Presidência

Presidente Mônica Leal critica manifestações consideradas desrespeitosas

Em Direito de Resposta, Valter Nagesltein rebate acusações

  • Movimentação de plenário. Na foto: vereadora Mônica Leal.
    Vereadora Mônica Leal na tribuna, durante sua manifestação nesta tarde (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Movimentação de plenário. Na foto: vereadores Valter Nagelstein.
    Vereador Valter Nagelstein solicitou Direito de Resposta à manifestação de Mônica Leal (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

A vereadora Mônica Leal (PP), utilizou a tribuna do Plenário Otávio Rocha, em tempo de presidência, durante a sessão plenária realizada na tarde desta quarta-feira (28/8). Na oportunidade ela se referiu ao que classificou como acusações, manifestações desrespeitosas e machistas sofridas por ela de parte dos vereadores Mauro Pinheiro (Rede), Valter Nagelstein (MDB) e Moisés Barboza (PSDB). “Digo isso porque nunca vi nenhum vereador aqui falar assim com outro colega que seja homem”, declarou.

Na oportunidade, Mônica disse que a presidência já tinha conhecimento de decisão judicial relativa ao pedido de fornecimento, por parte do vereador Moisés Barboza, de imagens das câmaras de segurança da Casa. Conforme a vereadora, as imagens serão encaminhadas ao Juízo respectivo. "Em nenhum momento, houve qualquer óbice. Apenas a preocupação em preservar a imagem das inúmeras pessoas que acorrem todos os dias a esta Casa", afirmou.

Mônica Leal lamentou que Moisés Barboza tenha afirmado suspeitar, em entrevista à emissora de rádio, de que o pedido de impeachment não havia sido protocolado na quarta-feira. “A acusação do vice-líder do governo é gravíssima, porque ele está acusando servidores do quadro, que são concursados, a praticar crime ou vários crimes, que são: prevaricação, falsidade ideológica e talvez até improbidade”, declarou.

Ela reafirmou que o pedido de impeachment foi protocolado na quarta-feira, dia 21 de agosto. Sobre acusações de que o pedido de impeachmente foi feito por pessoa filiada ao PP, a vereadora disse que os autores dos outros três pedidos de impeachment, também tinham filiação partidária. "Só atacaram esta presidente. Não os outros. Todos os procedimentos foram iguais”, declarou e salientou: "Querem desviar o foco, para o denunciante”.

Monica ainda classificou como baixo o que tem visto no Legislativo da capital: "Os ataques se dirigem à uma presidente que nada mais faz do que levar na íntegra a lei e o Regimento Interno da Casa.  Toda a minha vida de Câmara, e lá se vão 20 anos, eu nunca vi alguém agredir assim um Presidente, mas três vereadores conseguiram fazer isso. Por quê? Não estão satisfeitos com a minha condução? Eu não vou sentar em cima de nenhum pedido de impeachment ou de qualquer ilegalidade, pode ser do meu partido”, declarou.

Ao se dirigir aos três vereadores citados, a vereadora os adjetivou como machistas, desrespeitosos, mal-educados, agressivos. “Vereador Valter Nagelstein, o senhor é machista de internet, se esconde atrás das redes para atacar mulheres. Que eu saiba, a vereadora Karen Santos (PSol) já entrou com um pedido contra o senhor, nesta Casa, que está na mesa também, sobre atos machistas”, finalizou, afirmando que os vereadores não irão intimidá-la. 

Resposta

Por ter sido citado na manifestação da vereadora Mônica Leal, Valter Nagelstein solicitou Direito de Resposta, por considerar ter tido sua honra atingida. Ele falou em tempo especial, previsto no Regimento Interno, o qual estabelece que, se alguém for citado e acusado nominalmente, terá direito à manifestação.

O vereador, inicialmente solicitou a projeção de imagem e afirmou que a mesma diz respeito à primeira falta grave que a presidente cometeu. As imagens mostravam manifestação, ocorrida entre 2009 ou 2010, quando o prédio da Prefeitura foi pichado, janelas foram quebradas e pessoas sofreram lesões corporais. De acordo com Nagelstein, naquela data, a vice-presidente do Centro Acadêmico do DCE da UFRGS tinha sido presa - quando a porta principal da Prefeitura cedeu àquela multidão, e que ele tinha a impressão de que tinha sido sua ilustre colega vereadora Karen Santos.

“Isso eu disse sobre aquele dia, aqui da tribuna e a vereadora Karen, no direito seu, representou contra mim”, explicou, afirmando que sequer ainda tenha sido citado na representação. “A presidente não pode pegar um processo em que alguém está sendo acusado, se não lhe foi oferecida ainda sequer o direito à ampla defesa! Ela precisa preservar a Casa, quanto mais num processo que, volto a dizer, eu nem o direito à ampla defesa pude exercer. Jamais isso aconteceu nesta Casa.Essa é a primeira quebra de decoro”, exclamou.

Nagelstein citou um dito francês: “Caluniai, caluniai, caluniai, alguma coisa restará”, disse. Segundo o vereador isso era feito por Goebbels na Alemanha nazista. “Quem faz isso é nazista! Quem repete uma mentira mil vezes para que ela se transforme em verdade é nazista! Eu sou pai de duas filhas, com muito orgulho, chamem as minhas duas filhas aqui e perguntem a elas, se eu sou machista; eu sou casado há 25 anos! Pergunte à minha mulher, nesse tempo de convivência, se alguma vez eu fui machista”, afirmou ressaltando que a covardia e a vilania encontram na adjetivação do machismo, o seu último refúgio. 

O vereador argumentou ainda que críticas feitas por ele foram sobre desrespeito ao Regimento. “Bastou eu dizer isso para falar que eu estava atacando pessoalmente a presidência e que eu era machista. Por que um recurso demora quatro meses para ser votado e um impeachment demora duas horas para ser decidido? Qual é o critério", questionou. Sobre post no twitter, Nagelstein declarou que escreveu que a justiça determinou aquilo que todo mundo já sabia. “Em um prédio público as imagens são públicas".

Texto

Lisie Venegas (reg. prof. 13688)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)