Cultura

Câmara investirá R$ 580 mil na reforma do Teatro Glênio Peres

Anúncio foi feito nesta sexta-feira (6/9) pela presidente da Casa, vereadora Mônica Leal (PP)

Projeto de Reforma do Teatro Glenio Peres.Apresentação do Engenheiro Rogerio Bau.
Engenheiro (d) explicou como será a reforma no espaço cultural da Casa (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Para marcar a data em que a Câmara Municipal de Porto Alegre completa 246 anos de existência, a presidente da Casa, vereadora Mônica Leal (PP), promoveu, nesta sexta-feira (6/9) pela manhã, uma cerimônia pública de lançamento das obras de reforma do Teatro Glênio Peres. Durante o ato, realizado no Salão Nobre Dilamar Machado, Mônica Leal anunciou que a Câmara destinará R$ 580 mil do seu orçamento para a reforma do Teatro. A cerimônia contou com a presença de representantes da classe artística, técnicos, integrantes da comissão organizadora da Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Gênio Peres e servidores da Câmara.

Mônica Leal ressaltou que a sua gestão tem procurado priorizar recursos para a melhoria da infraestrutura e qualificação dos setores da Casa, especialmente os espaços culturais. A presidente disse fazer questão de ouvir a classe artística durante o processo de reforma do Teatro Glênio Peres para que também as questões técnicas que envolvam a obra sejam atendidas. "Os recursos a serem aplicados pertencem ao orçamento do Legislativo. É o momento da Câmara investir mais na parte estrutural da Casa, e o Teatro Glênio Peres é um espaço cultural privilegiado da cidade."

Ao apresentar a proposta de reforma do Glênio Peres, o engenheiro Rogério Baú explicou que a demanda foi priorizada pela presidente da Câmara. Ele ainda destacou ser fundamental que a classe cultural seja ouvida para garantir o êxito na execução do projeto. "A obra civil é objetiva, mas, em se tratando de teatro, há questões muito específicas que precisam ser observadas, tais como a acústica e a iluminação."

Baú estima que a licitação do projeto da reforma seja concluída até o final de dezembro deste ano, mas ressaltou que a fase de planejamento é importante para que a execução seja realizada em obediência às normas técnicas exigíveis para espetáculos teatrais, bem como atenda questões de acessibilidade e de situações de emergência. "Queremos tornar o Teatro Glênio Peres mais moderno. Com a defasagem tecnológica e de desempenho do nosso equipamento cultural, urge definir ações de melhoramento dos principais quesitos funcionais do teatro relativos à operacionalização de espetáculos, tais como sonorização, iluminação, acústica, infraestrutura cênica e conforto dos espectadores."

Já o diretor-geral da Casa, Sílvio Zago, destacou que a reforma constitui uma importante medida da Câmara no sentido de promover uma aproximação entre o Legislativo e os cidadãos por meio de ações culturais.

Projeto de reforma

Com área total de 220 metros quadrados, o Teatro Glênio Peres tem, atualmente, 76 cadeiras fixas, com capacidade de acomodação máxima de 90 pessoas, se colocadas cadeiras extras. O projeto prevê que recursos de R$ 580 mil, reservados no orçamento da Câmara, sejam investidos nas seguintes melhorias: requalificação da infraestrutura do palco cênico (palco, coxia, camarins, estar, depósitos); sistema de sonorização; sistema de iluminação; adequação às exigências de segurança e emergência; adequação às normas de acessibilidade; adequação das poltronas às exigências relativas a pessoas com mobilidade reduzida e a pessoas obesas; e substituição dos revestimentos das paredes e do piso (tratamento acústico).

Com prazo de implantação da reforma estimado para ocorrer até o final de dezembro deste ano, a conclusão das obras está projetada para acontecer até o final do segundo semestre de 2020. As etapas da execução da reforma incluem programa de necessidades, projeto básico, projeto executivo e execução. Todas estas etapas, segundo o engenheiro Rogério Baú, devem ter a participação da comunidade teatral, a fim de que seja montado um "programa de necessidades", a ser definido na fase inicial do projeto e que servirá de base para o desenvolvimento e a determinação de suas especificações.

Teatro Glênio Peres

O Teatro Glênio Peres foi criado pela Resolução 1332, de 19 de dezembro de 1996. Um dos motivos de sua criação foi o surgimento do Mercosul, que levou a necessidade da criação de novos espaços culturais na cidade. A iniciativa tinha como objetivo a “consequente necessidade de promover a integração deste Legislativo com a sociedade”.

O projeto transformou o antigo Salão Glênio Peres, então Salão Nobre da Câmara Municipal - criado pela Resolução 1077/90 e utilizado para as reuniões da Mesa Diretora e Lideranças -, em espaço cultural nobre do Legislativo, passando a ser denominado Sala de Espetáculos Glênio Peres.

Desde sua criação, o espaço sofreu adaptações em sua estrutura para atender a função cultural. Os problemas apontados para transformação do espaço em teatro foram solucionados ao longo do tempo. Em 1993, a Direção Geral da Câmara determinou a aquisição de cadeiras e, no ano seguinte, a sonorização do espaço. Em 2001, a Mesa Diretora alterou a denominação do espaço, que passou a se chamar Teatro Glênio Peres.

Nesse período, a Câmara Municipal efetuou adaptações do espaço para realizar a atividade teatral, mas havia um sério obstáculo a ser vencido, a instalação de iluminação cênica. Foi elaborado, então, um projeto de iluminação cênica para o Auditório Glênio Peres e, em 2004, ao final do processo de licitação, foram instalados os equipamentos.

Entre 2002 e 2017, o espaço adquiriu identidade própria e foi intensamente usado por vereadores e comunidade cultural, tendo havido cerca de mil cedências para uso neste período. Nestes 15 anos, também houve evolução da tecnologia de iluminação, e os equipamentos instalados sofreram processo de depreciação.

Em 2013, a Mesa Diretora da Câmara instituiu a Mostra de Artes Cênicas e Música do Teatro Glênio Peres, profissionalizando o uso do espaço. A partir de 2014, com a primeira edição da Mostra, o Teatro passou a contar com programação anual de shows de música, teatro, dança e circo, o que gerou novas exigências de iluminação e sonorização. Com projetos elaborados e sofisticados, a programação qualificou o teatro, mas passou a enfrentar o problema da obsolescência dos recursos técnicos, principalmente iluminação e sonorização, o que gerou a necessidade da atual administração da Câmara debater e elaborar um projeto de nova reforma para o Teatro Glênio Peres.

Texto

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)