Tribuna Popular

Cirandar pede novo local para Biblioteca do Arquipélago

Construção da nova ponte do Guaíba vai desalojar centro cultural que atende moradores das ilhas.

  • Tribuna Popular - Entidade: Centro de Integração de Redes Sociais e Culturas Locais – Cirandar. 
Assunto: Desalojamento da Biblioteca Comunitária do Arquipélago, em função da construção da nova ponte do Guaíba e a necessidade de instalá-la em outro local na Ilha Grande dos Marinheiros. 
Oradora: Srª Márcia Cavalcante, conselheira.
    Moradores e leitores da Ilha Grande dos Marinheiros acompanharam a manifestação da Tribuna Popular (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • Tribuna Popular - Entidade: Centro de Integração de Redes Sociais e Culturas Locais – Cirandar. 
Assunto: Desalojamento da Biblioteca Comunitária do Arquipélago, em função da construção da nova ponte do Guaíba e a necessidade de instalá-la em outro local na Ilha Grande dos Marinheiros. 
Oradora: Srª Márcia Cavalcante, conselheira.
    Márcia Cavalcante destacou importância de bibliotecas em territórios periféricos da cidade (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

“Nos ajudem a deixar livros nas mãos de nossas crianças; livros, e não, armas”. Este apelo foi feito na tarde desta segunda-feira (18/3) aos vereadores e vereadoras de Porto Alegre por Márcia Cavalcante. Ao falar na Tribuna Popular da sessão ordinária, a conselheira do Centro de Integração de Redes Sociais e Culturas Locais – Cirandar pediu o apoio do Legislativo da Capital em relação à situação de desalojamento da Biblioteca Comunitária do Arquipélago, localizada na Ilha Grande dos Marinheiros, em função da construção da nova ponte do Guaíba.

Localizada em prédio cedido pela Associação de Moradores e Associação de Mulheres das Ilhas, a Biblioteca do Arquipélago desenvolve atividades culturais desde outubro de 2014. Contudo, agora, pela remoção de moradores e de entidades, o local corre o risco de deixar de existir. Além de dispor de 1.500 títulos, a biblioteca também funciona como centro de oficinas de música, artesanato, teatro e saraus, além de mediação de leituras, encontro com escritores e promotor de piqueniques literários, como destacou Márcia. “Tudo busca valorizar a cultura popular”, salientou a oradora ao citar que, desde o início das atividades, foram registrados mais de sete mil empréstimos e consultas a livros.

Márcia igualmente destacou o fato de a biblioteca ser “um território da paz” e lembrou que as atividades são desenvolvidas pelo Cirandar sem apoio do poder público, mas com a participação de escolas infantis e postos de saúde da região, além de entidades como a Associação Gaúcha de Escritores (Ages). Ela questionou os vereadores e vereadoras: “Estamos juntos pela educação, pela cultura, pela segurança e pela paz nos territórios periféricos de nossa capital?”, ao renovar seu apelo pela continuidade do projeto e pela designação de um novo local para a biblioteca. “Estamos pedindo que nos ajudem a fazer o Executivo enxergar a grandiosidade dessa missão que é de todos nós”, concluiu.

Incentivo

O vereador Adeli Sell (PT), ao manifestar na tribuna seu apoio à reivindicação feita pelo Cirandar de uma nova sede para a Biblioteca Comunitária do Arquipélago, destacou estar atualmente presidindo a Frente Parlamentar do Livro e da Leitura. Ele lembrou ainda que alguns temas, na prefeitura, são tratados diretamente pelo vice-prefeito Gustavo Paim e, por isso, solicitou a intermediação, nesta questão, da presidente da Câmara Municipal, vereadora Mônica Leal (PP). “Precisamos incentivar a leitura”, afirmou Adeli ao pedir também que mais vereadores se engajem nesta reivindicação. “Precisamos estar juntos, num grande processo, para que se tenha mais e mais leitura”, destacou e finalizou: “Nós estamos juntos pelo livro”.

O vereador Roberto Robaina (PSOL) lamentou que a cidade não venha tendo investimentos em cultura, tendo afirmado que o carnaval foi dessassistido, e pediu envolvimento da Câmara Municipal na questão da Biblioteca Comunitária do Arquipélago. “É o mínimo do mínimo”, salientou ao dizer ainda que, na questão das remoções que vêm sendo feitas nas ilhas para a construção da nova ponte do Guaíba, estão ocorrendo injustiças, ficando os moradores marginalizados. “A população fica fragmentada e, às vezes, não recebe nem o que deveria”. Robaina destacou igualmente o trabalho que o Cirandar faz em diversas regiões da cidade e renovou pedido para que a reivindicação feita na Tribuna Popular tenha suporte: “É um passo para mostrar que a cultura não seguirá tão desvalorizada na cidade”.

Apoio

Também manifestaram apoio ao pronunciamento de Márcia Cavalcante os vereadores Reginaldo Pujol (DEM), Professor Alex Fraga (PSOL) e Mônica Leal (PP), que, como presidente da Câmara, se comprometeu em intervir pessoalmente junto à prefeitura sobre essa situação.

Texto: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

 

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