Comissões

Religiões de matriz afro reivindicam área para cultos

  • Comissão discute PPP de Culto de Matrizes Africanas APOAXÉ. Na foto, com a fala, Mãe Ieza de Oxum.
    Comissão discute PPP de Culto de Matrizes Africanas APOAXÉ. Na foto, com a fala, Mãe Ieza de Oxum. (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)
  • Comissão discute PPP de Culto de Matrizes Africanas APOAXÉ.
    Comissão discute PPP de Culto de Matrizes Africanas APOAXÉ. (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)

Uma comitiva de representantes de cultos de matriz africana esteve na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) da Câmara Municipal de Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (12/9). Os integrantes da comitiva solicitaram aos vereadores que compõem a comissão que interfiram junto ao Executivo para que seja cedida uma área para que essas entidades possam fazer suas manifestações religiosas. 

De acordo com pai Paulinho do Xoroquê, que falou em nome das entidades, existe a necessidade de um espaço onde eles possam cultuar suas ancestralidades de forma segura. “Precisamos de um espaço onde tenha mata, cachoeira, rio e que possamos largar nossas oferendas sem discriminação”, ressaltou ele, alegando que muitas vezes eles são hostilizados pelos que não conhecem essa cultura. “Fazemos nossas oferendas, e elas são recolhidas como se fossem lixo.”

Mário Silveira Rheigantz, defensor público coordenador do Centro de Referência em Direitos Humanos da Defensoria Pública do RS (CRDH-DPE/RS), defendeu a iniciativa, alegando que o Estado é laico. “Nós, da Defensoria, encampamos uma luta em defesa da manutenção do Conselho do Povo de Terreiro justamente para que este segmento tenha espaço e respeito junto aos órgãos públicos”, disse Rheigantz. 

A vereador Karen Santos (PSOL) defendeu que a Câmara debata mais o tema devido à sua importância para a origem da história das matrizes africanas. “Precisamos recompor a história para entender a importância dessa cultura.” O vereador Marcelo Sgarbossa (PT) disse que já questionou junto à presidência da Casa a existência de um crucifixo no Plenário Otavio Rocha. “Somos um espaço plural; portanto, não entendo a existência de somente um símbolo religioso”, enfatizou ele, defendendo que todas as representatividades tenham espaços iguais.

O vereador Luciano Marcantônio (PTB) lembrou que, nesta quarta-feira (11/9), a Câmara aprovou um projeto permitindo que a prefeitura faça permutas com áreas ociosas do Município. “Talvez esse seja o momento em que possamos avançar, contemplando essa demanda social.”

O vereador Moisés Barboza (PSDB), que preside a Cedecondh e conduziu os trabalhos, informou quer vai formalizar a demanda junto ao Executivo através de Projeto Indicativo. “Mas vale lembrar que é o começo de uma construção que vamos fazer juntos”, falou o vereador, lembrando que, caso seja aprovado, é preciso ver as condições jurídicas para concretização do processo.

Texto

Regina Andrade (reg. prof. 8.423)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:cultosreligiõesafricanamatriz afro