Tribuna Popular

Mato Sampaio pede ajuda aos vereadores contra despejo

Ação de Reintegração de Posse na região tem data de execução marcada para 10 de setembro

  • Instituto Centro de Educação Ambiental Marli Medeiros.Desapropriação de Área na Vila Mato Sampaio.
    Cris Medeiros destacou que primeiros moradores estão na Mato Sampaio desde a década de 1960 (Foto: Tonico Alvares/CMPA)
  • Instituto Centro de Educação Ambiental Marli Medeiros.Desapropriação de Área na Vila Mato Sampaio.
    Ana Regina Lima denunciou que moradores estariam sendo pressionados a esvaziar as moradias até o dia 10 (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

Moradoras da Vila Mato Sampaio, no bairro Bom Jesus, Cris Medeiros e Ana Regina Lima ocuparam a Tribuna Popular da sessão ordinária, na Câmara Municipal de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira (5/9). Na oportunidade, ambas solicitaram apoio pela retirada de Ação de Reintegração de Posse expedida pela Justiça para área da vila onde atualmente moram cerca de 80 famílias. A determinação judicial tem data de execução marcada para a próxima terça-feira, 10 de setembro. “É uma ordem arbitrária, desumana e um processo ilegal”, afirmou Cris aos vereadores e vereadoras no Plenário Otávio Rocha.

Conforme explicou ela, há cerca de dez anos a região vem sendo cercada por condomínios de alto padrão. A área em questão, prevista para reintegração de posse, estaria destinada à instalação de uma praça a ser feita como contrapartida por empreendimento da construtora Rossi, que se instalou nas proximidades. “A Vila Mato Sampaio é consolidada na Bom Jesus”, argumentou Cris, e completou: “Os primeiros moradores vieram para lá na década de 1960, e muitas famílias se constituíram. Agora os condomínios não respeitam a história nem as moradias das pessoas”. Ela salientou ainda que ordens de despejo estão sendo entregues desde abril aos moradores.

A oradora questionou igualmente a construção de uma praça naquele local: “Que contrapartida é esta, sem dialogar com a comunidade? Decidem pelos moradores sem falar com eles”. Cris lembrou ao plenário que a Vila tem diversas demandas, como vagas em creches e em escolas de educação fundamental, atendimento médico com especialidades, além da necessidade de uma linha de ônibus para a área baixa da Bom Jesus. “Somos 80 famílias organizadas e com relações afetivas por lá. Por que sair para dar lugar a condomínio de ricos que chegaram depois de nós?”, criticou. “A prefeitura agiu de má fé”, salientou ainda.

Já Ana Regina denunciou o que seriam ameaças feitas pelo 11ª BPM em relação à reintegração de posse. Segundo disse ela, os moradores teriam sido avisados que deveriam retirar o que pudessem de suas casas, pois no dia 10 tudo será derrubado. “Temos tudo isso gravado”, afirmou. Ela lembrou que vários vereadores receberam votação expressiva na região e pediu ajuda a todos. “São palavras da comunidade, em 2020 tem eleição, e nós vamos saber quem vai e quem não vai poder entrar na Bom Jesus”, afirmou. “(O prefeito) Marchezan está vendendo os pobres para os ricos. A Bom Jesus está sendo ameaçada. Não vamos desocupar nossa área”, salientou ainda Ana Regina. “Vai ter resistência”, finalizou.

Texto

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Bom JesusMato Sampaio