Plenário

Câmara destaca Dia do Idoso no período de Comunicações

  • Período de Comunicações em homenagem ao Dia do Idoso.
    Legislativo lembrou hoje a passagem do Dia do Idoso, comemorado em 1º de outubro (Foto: Giulia Secco/CMPA)
  • Período de Comunicações em homenagem ao Dia do Idoso.
    Em 2060, número de idosos no Brasil chegará a 58 milhões, segundo o IBGE (Foto: Giulia Secco/CMPA)

Durante o período de Comunicações da sessão ordinária desta quinta-feira (04/10), vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre expuseram ações referentes a políticas públicas para idosos. O vereador proponente da homenagem e do Projeto de Lei que institui a Política Municipal do Idoso, na capital, Alvoni Medina (PRB), abriu a sessão. Também esteve presente a representante do Conselho Municipal do Idoso (COMUI), Leci Soares Matos. 

Alvoni Medina destacou a passagem do Dia do Idoso, como proponente da homenagem organizada pela Câmara Municipal de Porto Alegre, nesta quinta-feira. Ele afirmou que em 2060 o país atingirá 228 milhões de habitantes, sendo esses, 58 milhões com 65 anos ou mais, o equivalente a um quarto da totalidade populacional. O aumento da idade média, prosseguiu Medina, ocorre por conta da queda da taxa da natalidade e com o avanço da medicina e das políticas que permitem o crescimento da expectativa de vida. 

Com efeito, o vereador insistitu para a necessidade de promover o respeito aos direitos dos idosos, o que define como proteção integral. “A partir do Estatuto do Idoso, diferentes tipos de exploração - financeiras, agressões e outras formas de maus-tratos - foram tipificadas com o crime”, ressaltou o vereador do PRB.

A representante do COMUI lembrou os direitos da pessoa idosa. “Devemos fazer valer os direitos dessa população. Queremos a participação na cultura, a prática de esportes, programas de assistência e mais serviços na área da saúde, principalmente para as pessoas vulneráveis”, constatou. Leci fez distinção entre pessoas com maior e menor poder econômico. “Quem tem condições e poder aquisitivo, faz por si. Mas idosos das camadas não privilegiadas sofrem abusos como, por exemplo, empréstimo consignado retirado por familiares. Muitas vezes eles nem sabem que estão devendo”, constatou.  

Leci também registou o descaso da prefeitura. “Queremos que o prefeito dessa cidade revogue, imediatamente, a decisão que retirou profissionais das atividades que exerciam”, solicitou. “Pessoas idosas têm que ter cultura, entretenimento, dignidade e vida. Vamos fazer o preventivo dessa forma, porque isso vai evitar gastos enormes com os idosos em clínicas”, sublinhou a representante. 

Vereadores

Reginaldo Pujol (DEM) disse que não sabe se é um homenageado ou quem homenageia, aludindo os seus 79 anos completados nesta semana. Vereador eleito pela primeira vez em 1972, ele lembrou que havia apenas um vereador com mais de 70 anos e um número inexpressivo de sexagenários quando chegou à Casa. “Não sou mais o menino atrevido de 33 anos. Houve uma mudança substancial na longevidade do país”, emendou ele.

Sofia Cavedon (PT) advertiu para a necessidade de manter as políticas públicas em favor da população mais velha, como os programas de prática de lazer e o meio passe nos ônibus. Ela lamentou que muitos idosos vivam isolados e na solidão por conta da rotina acelerada dos familiares, em fase adulta, com quem convivem.

Aldacir Oliboni (PT) chamou atenção para a data de hoje como passagem também do dia dos agentes de saúde. De acordo com o vereador, são esses profissionais que atendem os idosos, que de maneira geral necessitam de cuidados com a pressão arterial e outras doenças da idade, como o diabetes. O vereador assinalou ainda que a população brasileira já conta com 13% de idosos entre a totalidade de seus cidadãos.

Tarciso Flecha Negra (PSD) questionou o “achismo” de que as pessoas pensam ser suficiente “só a saúde ou só a passagem gratuita”. “Quando parei de jogar futebol, o médico disse: agora você vai ter que andar. Agora é que a máquina não pode parar”, confessou. “Se mover é o que nos dá condições de irmos pouco na farmácia”, disse. O vereador sugeriu não esperarmos pelo governo, porque “cada um tem que fazer a sua parte, principalmente nós que já temos a idade elevada”, considerou. “Vamos caminhar, bater papo na rua, andar pelo Centro, pelo Mercado Público, bater bola”, falou. “Porque é isso que vai nos dar saúde e bem-estar”, finalizou Flecha Negra. (BSM)

José Freitas (PRB) parabenizou o vereador Alvoni Medina (PRB) pela iniciativa e a distribuição da Cartilha do Idoso. “Infelizmente não podemos dizer o mesmo do atual governo”, criticou. “Temos um projeto que propõe 1% das vagas de estágio, de nível superior, na administração pública, para pessoas com mais de 60 anos”, contou. “Já é de minha autoria a lei vigente que prevê lugares reservados para idosos em praças de alimentação. A única que se adequou foi a praça de alimentação do Shopping Iguatemi”, contou Freitas. De acordo com o vereador, “o IBGE fez o levantamento de que daqui a 20 anos teremos mais idosos que crianças”. O vereador também reclamou da Prefeitura por retirar profissionais de Educação Física dos locais onde são desenvolvidos projetos esportivos.  “Muitas pessoas deixarão de ser atendidas. No Ginásio Tesourinha, já ocorreu o cancelamento de atividades”, informou. (BSM)

Cassiá Carpes (PP) parabenizou a representante do COMUI e abordou alguns pontos importantes para os idosos. “O poder público deve dar toda a estrutura para cuidar deles. É uma população vasta, consumidora, gosta do lazer, gosta de passear. E o Poder Executivo tem que praticar as leis”, disse. O vereador também questionou a presença da família. “Às vezes o problema do idoso começa na família. Na família ele é maltratado, tem o problema do crédito consignado, a família se aproveita”, relatou. “O Brasil é muito heterogêneo. Uma pessoa com 60 anos, no nordeste, às vezes está morrendo. Aqui no RS tem muita gente com 70 anos que está bem. Mas não podemos tratar questões desiguais de forma igual. Por isso existe reconhecimento e políticas públicas para idosos”, constatou. (BSM)

Texto: Fernando Cibelli de Castro (reg. Prof. 6881)
          Bruna Schlisting Machado (estagiária de jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)