Plenário

Sessão Ordinária/ Lideranças

Cláudio Janta deixa a liderança do Governo
Moisés Maluco do Bem (PSDB) e Cláudio Janta (SD) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

No período de Lideranças da sessão ordinária desta quarta-feira (30/8), os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre abordaram os seguintes temas: 

ESPORTE - Tarciso Flecha Negra (PSD) falou sobre a importância do esporte na vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Para o vereador, a educação e o esporte foram responsáveis na sua formação como cidadão. Em sua observação, o povo tomou ciência que a educação e o esporte são o caminho certo. "A violência de hoje é o resultado da falta de sonho, da falta de esporte", sintetiza. Tarciso também falou sobre a necessidade de uma alimentação adequada para uma boa saúde e de levar o esporte às pessoas mais carentes para que possam sonhar em um dia ser grandes grandes atletas. "O esporte é muito rico e nos torna pessoas mais solidárias". (MF)

GOVERNO -  Sobre sua saída da liderança do governo municipal, Cláudio Janta (SD) agradeceu aos membros da Câmara que o apoiaram no período em que esteve como líder do governo no Legislativo. "Me ajudaram a construir tudo o que foi construído até aqui". Janta disse que entrou no projeto político para abrir postos de saúde até as 22 horas, para a educação em tempo integral e para segurança com videomonitoramento. "Entramos para melhorar a cidade de Porto Alegre. Este projeto político incluía a permanência da segunda passagem gratuita", afirmou. De acordo com ele, jamais apoiaria um projeto de governo que incluiria tirar direitos de portadores de deficiência e idosos. Janta ainda ressaltou que por 30 dias pediu para que o prefeito retirasse o decreto que extingue a segunda passagem. "Só me restou procurar a Justiça. Estou na linha do povo de Porto Alegre".  (MF) 

GOVERNO II - Também demonstrando seu descontentamento com a gestão municipal, Adeli Sell (PT) observou que durante a campanha o prefeito parecia que tinha um rumo a seguir. "No entanto, hoje vemos que não tem um, são desvios perigosos", disse, em relação a uma reunião realizada com entidades civis no Paço Municipal. Para Adeli, o evento foi uma afronta à dignidade humana, por haver uma fila quilométrica onde as pessoas esperavam para adentrar a prefeitura. "Lastimo profundamente esse jeito de ser e fazer as coisas". Sobre o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias enviado pelo Executivo, o vereador disse que foi positivo o prefeito não colocar a LDO em discussão, por constar graves problemas como a interferência do Executivo na Câmara. Ele ainda disse que o Legislativo tem o Regimento Interno e uma diretoria para decidir os gastos. "Autonomia e liberdade sempre", defendeu.  (MF) 

GOVERNO III - Fernanda Melchionna (PSOL) fez uma análise sobre a situação política que vive o município. Conforme a vereadora, o governo Marchezan faz uma gestão recessiva e autoritária, que tira dos pobres para dar para os ricos. Sobre a extinção da segunda passagem, Fernanda falou da necessidade de derrotar o decreto. "Precisamos de ajuda e mobilização de todos e todas para derrotar o conjunto de pacotes que ataca os direitos da população". A respeito dos servidores públicos, ela afirma que o governo faz um desmonte do serviço público que acaba com as conquistas de municipários, como o caso do parcelamento de salários. "Salário é sagrado. É um absurdo se deixarmos isso se aprofundar em Porto Alegre", lamentou. Segundo a vereadora, a forma que foi dada a demissão do líder do governo demonstra a fragilidade do governo. "Estamos dispostos a fazer todas as lutas possíveis". (MF)

DIÁLOGO - Rodrigo Maroni informou que não votou em Nelson Marchezan Junior na última eleição para prefeito, tendo votado em Raul Pont, porque entendia que o segundo turno deveria ser disputado por dois candidatos de campos ideológicos diferentes. Também afirmou ter rejeitado, em duas oportunidades, convites do prefeito Marchezan para integrar a base do governo na Câmara. Elogiou o desempenho de Cláudio Janta (SD), que esteve à frente da liderança do governo até a última segunda-feira, e disse considerar fundamental que a Câmara tente construir um diálogo pelo bem da cidade. "O governo ainda tem mais de três anos pela frente, e o mais importante é não considerarmos tudo terra arrasada, pois ninguém está acima do bem e do mal." Segundo Maroni, "cair no discurso de oposição é mais fácil, dizer de que nada está bem e que tudo está ruim é contra a cidade." Maroni observou ainda que o fato de um vereador ter acesso ao governo facilita a solução de demandas. (CS)

SOBERANIA - Rafão Oliveira (PTB) afirmou que a soberania nacional brasileira está ameaçada e que "defensores da bandidagem fazem questão de esconder esse problema". Segundo ele, é urgente combater os inimigos internos que promovem a criminalidade. Ele entende que as Forças Armadas poderiam ser muito melhor utilizadas "e responderiam com muito gosto" ao poderio do crime organizado. "A ameaça vem de fora, está nas ruas e age sem horário, em todos os lugares. Os bandidos estão cada vez mais ousados e impunes, amedrontam as pessoas." Rafão disse entender que o estado brasileiro não pode ser considerado soberano se o crime predomina e autoridades são desrespeitadas. "Os criminosos fazem o que querem, colocando-se acima das instituições e da soberania brasileira. Não sofremos com ameaças externas, mas há uma guerra interna no país, um massacre em que as forças policiais enfrentam a criminalidade sem apoio do poder público. Precisamos de leis que inibam o crime e de forças de segurança ativas e combativas." (CS)

OCUPAÇÃO - Felipe Camozzato (Novo) leu, na tribuna, a carta da família proprietária do prédio do Hotel Açores, na Rua dos Andradas, Centro Histórico. A família obteve a reintegração de posse do prédio, desocupado na semana passada após período em que ocupado pelo movimento Lanceiros Negros. Na carta, a família esclarece que o prédio pertence a três pessoas idosas e que, durante todo o processo judicial solicitando reintegração de posse, a família optou por aguardar a sentença em silêncio. O prédio, acrescentam os proprietários, foi construído sem financiamento público ou privado e, depois de 27 anos, vinha sendo alugado para um grupo de hotelaria. A carta ainda anota que o prédio, antes da ocupação, sempre esteve em bom estado de conservação e em momento algum ficou abandonado, estando com impostos e despesas pagas em dia. Mesmo com o prédio invadido, optaram por não cortar a energia elétrica a fim de evitar tragédias e preservar as pessoas e crianças, embora, segundo os proprietários, a ocupação tenha promovido festas e a entrada de público ao prédio. A família, diz Camozzato, está se recuperando de grande estresse sofrido e busca ser ressarcida dos danos morais, custos processuais e reparos que precisou fazer no prédio. (CS)

LIDERANÇA - Moisés Maluco do Bem (PSDB) informou ter assumido nesta semana a liderança do governo na Câmara e saudou o colega Cláudio Janta (SD), que foi afastado do cargo por Marchezan na última segunda-feira. Segundo ele, "muitas pessoas querem criar factoides", mas não existe ruptura ou briga na relação entre os dois vereadores após o episódio que gerou o afastamento de Janta. Maluco do Bem garantiu ter o compromisso de continuar dialogando, respeitando os mandatos de todos os vereadores e vereadoras. Ressaltou, no entanto, que o governo precisa atender demandas e resolver assuntos difíceis. Pediu "o apoio dos vereadores para o novo momento". Também comemorou a compra de novas ambulâncias para a cidade, anunciada pelo governo, e cumprimentou o secretário Erno Harzheim e sua equipe, "que buscam novos recursos". Também destacou "o esforço do governo em aumentar valores das creches conveniadas" e garantiu que o governo não irá fazer política partidária para reivindicar autoria pelas boas iniciativas. (CS)

CRISE - Roberto Robaiba (PSOL) chamou a atenção dos colegas do Legislativo para o que considera "uma grave crise política no Governo Municipal", ao falar da saída do vereador Clàudio janta (SD) da liderança do governo, ao observar que "não é comum um líder de governo entrar na justiça contra o próprio governo". O parlamentar  reafirmou o interesse do seu partido em derrotar determinados projetos do governo, "porque existem propostas que aumentam a crise social na cidade", observando que, "até liderança do governo não conseguiu sustentar os projetos antipopulares,  a exemplo do aumento da passagem". Acrescentou que o aumento da passagem ou a cobrança da segunda passagem são projetos recessivos e beneficiam  as empresas de ônibus.  Robaina criticou, ainda, o Executivo Municipal pelos ataques sistemáticos ao servidor público do município, "os quais são responsabilizados por uma crise  que a classe trabalhadora não fez".(AS)

AMENIDADE - Idenir Cecchim (PMDB) destacou o trabalho do  vereador Clàudio Janta (SD) e saudou o vereador Moisés Maluco do Bem (PSDB), que assume a  liderança do governo na Câmara Municipal, ao observar a capacidade, liderança e coerência deste parlamentar para ssumir tal posto. Cecchim  defendeu a permanência das  boas relações entre Janta e o prefeito Nelson Marchezan, ao salientar que há um problema de comunicação por parte da assessoria do Prefeito, "a qual não conhece o rito da tramitação de projetos do governo neste Parlamento", observou. Salientou que  o Poder Legislativo tem a prerrogativa de discutir e analisar as propostas, "muitas vezes, sem a mesma urgência do Executivo". Idenir Cecchim ainda defendeu a permanência de Ricardo Gomes na Secretaria Municipal de  Desenvolvimento Econômico e do vereador Matheus Ayres (PP) na Câmara Municipal. (AS)

EDUCAÇÃO- Airto Ferronato (PSB) cumprimentou o prefeito Nelson Marchezan Júnior pelo anúncio de aumento de recursos em prol da educação infantil em Porto Alegre, ao lembrar que no ano de 2015 foi autor da proposta de constituição de uma comissão especial para tratar da  educação das crianças de 0 a 5 anos, salientando que o trabalho desenvolvido nas escolas de educação infantil deve ser exaltado de forma  especial. "Pois homens e mulheres trabalham integralmente, com recursos limitados,  para manter as escolas de educação infantil funcionando diariamente". O parlamentar ressaltou a importância do incentivo à permanência das crianças na primeira escola, ao destacar a educação como principal ferramenta para "o Brasil que queremos", destacando que existem novas lutas em favor deste tema, ao citar a necessidade de defender vagas às crianças de 0 a 3 anos. (AS)


Texto: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
           Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
           Angélica Sperinde (reg.prof7862)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)