Plenário

Sessão Ordinária / Lideranças e Comunicações

  • Período de Comunicações. Na foto: Vereador Valter Nagelstein
    Vereador Valter Nagelstein (PMDB) (Foto: Josiele Silva/CMPA)
  • Movimentação de plenário. Na foto: vereadora Fernanda Melchionna na tribuna do plenário.
    Vereadora Fernanda Melchionna (PSOL) (Foto: Matheus Piccini/CMPA)

Nos tempos de Lideranças e no período de Comunicações da sessão ordinária desta quarta-feira (19/10), na Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores emitiram opiniões sobre o projeto Escola sem Partido:

ESCOLA SEM PARTIDO - Valter Nagelstein (PMDB) iniciou falando sobre a Audiência Pública que tratou sobre a revitalização do Cais Mauá. “Sou presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Cais e digo que caminhamos para o resgate de uma área tão importante para Porto Alegre”, expôs, afirmando que “todas as cidades do mundo que se prezam desenvolvidas não têm preconceito com a iniciativa privada”. Na sequência, Nagelstein, que é judeu, disse que um professor da Ufrgs o teria chamado de “nazista” em um debate sobre o projeto Escola Sem Partido. “Quem conhece minha origem familiar sabe que nunca defendi uma ideia de ódio”, declarou. O vereador afirmou também que a proposta não defende uma escola sem política, mas combate a influência ideológica sobre estudantes. “A escola deve ser crítica, e o que defendemos é a liberdade à visão plural na instituição de ensino”, completou. (PE)

ESCOLA SEM PARTIDO II - Sofia Cavedon (PT) ironizou o posicionamento de Nagelstein. “Quando o vereador me responder como se ensinaria imparcialmente a história do Holocausto, poderemos entendê-lo”, disse. A parlamentar afirmou que o Escola Sem Partido tem uma intencionalidade “persecutória” e cria um “denuncismo em sala de aula”. “Imaginem o que significara neste país uma legislação que antecede a ditadura e que lembra a Inquisição”, declarou. A vereadora falou ainda sobre o que chamou de “hecatombe” na gestão pública. “Hoje pela manhã vários usuários foram submetidos à chuva e ao frio em frente à Fasc para realizar o recadastramento para acesso aos benefícios, mas nem todos foram atendidos”, argumentou. Para Sofia, há uma “escandalosa a incompetência” na gestão da assistência social e uma impotência da população beneficiada. (PE)

ESCOLA SEM PARTIDO III - Fernanda Melchionna (PSOL) também criticou Valter Nagelstein (PMDB). “O vereador vem falar que os problemas do Brasil são os professores e estudantes, e não as ratazanas que surrupiam os recursos públicos”, explanou. Segundo Fernanda, o projeto Escola Sem Partido não permite uma visão plural de conteúdos escolares. “Ele trata os alunos como uma tábula rasa, ignorando que os jovens têm opinião”, destacou. “Não me venha com uma cantilena enfadonha daqueles que querem atacar as vítimas desse modelo perverso que sucateia a educação”, disse ela a Nagelstein, a quem chamou de representante de um “projeto neoliberal”. Sobre o projeto de revitalização do Cais Mauá, o classificou como “privatização da área pública”. Quem pensa que espaço de convivência é shopping center e defende os ‘espigões’ na beira do rio é atrasado”, assegurou. (PE)

ESCOLA SEM PARTIDO IV - Voltando à tribuna em Liderança de governo, Valter Nagelstein (PMDB) confrontou os argumentos de Fernanda Melchionna. “Essa história de neoliberalismo é argumento ‘embreagem’, quando não se tem como combater as ideias contrárias”, disse ele, afirmando que defende uma ideia “que funciona em todo o mundo”. Nagelstein criticou ainda os chamados projetos “coletivistas”. “Querem substituir a elite econômica por uma elite burocrática, a elite do partido, que vai dominar a sociedade”, expôs. O vereador defendeu novamente o Escola Sem Partido. “Um exército de fanáticos não tem pudor em levar isso para a sala de aula”, argumentou. O parlamentar questionou ainda sobre quais inovações teriam sido desenvolvidas em sistemas socialistas. “É só pensar”, finalizou. (PE)

ESCOLA SEM PARTIDO V - Fernanda Melchionna (PSOL) subiu novamente à tribuna para responder as falas de Valter Nagelstein (PMDB). A vereadora afirmou que o colega do PMDB, quando debate o projeto Escola sem Partido, não está preocupado com a falta de professores e materiais nas salas de aula do município e, sim, em atacar uma ideologia. “Porto Alegre tem coisas mais importantes para decidir do que a sua visão reacionária. O PSOL não defende um Estado apodrecido; nós defendemos um Estado para as pessoas para garantir assistência e educação. O que muitos chamam de liberalismo eu chamo de oportunismo”, declarou, encerrando o assunto. Fernanda falou também sobre as investigações contra a Investe PoA iniciadas, hoje, pelo Ministério Público, que enviou uma medida cautelar à Prefeitura proibindo investimentos e mudanças na empresa até a liberação do MP. O MP suspeita de irregularidades. (CM)

Texto: Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
          Cleunice Maria Schlee (estagiário de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)