Escolas da Lomba do Pinheiro com falta de vagas e sem transporte

Segurança, aumento de vagas e transporte escolar na região da Lomba do Pinheiro foram temas tratados em reunião realizada na tarde desta terça-feira (3/5), no Auditório Ana Terra da Câmara Municipal de Porto Alegre. A presidente Sofia Cavedon (PT) recebeu representantes da Secretaria Estadual de Educação, da Brigada Militar, do Cpers/Sindicato, do Conselho Popular do bairro, da comunidade escolar e da Secretaria Municipal de Educação para debater os principais problemas que assolam as escolas da região. A vereadora Maristela Maffei (PC do B) também esteve presente. A EPTC, convidada para o encontro, não compareceu.

“A área está em expansão. Serão 23 mil novos moradores nos próximos dez anos”, estimou o coordenador do Conselho Popular da Lomba, Francisco Geovani de Sousa. Uma das consequências decorrentes do crescimento dos últimos anos, segundo ele, é a falta de vagas para educação infantil e ensinos fundamental e médio nas escolas. 

Na EEEF Eva Carminatti, o quadro fez com que a direção colocasse duas turmas em cada sala de aula, dividindo o espaço. “Há excesso de alunos. Mais vagas não tem como”, disse a professora Margarida Kraskin. “Crianças não conseguem caminhar. Cria um ambiente conflituoso, que dificulta o trabalho do professor”.

As escolas de ensino médio apresentam situação semelhante quando se trata do primeiro ano. A professora do EEEM Rafaela Remião, Maria dos Santos, aponta, contudo, que no segundo e terceiro anos há menos turmas e disponibilidade de vagas. O problema, segundo ela, é o alto índice (estimado em 30%) de evasão. “Torna-se cansativo trabalhar o dia todo e estudar à noite”, considerou. 

A secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, salientou que o órgão vem trabalhando para resolver a situação e destacou a viabilização de três escolas de ensino fundamental e duas de ensino médio. O próximo passo seria a construção dos prédios. Além disso, Cleci prevê a concretização do projeto da escola Quinta do Portal, que deve beneficiar 1,2 mil alunos, com contrapartida da Bolognese. Geovani de Sousa, porém, argumentou que é preciso colocar os planos em prática. “Ou no próximo ano serão feitas as mesmas constatações”.

Na reunião, ainda foi acertado um encontro entre as secretarias Estadual e Municipal, a fim de firmar uma parceria entre as escolas das duas redes. A ideia é emprestar o espaço ocioso em uma instituição para que professores de outra possam receber seus alunos.

Sofia ainda levantou a questão do transporte escolar, suspenso na região da Lomba. A secretária Cleci argumentou que a medida foi tomada porque não havia segurança. “Os veículos eram depredados pelos alunos”, disse. Sofia, por outro lado, apontou a superlotação como um problema constante na linha Escolar.

O major Ribeiro, do 19º Batalhão da Brigada Militar, enumerou três passos que podem ser adotados pela BM até a normalização da situação. Em um primeiro momento, os oficiais acompanhariam as viagens nos horários mais críticos (durante aproximadamente uma semana). Depois, ocorreria a ronda pela região, até manter o monitoramento. A medida prevê parceria com as escolas e a empresa de transporte (Unibus) para a conscientização dos usuários. “Temos que ver qual será a metodologia da retomada do Escolar”, ponderou Sofia. Ainda deve haver outra reunião, com a presença de representantes da EPTC, para pensar a melhor solução.