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Cedecondh questionará Fasc sobre irregularidades apontadas pelo CMAS

  • Reunião sobre parecirização com dispensa de chamamento na Fasc.
    Comissão fará documento conjunto com o Conselho de Assistência Social (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Reunião sobre parecirização com dispensa de chamamento na Fasc. Na foto, Maria de Fátima Cardoso, presidente do CMAS (Conselho Municipal de Asistência Social)
    Maria de Fátima do Rosário disse que situação dos Centros de Referência é precária (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

A Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos da Câmara Municipal de Porto Alegre, por solicitação do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), irá pedir explicações à direção da Fundação de Assistência Social e de Cidadania (Fasc) sobre o descumprimento da Lei Complementar 352, que dá ao CMAS poderes deliberativos sobre a utilização dos recursos para o setor. Conforme a presidente do órgão, Maria de Fátima Cardoso do Rosário, isso não acontece desde o início do ano e prejudica a prestação dos serviços à comunidade.

De acordo com Rosário, é precária a situação dos Centros de Referências em Assistência social (Cras) e do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Cres). “Com o encerramento do convênio para o fornecimento de mão de obra que havia com a Sociedade Meridional de Educação (Some), pelo que reza a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), deveria ocorrer o chamamento de concursados, o que já estava acertado com o governo anterior e o Ministério Público (MP)”, disse.

Entretanto, informa a presidente do CMAS, o gestor (Fasc), sem qualquer comunicação ao conselho, lançou edital de não chamamento para o estabelecimento de uma parceria com outra entidade, sem qualquer discussão, fato que, na sua opinião, se configura numa ilegalidade. Ela ainda destacou que esse fato gerou, a partir da publicação do edital no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), um processo de impugnação do edital, por solicitação do CMAS, com acolhimento do MP, mas, mesmo assim, o Executivo manteve o processo e a assinatura da parceria com a nova entidade.

Entre os pontos de conflito entre o CMAS e a Fasc está, também, o pagamento de um valor a título de taxa de administração para a entidade que fará a contratação de pessoal, “em número reduzido ao que existia anteriormente”, também considerado irregular pelos conselheiros. Rosário informou ainda que, desde o início do ano, existem R$ 16 milhões de recursos do Fundo Nacional de Assistência Social no caixa da prefeitura, “que até o mês de julho não haviam sido utilizados”.

Para ela, o ponto crucial, que motiva o pedido de intervenção do Legislativo para a solução do impasse, é a falta de respeito ao CMAS, a recusa ao diálogo e ao reconhecimento das prerrogativas legais que tem diante da gestão plena da Assistência Social. Irregularidades em outro edital, anterior ao que regula a contratação de profissionais para atuarem nos Cres e Creas, referente à manutenção de abrigos em Porto Alegre, igualmente foram tratados no encontro.

Conforme o presidente da Cedecondh, vereador Cassiá Carpes (PP), os conselheiros irão objetivar, em conjunto com a equipe da comissão, um documento com os principais pontos a serem questionados ao presidente da Fasc. Após o envio formal, será feito o contato com o gestor a fim de encaminhar que o processo de retorno das respostas seja o mais ágil possível. Caso necessário, o gestor será convidado a comparecer à Cedecondh para ampliar o debate sobre o tema.

Participaram ainda da reunião Angela Aguiar e o padre Rudimar Dalasta, ambos da executiva do CMAS, e os vereadores Professor Alex Fraga (PSOL), Comandante Nádia (PMDB), João Bosco Vaz (PDT), Marcelo Sgarbossa (PT) e Mônica Leal (PP).

Texto: Milton Gerson (reg. prof. 6539)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)