Tribuna Popular

Entidades rejeitam alteração na lei dos Conselhos Municipais

  • TRIBUNA POPULAR - Art. 100 da LOM - (10 minutos) 
Entidade: Casa do Artista Riograndense. 
Assunto: Projeto de Lei nº 09/2017, que a altera a Lei Orgânica do Município, referente aos Conselhos Municipais. 
Orador: Sr. Luciano Fernandes, Presidente, e Sra. Mirtha Zenker, Pres. Forum Minic. dos Conselhos da Cidade
    Fernandes, da Casa do Artista, diz que proposta acaba com o controle social (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)
  • TRIBUNA POPULAR - Art. 100 da LOM - (10 minutos) 
Entidade: Casa do Artista Riograndense. 
Assunto: Projeto de Lei nº 09/2017, que a altera a Lei Orgânica do Município, referente aos Conselhos Municipais. 
Orador: Sr. Luciano Fernandes, Presidente, e Sra. Mirtha Zenker, Pres. Forum Minic. dos Conselhos da Cidade
    Mirtha, do Fórum dos Conselhos, pediu a retirada do projeto (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

No início da sessão plenária desta segunda-feira (04/9), a Tribuna Popular da Câmara Municipal recebeu o presidente da Casa do Artista Riograndense, Luciano Fernandes, e a coordenadora do Fórum Municipal dos Conselhos da Cidade, Mirtha da Rosa Zenker, os quais se pronunciaram contra o Projeto de Lei Complementar (PLC) Nº 09/17, que altera  a Lei Orgânica do Município no que tange às atribuições e formatação dos Conselhos Municipais de Porto Alegre. 

Fernandes contestou a proposta do Executivo ao observar que a matéria promove a destruição do controle social e estimula a atuação dos conselhos em favor dos interesses dos órgãos gestores. Fernandes pediu a retirada do referido projeto de lei, destacando que a matéria em pauta no Legislativo tira a autonomia e a predominância da ação de fiscalização pertinente aos Conselhos Municipais. O presidente da Casa do Artista pediu diálogo sobre o tema e a manutenção da formatação e prerrogativas dos Conselhos Municipais “em prol da democracia participativa”.

Mirtha reiterou as manifestação de Luciano Fernandes e o pedido de retirada ou rejeição ao projeto, ao ressaltar que a proposta promove a  desarticulação dos Conselhos. Mirtha solicitou a atenção e apoio dos vereadores ao pleito dos conselheiros municipais de diferentes setores de representação, ao ressaltar a necessidade do entendimento da grave situação que envolve tal projeto, que “fere a Lei 661/10, a qual oficializa os Conselhos Municipais como órgãos de participação direta da comunidade na Administração Pública e têm por finalidade propor, fiscalizar e deliberar sobre matérias referentes a cada setor da Administração Pública”. A Coordenadora do Fórum Municipal dos Conselhos da Cidade denunciou a “já existente desestruturação física e de pessoal dos Conselhos Municipais, que compromete as ações pertinentes, a exemplo da fiscalização em setores afins”, pedindo providências dos vereadores para a manutenção dos Conselhos Municipais “constituídos da  forma atual”.

Lideranças

CONVERSA - O vereador  Rodrigo Maroni (PR), ao destacar a Casa do Artista, salientou a importância da área da cultura na sociedade, ao defender o diálogo e o debate sobre o projeto. O parlamentar informou que esteve conversando com o prefeito Nelson Marchezan Júnior, na última sexta -feira (01/09), e observou a sua disponibilidade de escutar e dialogar. Maroni ressaltou que o prefeito se disponibilizou a fazer uma rodada de conversa com os vereadores sobre as propostas do Executivo, evidenciando que “a democracia está em, exatamente, sentar para conversar”. O vereador elogiou a  postura do prefeito e o desejo de trabalhar em prol da cidade, contestando algumas manifestações negativas que prejudicam o diálogo. (AS)

MOBILIZAÇÃO - Fernanda  Melchionna (PSOL) manifestou sua  preocupação com o teor do PLC Nº  009/17, “que mexe com a Lei Orgânica do Município e retira a possibilidade do controle social e a fiscalização dos Conselhos Municipais de Porto Alegre”, ao destacar a importância dos Conselhos na defesa das questões de saúde, cultura, direitos humanos, idosos e outros. A vereadora observou que “a história de controle social pode estar em risco caso esse projeto seja aprovado”, ao criticar o conjunto de projetos do Executivo Municipal, “os quais têm caráter recessivo, autoritário, privatista e antidemocrático, principalmente  com relação aos conselhos municipais”.  Melchionna pediu atenção dos vereadores, ressaltando que “não é possível aceitar o desmonte do controle social”. A parlamentar divulgou a realização de audiência pública para debater esse projeto, salientando a “importância da mobilização da sociedade civil e a união de forças para novas conquistas”, citando exemplo da ação popular contra o fim da segunda passagem gratuita em Porto Alegre. (AS)

GOVERNO - Sofia Cavedon (PT) afirmou que reconhece conselheiros e conselheiras como grandes guerreiros e guerreiras, que, há anos trabalham na construção de políticas públicas para a cidade. "Esse parlamento tem que olhar com muita atenção para essas pessoas e para essa temática". Para a vereadora, a suspensão do Orçamento Participativo é uma ampliação da democracia no controle social. "Um trabalho de emponderamento popular, os conselhos representam a sociedade". Sofia disse que a medida do governo não é uma mera mudança de letras, mas sim uma proposta que tira a previsão legal, constitucional e orgânica da autonomia dos conselhos para normatizar e definir a aplicação de recursos e convênios, tornando conselhos a serviço do prefeito. "Nesta cidade quer se suprimir a cidadania para vender patrimônio a interesse de negócios", lamentou. (MF) 

APOIO - Airto Ferronato (PSB) - Em nome do PSB, Airto Ferronato disse ser um tema de alta relevância. Ele fez um breve relato de quando assumiu como vereador, em 1989, quando afirmou ter sido o primeiro vereador a propor regras e discutir sobre Orçamento Participativo na Capital. "Tudo o que se tem como participação popular copiaram de Porto Alegre", disse. De acordo com Ferronato, é perigoso rebaixar diminuir a importância da cidade no contexto mundial.  Ele ainda ressaltou que a participação popular tem seus problemas, mas dá exemplo para o mundo e por isso é preciso preservar como uma marca da cidade. "Estaremos atentos e com certeza nós vamos olhar com todo carinho e fazer um esforço bastante inteso para que isso se fortifique para preservar a história belíssima da capital dos gaúchos em razão da participação do cidadão na gestão pública para Porto Alegre". (MF) 

GOVERNO II - Ao ratificar as palavras de Airto Ferronato (PSB), Dr. Thiago (DEM) aproveitou para falar de um projeto, de sua autoria, vinculado à área da saúde. A proposta trata da marcação de consultas e exames nos hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre. Em crítica a demora de manifestação da Secretaria Municipal da Saúde (Smed) sobre o projeto, Dr. Thiago exibiu um vídeo no qual uma paciente relatava o problema de conseguir uma consulta. “Essas pessoas com doenças tratáveis estão ficando incuráveis”, afirmou o democrata. O vereador questionou o que a Smed anda fazendo em relação aos pacientes que esperam até cinco anos por um atendimento adequado. “Não mandem os pacientes de um lado para o outro. Sejam responsáveis por eles, não sejam negligentes com pacientes”. Ele também ressaltou que está ao lado de Ferronato para defender os conselhos. (MF) 

GOVERNO  IIIRoberto Robaina (PSOL) crê que há uma grave situação sobre a redução de controle do conselho municipal de saúde. “É uma expressão de um projeto de governo que faz redução do controle público sobre a gestão pública”. Para Robaina, a medida reduz a capacidade do conselho e tira o poder da sociedade civil para garantir o poder do governo. “No transporte público vemos isso também, o governo fez uma mudança que penalizou a população através de um decreto”, disse ao classificar a medida como autoritária. O vereador também afirmou que há conflitos de interesse no governo. “A preocupação é que haja influência direta de empresas privadas na gestão pública”. Ele ainda disse que o prefeito não tem direito de entregar para o setor privado uma responsabilidade que é dele. (MF) 



Angélica Sperinde (reg. prof. 7862)
Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 

Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)