Sessão Ordinária / Lideranças e Comunicações

Durante o período destinado às Comunicações e Lideranças, na sessão ordinária desta segunda-feira (13/11), os vereadores trataram dos seguintes temas:

CIRCO - Rodrigo Maroni (Podemos) declarou estar feliz por já existir uma lei no município que proíbe a apresentação de animais em circos e por já ter havido discussão sobre o assunto. “Prezo pelo respeito, no sentido de não querer copiar o projeto de outro vereador”, ressaltou. Agradeceu a presença de Paulo Goulart, protetor de animais que, segundo ele, faz muita diferença à causa e está sempre disponível para resgatar, tratar e atender os animais não só de Porto Alegre, mas da Região Metropolitana. Agradeceu também a uma policial, Ana, que foi uma das incentivadoras ao trabalho em parceria com Paulo e que ajuda dezenas de protetores, propondo-se a ser voluntária no departamento dos animais. (AF)

NEGROS - Sofia Cavedon (PT) informou que, com o início da Semana de Consciência Negra nesta Casa, a bancada do PT se revezará para que vereadores suplentes negros e negras possam se fazer presentes, marcando a convicção de que eles estejam em local de poder. “Não basta reconhecer este povo que construiu o brasil, foi escravizado e foi proibido de possuir terra e educação, é preciso que eles participem da estrutura de poder”, colocou a vereadora. Repudiou a fala do jornalista William Waack, que, segundo ela, mostra o preconceito da sociedade que se reproduz em piadas e que destrói a autoestima de negros e negras. “A fala do jornalista expõe como a sociedade brasileira tem uma fina camada de democracia, que por baixo mostra uma sociedade machista, racista, xenofóbica”, falou. Sobre a PEC 181, que versa sobre a regulação de aborto no país, declarou ser um retrocesso brutal e inaceitável que atinge as mulheres mais necessitadas, as quais, pela visão dos parlamentares, têm que parir um filho de seus agressores ou dar à luz a criança mesmo sob risco de morte. Finalizou sua fala afirmando que “não podemos mais ser tolerantes com esse tipo de medida”. (AF)

ABORTO - Professor Wambert (Pros) disse que se o aborto for permitido no Brasil ocorrerá o maior massacre negro na história da humanidade, porque serão os pobres e os negros que serão trucidados no ventre de suas mães. “É vergonhoso alguém subir aqui para defender o genocídio”, falou. Sobre o projeto que versa sobre flanelinhas, disse que precisamos debruçar o olhar sobre esse problema, que envolve segurança pública. “Vamos trazer dados de segurança pública da Brigada Militar para mostrar a violência que acontece nas nossas calçadas por essa pseudo atividade profissional, que só serve para achacar o cidadão de Porto Alegre, sob a ameaça de sua segurança”, declarou. (AF)

IGUALDADE - Tarciso Flecha Negra (PSD) reiterou que defende a bandeira negra. “Eu aplaudi a Sofia quando ela falou em igualdade; é o que todos nós negros queremos, que não é migalha, mas o direito que nos tiraram”, declarou. Desejou que todos tenham a liberdade de ir e vir para trabalhar e ser alguém. Disse ter uma história mentirosa sobre os negros no Brasil, que muito fizeram por este país. “Eu peço a educação que o país nos nega e não nos deu no passado; a minha luta vai ser sempre contra a desigualdade desse país”, finalizou. (AF)

REFORMA - Cláudio Janta (SD) lembrou que, no último sábado, começou a vigorar a nova reforma trabalhista, sob promessa do governo de que ela irá gerar milhões de empregos. Criticou duramente a reforma e observou que é um equívoco pensar que ela poderá transformar os milhões de trabalhadores desempregados no país em empreendedores. "Acham que obrigar mulheres grávidas ou com filhos em fase de amamentação a trabalhar e retirar horas extras de quem trabalha domingos e feriados vai gerar empregos." Também criticou que grandes empreendedores exploram trabalho com comércio clandestino, competindo com empreendedor que paga impostos. "Não estamos preocupados com imposto sindical e, sim, com direitos dos trabalhadores. Todos os trabalhadores perderam benefícios. É o início de um projeto que foi derrotado há tempos atrás e que só mudou o nome agora, é a escravização dos trabalhadores brasileiros." (CS)

DMAE - Adeli Sell (PT) ressaltou que Dmae presta serviços de muita qualidade e observou que há problemas em todas as ocasiões em que contrata empresas terceirizadas para fazer este trabalho. Segundo ele, há falta de fiscalização mais rígida da prefeitura quando há terceirização de serviço. Considera que "não há desculpas cabíveis" para os vazamentos de água que têm ocorrido em ruas do Centro Histórico. "Esses serviços estão, basicamente, terceirizados. Em certos casos, as ruas ficam mais de 72 horas com água jorrando e sem solução. E o serviço de atendimento por telefone só dá resposta automática." Ele também reclamou que não há transparência no fornecimento de protocolos para as reclamações feitas ao Dmae. Solicitou mais atenção da atual diretora do Dmae, "que não atende pedidos de vereadores que desejam ser ouvidos". (CS)

DESIGUAIS - Comentando discurso de Tarciso Flecha Negra (PSD) em defesa da igualdade entre as pessoas, especialmente quanto ao preconceito racial, Professor Wambert (PROS) ressaltou que os homens são desiguais por sua própria natureza. "Somos naturalmente desiguais. Do contrário, não existiriam olimpíadas, concursos, competições." Segundo ele, a democracia grega percebeu que a lei é o instrumento que iguala os homens, sendo ela o critério de igualdade para resolver o problema da desigualdade entre a raça humana. "O cristianismo descobriu dois tipos de igualdade: temos a mesma natureza humana e uma dignidade comum. Em nome desta igualdade, legislamos." (CS)

SOCIAL - Lídio Santos (PT) criticou o Executivo municipal pelo atraso no pagamento dos aluguéis sociais na cidade. Disse que muitos não recebem há mais de um ano e, por isso, inúmeras famílias que dependem desse auxílio da prefeitura estão passando por necessidades. Cobrou o destino dos recursos e por quanto tempo “as pessoas ficarão na mão”. Ainda, fez referência ao debate que está sendo travado quanto a situação do Departamento Municipal de Água e Esgoto. Manifestou a sua posição de que a privatização da água só irá piorar a qualidade e aumentar o valor para a população. (MG)

COLDPLAY – Valter Nagelstein (PMDB) cobrou maior efetivo e planejamento por parte da EPTC no entorno dos locais em que se realizam shows em Porto Alegre. O parlamentar manifestou que esses espetáculos, internacionais e nacionais, que atraem um grande público à cidade movimentam uma cadeia econômica e produtiva que produz efeitos positivos aos cofres municipais, mas considerou inaceitável que na saída, o público enfrente o “caos” da mobilidade urbana e de comunicação. Observou que no show do Coldplay, realizado no sábado (11/11) havia apenas oito agentes de trânsito para atuar diante de um universo de 55 mil pessoas e que não havia sinal de celular para acesso a aplicativos e o fluxo viário completamente trancado. Dentro da Arena tivemos um show de primeiro mundo, mas fora um trânsito semelhante ao da Índia. Só faltaram os elefantes e as romisetas”, destacou. (MG)

CARRIS - Adeli Sell (PT) lamentou que o prefeito não aceitou a sua sugestão e colaborações em relação à Companhia Carris. Disse que a empresa é viável, tem história e merece maior cuidado da administração pública. Afirmou ser inadmissível ter 139 ônibus parados por falta de manutenção quando houve a renovação de contrato com empresa fornecedora de peças, mas nenhuma foi adquirida até o momento. Adeli também aproveitou para manifestar a sua concordância com a fala do vereador Valter Nagelstein sobre a questão da telefonia na cidade. Disse que o prefeito não poderia ter viajado, juntamente com o vice, e deixar o governo sem comando como deixou. (MG) 

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de jornalismo)
          Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
          Milton Gerson (reg.prof. 6539)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)