Memória

Exposição lembra vida e obra de Lupicínio Rodrigues

Vida em família: o compositor e o filho Foto: Acervo Museu Joaquim José Felizardo
Vida em família: o compositor e o filho Foto: Acervo Museu Joaquim José Felizardo
O Memorial da Câmara Municipal de Porto Alegre apresenta, até 11 de novembro, a exposição Lupicínio Rodrigues: 100 anos (1914-2014), uma homenagem à vida e à obra do músico e compositor nascido na Capital. Autor de mais de 200 canções, algumas imortalizadas nas vozes de grandes intérpretes, Lupi tornou-se conhecido como o "pai da dor-de-cotovelo”, por falar de desilusões amorosas em letras atemporais, universais e repletas de poesia.   

A mostra reúne 15 banners de fotos e textos que contam a história de Lupi desde a infância no Bairro da Ilhota até a morte, em 1974, passando por sua paixão pelo Carnaval e o Grêmio - do qual compôs o hino oficial -, a boemia, o trabalho como bedel da Faculdade de Direito da Ufrgs e dono de churrascaria, a candidatura a vereador, em 1959, pelo antigo PR, e a militância em favor dos direitos autorais. Lupi ajudou a fundar a Sociedade Brasileira de Autores Compositores e Escritores de Música (Sbacem) e foi procurador do Serviço de Defesa dos Direitos Autorais (SDDA).

Primeira canção

Como lembra a exposição, a primeira música de Lupi foi uma marchinha, escrita em 1933 e vencedora de um concurso de Carnaval, mas a primeira gravação aconteceu em 1936, com Pergunte aos Meus Tamancos. Entre suas canções mais conhecidas, Cadeira Vazia, Se Acaso Você Chegasse, Felicidade, Esses Moços, Pobres MoçosVoltaLoucura e Nervos de Aço, celebrizadas por ídolos como Cyro Monteiro, Francisco Alves, Orlando Silva, Linda Batista, Luiz Gonzaga, Elza Soares, Jamelão, Caetano Veloso, Gal Costa, Paulinho da Viola, Elis Regina e Cazuza.

Os painéis também falam da família de Lupi, da primeira mulher, Juracy, que lhe deu a filha Teresa e de quem ficou viúvo, e do casamento com Cerenita, mãe de Lupinho. Abordam ainda um aspecto pouco explorado da biografia do compositor: o trabalho como cronista. Ao longo de 1963, Lupi escreveu a coluna semanal Roteiro de um Boêmio, no jornal Última Hora. Um de seus textos mais famosos e bem humorados chama-se O Mosquito, no qual compara o comportamento dos insetos ao das pessoas.

Título póstumo

Lupi morreu em 27 de agosto de 1974, três dias depois de conceder uma entrevista ao radialista e jornalista Dilamar Machado. Foi velado no Estádio Olímpico, do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, e enterrado no Cemitério São Miguel e Almas. Para homenagear seu talento, além de lançar a exposição, a Câmara Municipal concedeu a Lupicínio o título póstumo de Cidadão Emérito de Porto Alegre, em sessão solene realizada no dia 4 de novembro.

A mostra pode ser visitada no T Cultural Tereza Franco, 2º piso da Câmara (Avenida Loureiro da Silva, 255), das 8h30min às 18 horas, de segundas a quintas-feiras, e das 8h30min às 16h30min, às sextas-feiras, com entrada franca. Após o período de visitação, os painéis poderão ser emprestados a escolas e instituições. Informações: (51) 3220-4318.

Texto: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)