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Moradores da Rua da Represa pedem socorro à Cosmam

Comunidade sofre constantemente com inundações e desmoronamentos nos períodos de chuva.

  • Vereadores visitam comunidade da Rua da Represa, onde ocorreu a morte de uma jovem moradora há cerca de dois meses em função de falhas no sistema de drenagem. Moradores protestam pela construção de galerias.
    Parte dos moradores da Chácara do Primeiro está em áreas de risco (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)
  • Vereadores visitam comunidade da Rua da Represa, onde ocorreu a morte de uma jovem moradora há cerca de dois meses em função de falhas no sistema de drenagem. Na foto, o secretário de serviços urbanos, Ramiro Rosário, e os vereadores Mauro Zacher, André Carús e Aldacir Oliboni.
    Ramiro (e), Zacher, Carús (c) e Oliboni (d) ouviram a comunidade (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

“Por favor olhem para nós. A gente está pedindo socorro, pelo amor de Deus." Esse pedido foi feito pelo vice-presidente da Associação Comunitária dos Moradores da Chácara do Primeiro, localizada no bairro São José, Maria Elizabeth Marques Bones, durante a visita da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre na tarde desta terça-feira (27/6). A comunidade sofre constantemente com inundações e desmoronamentos nos períodos de chuva, e parte da população mora em áreas de risco. No último temporal ocorrido na cidade, no início do mês de junho, uma moradora morreu após sua casa ser destruída por um deslizamento de terra. Seu corpo foi arrastado da Rua da Represa até o rio Guaíba.

Emocionada, “Bete”, como Maria Elizabeth é conhecido no local, afirmou: “Quem está morando aqui fez sua casa com muito suor. Ninguém é vagabundo. Nós temos o direito de ter moradia”. De acordo com ela, os moradores estão há anos pedindo soluções para a Prefeitura Municipal. “Algumas coisas já foram feitas, mas tem muito para se fazer aqui.” Ela contou que a comunidade entrou com um pedido no Orçamento Participativo (OP) para a pavimentação da Rua da Represa em 2006. Em 2007, ele foi aceito. No entanto, até agora nada foi feito.

Conforme Jane Longaraí Bitencourt, moradora que participou da iniciativa, a largura da rua não é apropriada para a pavimentação, mas poderia ser colocada uma capa asfáltica para evitar que a terra e o lixo sejam levados para dentro do riacho, que corta a região. Além disso, segundo Jane, há 11 anos uma galeria de água pluvial, para escoar o volume das chuvas, está sendo construída na rua. O material está no local, mas não há perspectiva de que a obra seja iniciada. “Eu quero que a galeria esteja pronta antes de eu morrer”, declarou indignada.

Outros problemas foram apresentados pelos moradores: lixo no riacho, esgoto a céu aberto, bueiros e bocas de lobo entupidos, faltam pontilhões de acesso às casas e há problemas com a iluminação da rua. O secretário municipal de Urbanismo, Ramiro do Rosário, disse aos moradores presentes na reunião que já encaminhou as demandas de curto prazo para as equipes responsáveis e que terá que ver a viabilidade das melhorias de longo prazo. “Nós não viemos dar tapinhas nas costas. Estamos aqui para verificar a solução e encontrar o que pode e o que não pode ser feito”, explicou enquanto a comunidade ouvia agitada as declarações do representante do governo municipal.

Cansados de tantos encontros com o Executivo, sem que nenhuma solução seja apresentada, os moradores apelaram aos representantes das secretarias municipais de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), de Desenvolvimento Social (SMDS) e de Obras e Viação (Smov), da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e aos vereadores Aldacir Oliboni (PT) e Mauro Zacher (PDT), que participaram da reunião, para que alguma providência seja tomada. “Tem muitas casas que estão prejudicadas, caindo no arroio, e a Prefeitura não nos dá retorno. No telefone 156 só justificam que o pedido de ajuda será protocolado e enviado por e-mail. Mas nunca recebemos nenhuma resposta”, esclareceu a secretária da Associação, Raquel Luz.

 O presidente da Cosmam, André Carús (PMDB), propôs uma nova reunião no prazo de 15 dias para que a Comissão possa levar o que foi exposto pelos moradores ao Executivo e para que as secretarias analisem o que poderá ser feito no local. “Tem muitas respostas que não poderão ser dadas agora. A comunidade está com graves problemas causados pela chuva e nós queremos uma solução para resolver essa situação da melhor forma possível”, enfatizou.

Texto: Cleunice Maria Schlee (estagiária de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)