Comissão Especial

PRF alerta para acidentes causados por carroças

Comissão discute problemas causados pelas carroças nas ruas da Capital Foto: Tonico Alvares
Comissão discute problemas causados pelas carroças nas ruas da Capital Foto: Tonico Alvares

A comissão especial para tratar da circulação de carroças em Porto Alegre recebeu, no início da noite desta segunda-feira (3/12), diversas instituições para falarem sobre o tema.  A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério Público (MP) estiveram presentes, além de entidades de programas de proteção aos animais. O objetivo da Comissão é ouvir o maior número de entidades e instituições envolvidas com o assunto na cidade.

Atendendo a rodovia BR 290, a Freeway, e a saída para as ilhas da Capital, o supervisor da 1ª Delegacia Metropolitana da PRF, Leandro Nyland, relatou que são comuns acidentes nestas regiões envolvendo carroças, especialmente entre a ponte do Lago Guaíba e a do Rio Jacuí. “Este é um trecho crítico. Toda semana temos problemas. Caso não tivéssemos esta movimentação, diminuiríamos os acidentes”, informou. Nyland ponderou que a redução gradual de carroças beneficiaria o trânsito.

Para a promotora de justiça Sandra Santos Segura, da Promotoria do Meio Ambiente, a iniciativa da Câmara é positiva, uma vez que Porto Alegre vem, de acordo com ela, se transformando em uma cidade de reciclagem a céu aberto. “Temos o recolhimento de forma clandestina e precisamos de uma legislação prática para o enfrentamento da questão e uma fiscalização atuante”, afirmou. A promotora ressalta que, no contexto atual, têm que ser consideradas as demandas socioeconômicas. “O MP é uma parcela neste tema, que fiscaliza a Lei dentro da realidade em um país com diversos problemas sociais”, completa.

Representando o Conselho do Bem Estar do Animal, Graciela Giurni afirmou que diversos casos de cavalos agonizantes são diagnosticados de forma errada por pessoas não habilitadas. “Sempre que chamados, nos dispomos a ir até o local avaliar o animal. Entretanto, a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) não nos aciona, e o atendimento é feito por pessoas que não são médicos veterinários”, criticou. Ela afirmou que muitos cavalos foram eutanasiados sem necessidade.

O presidente da comissão especial, vereador Adeli Sell (PT), ressaltou que a comissão vai ouvir todos os segmentos da sociedade envolvidos no tema e comunicou que foi a Caxias do Sul, acompanhado pelos vereadores Sebastião Melo (PMDB) e Luiz Braz (PSDB), conhecer o sistema de recolhimento de lixo mecanizado. “Constatamos a modernização da coleta dos resíduos sólidos, com poucos atravessadores e recolhedores. Lá, os galpões de reciclagem oportunizam rendimentos mensais de até R$ 900,00 aos trabalhadores”, informou.

Melo disse que não se resolve um problema tão complexo com soluções fáceis. “Os governos não têm enfrentado a matéria. O poder público precisa realizar campanhas sobre educação na separação do lixo; e a prefeitura, recolher mais lixo”, ponderou. O parlamentar disse que a Capital recolhe hoje a mesma quantidade de resíduos sólidos que a cidade serrana: 60 toneladas por dia.

Também estiveram presentes os vereadores Dr. Goulart (PTB), relator da comissão, Claudio Sebenelo (PSDB) e Maria Luiza (PTB). A comissão volta a tratar do assunto na próxima segunda-feira (10/12), quando pretende ouvir os representantes da EPTC, Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e da Secretaria Municipal da Coordenação Política e Governança Local.

Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)