-alegrense por escolha, Stockinger nasceu em 7 de agosto de 2019. A partir de novembro de 1954, após morar em São Paulo e Rio de Janeiro, veio para Porto Alegre, onde se revelou como um dos principais escultores do país no século passado. A transferência de Stockinger para a capital gaúcha, como explicou José Alves, se deu por convite feito por Victorio Gheno. Na cidade, antes de se estabelecer como escultor, e ainda vivendo como chargista, Xico começou a trabalhar no jornal A Hora, onde conheceu Josué Guimarães.

Juntos, Guimarães e Stockinger idealizaram o Salão de Artes da Câmara Municipal, evento que continua a ser realizado no Legislativo da capital a cada dois anos. Na oportunidade, Guimarães era vereador, como lembrou José Alves. A partir de 1961, quando passou a trabalhar na Empresa Caldas Junior, sempre como chargista, Xico pode então dedicar um maior tempo à escultura. No mesmo ano ele criou e foi o primeiro diretor do Atelier Livre de Porto Alegre, órgão que, desde 2012, por votação na Câmara Municipal, leva o seu nome.

Em 1964, como escultor, Xico Stockinger criou a série denominada Guerreiros. “A carreira foi fantástica, sendo reconhecido no Rio de Janeiro em São Paulo”, salientou José Alves, na exposição feita ao plenário. A partir de 1972, o artista passou a viver somente de seus trabalhos em escultura. “Tem uma obra plástica variada, vários temas e técnicas”, disse ainda o biógrafo. “Mas nunca abandonou o trabalho social, destacado em Os Gabirus”, completou Alves.

Morto em abril de 2009, desde 2017, por Lei Estadual, o Dia do Escultor Gaúcho é celebrado na data de nascimento de Stockinger, salientou ainda Alves. O orador também apresentou ao plenário várias fotos de obras de Xico instaladas em áreas públicas, praças e parques de diversas cidades, entre as quais Quito, no Equador; na Praça da Sé, em São Paulo; no Parque da Catacumba, no Rio de Janeiro; em Rio Grande, Bento Gonçalves e na Capital, entre outras. “Stockinger é cidadão do mundo e escolheu Porto Alegre, e tão bem representou nossa arte e nossa gente”, concluiu José Alves em sua manifestação. 

Reconhecimento

A vereadora Lourdes Sprenger (MDB), proponente da homenagem, lembrou Xico Stockinger como um grande escultor. “Sua obra deve ser preservada e cultuada pela importância, pois atravessa gerações”, disse ela ao ressaltar que a homenagem, além de ser um reconhecimento ao artista, também se configurava num alerta para que os porto-alegrenses cuidem da memória de seus artistas. “Para que no futuro saibamos valorizar e cuidar do nosso patrimônio cultural, histórico e arquitetônico”, enfatizou Lourdes.

A vereadora lamentou as pichações e depredações que sofrem os monumentos e prédios históricos na cidade. “Falta conscientização e espírito de preservação. Uma lástima”.

Texto

Regina Andrade (reg. prof. 8.423)
Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)