Plenário

Sessão Ordinária / Comunicações e Lideranças

  • Vereador Mauro Pinheiro na tribuna do plenário
    Vereador Mauro Pinheiro (Rede) (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)
  • Vereador suplente André Carús, do PMDB, toma posse. Na foto: Vereador André Carús
    Vereador André Carus (PMDB) (Foto: Guilherme Almeida/CMPA)

Na tarde desta quinta-feira (12/5), nos períodos de Comunicações e Lideranças da sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre, os vereadores debateram os seguintes assuntos:

IMPEACHMENT I - Referindo-se ao cenário político do país, Mauro Pinheiro (Rede) disse que a admissibilidade do processo de impeachment pelo Senado é sinônimo de tristeza, independentemente do posicionamento de cada um. “É um momento delicado que vivemos, onde não há vencedores ou perdedores, pois o país todo perde com um processo de impeachment.” Afirmando que o julgamento do processo se dá muito mais pela instabilidade politica e econômica do que pelos crimes apontados na denúncia, ele defendeu que seja convocado um novo processo eleitoral. “Se o vice-presidente for realmente um estadista, deveria dizer que assume provisoriamente propor novas eleições.” (PE)

MENTIRAS – “Não concorro à reeleição, mas levo vários ensinamentos desta Casa”, iniciou Bernardino Vendruscolo (PROS), dizendo que “leva uma mágoa” de não ser capaz de convencer prefeitos ou vereadores da necessidade de fazer-se uma defesa da cultura gaúcha. “Ela não é melhor do que as outras, mas chama atenção e não estamos valorizando a cultura regional.” Ele evidenciou também que “o povo brasileiro cansou dos políticos que usam a mentira como instrumento”. “O prazo de validade da mentira se esgotou, e aquele político que mentir, doravante, vai pagar muito caro”, sentenciou. (PE)

ANIMAIS - Rodrigo Maroni (PR) convidou todos para o evento que acontecerá amanhã, às 19 horas, no Auditório Ana Terra, que irá abordar a situação dos animais em Porto Alegre. “Discutiremos o projeto do hospital público veterinário, para que ele não fique apenas no papel ou seja ineficiente”, disse. Segundo o vereador, o encontro tratará também da existência da Delegacia dos Animais e projetos para castração dos mesmos. “Deve haver uma parceria público-privada com clínicas particulares para que se estruture uma forma de fazer isso.” Maroni também sugeriu a adoção de uma ambulância de resgate aos animais. (PE)

IMPEACHMENT II - Empossado em virtude da licença do colega de partido Valter Nagelstein, André Carús (PMDB) afirmou que buscará trazer assuntos de pertinência aos cidadãos porto-alegrenses. Dizendo que assume em uma “data histórica”, ele declarou ter expectativa de que a etapa do impeachment logo seja vencida. “O Brasil precisa recuperar o rumo e projetar-se no cenário internacional, pois a paralisia política e econômica aprofundou a crise e fez com que o fisiologismo tomasse conta da política.” Ao fazer uma autocrítica ao próprio partido, ele disse esperar que figuras como Eduardo Cunha e Renan Calheiros, presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, sejam afastadas dos quadros do PMDB. “Temer também deve impedir que investigados sejam nomeados para o governo”, completou. (PE)

HOSPITAL - Dr. Goulart  (PTB) falou sobre o fechamento do Hospital Parque Belém. "Neste momento, há 18 pacientes internados por convênios. Tenho observado um pequeno descuido com esse hospital." Segundo ele, o Parque Belém resolveria os problemas de locomoção dos moradores da Zona Sul. "Quando alguém passa mal, o destino destas pessoas que moram na Zona Sul é ir até o Bairro Cristo Redentor", disse. Segundo ele, vidros quebrados e banheiros sem grades foram os principais motivos pelo encerramento das atividades do local. "Gostaria de saber para onde vão essas 18 pessoas internadas. Precisamos nos unir para que o governo não interfira no hospital." (CPA)

GOVERNO - Engenheiro Comassetto (PT) falou sobre o afastamento de até 180 dias da presidente Dilma Rousseff do governo federal. Segundo o vereador, não haverá mulheres e negros trabalhando junto ao mandato de Michel Temer. "Saiu hoje a lista de quem trabalhará junto a Temer no governo. Sem perceberem, negros e mulheres não fazem parte desta equipe, mas sim homens ricos e com influências financeiras", disse. Ao finalizar, citou: "O governo que assume tomou de assalto o lugar que está hoje. É lamentável." (CPA)


DEMOCRACIA 
- Idenir Cecchim (PMDB) falou sobre o processo de impeachment, que decretou o afastamento da presidente Dilma Rousseff. "Se Dilma caiu, foi por incompetência. Não adianta culpar terceiros; está tudo muito claro." Segundo Cecchim, o processo de impeachment é coerente e democrático. "Não podemos admitir um governo ladrão. Já basta de tanta corrupção e desrespeito com o povo brasileiro." (CPA)

GOLPE - "Hoje é um dia muito triste para a população brasileira. O afastamento da presidente retrata o fim da democracia. O Brasil não merecia ser governado por um golpista, igual a Michel Temer", disse Sofia Cavedon (PT), ao citar o golpe. Segundo vereadora, o impeachment é desrespeitoso aos eleitores que votaram em Dilma. "O que nós vivemos hoje é um golpe de quem não conseguiu, nas eleições, nas urnas, uma vitória", disse. (CPA).

HOSPITAL - Dr. Thiago Duarte (DEM) disse que é um dia de muita preocupação, devido ao possível fechamento de um importante e indispensável hospital, o Parque Belém. "Não podemos abrir mão de um hospital que oferece 400 leitos, ainda mais no começo do nosso inverno, em meio a um surto de gripe A. Nós não podemos por uma medida administrativa punir a nossa população com atendimento à saúde. As justificativas apresentadas para o fechamento do Parque Belém, como falta de azulejos, não são plausíveis e nós não podemos admitir isto. Nós já estamos perdendo o Hospital Porto Alegre e já perdemos o Petrópolis e nós não podemos admitir agora o fechamento irresponsável e por tempo indeterminado de uma instituição deste porte. Existem pessoas aguardando há quatro anos por uma cirurgia ortopédica. A sociedade e a Câmara não pode assistir de forma passiva mais um fechamento de hospital na cidade de Porto Alegre", concluiu Dr. Thiago.  (JC)


GOVERNO - 
Clàudio Janta (SD) disse que as reformas políticas não foram feitas pelo governo Dilma e que manterá a fiscalização do novo governo que se inicia hoje. "Se fosse metade da população que estivesse apoiando o ex-governo da presidente Dilma, com certeza o país amanheceria parado. Com certeza, transporte, fábricas e canteiros de obras estariam parados. Porém o que se vê é uma parcela pequena sobrevivendo de recursos federais e defendendo um governo que não honrou suas promessas e compromissos. O PT esteve por 13 anos no comando do governo e não fez as reformas políticas necessárias e prometidas. Foi o PT quem colocou o Temer na Presidência e agora reclama do seu antigo vice." Segundo Janta, o governo foi incapaz de fazer as reformas políticas e trabalhistas e agora precisa deixar a Presidência, pois não tem o menor. Precisamos agora, mais do que nunca, olhar para frente e pensar nas reformas urgentes que este país precisa fazer e não realizou durante 13 anos. As centrais sindicais e o povo brasileiro querem que o Brasil volte a crescer e a investir na geração de emprego e renda. É isto que o povo quer. Se o governo Temer não estiver atendendo aos interesses dos trabalhadores, certamente nós vamos para as ruas e  cobraremos", disse Janta. (JC)

RENEGOCIAÇÃO - André Carús (PMDB) destacou a importância da renegociação da dívida do Rio Grande do Sul com o governo federal. "Precisamos alertar sobre os valores exorbitantes da dívida gaúcha pagos atualmente para a União. Estes valores são impagáveis. O ex-governador Tarso Genro prometeu que renegociaria a dívida, mas não o fez, mesmo sendo do mesmo partido da presidente Dilma. Precisou o governador Sartori entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal para congelar e rever os juros da dívida. Esta crise ética e moral promovida pelo PT paralisou o país e terminou com os investimentos privados. Tenho certeza de que, daqui para a frente, vai terminar a roubalheira que paralisou o país e envergonhou o Brasil no exterior", disse Carús. (JC)

CRÍTICAS - Fernanda Melchionna (PSOL) criticou as alianças políticas e partidárias realizadas atualmente no Brasil e disse não acreditar em um governo de renovação nacional proposto por Michel Temer. "A grande verdade é que PT e PMDB andaram juntos por 13 anos. Paulinho da Força e também outros políticos que agora apoiam o golpe também estiveram ao lado dos governos petistas. Nós criticamos estas alianças podres e de ocasião. Nós podemos falar com a consciência limpa, pois nunca tivemos cargos no governo do PT e sempre denunciamos todas estas ofensas que o povo trabalhador e mais humilde sofreu. O PMDB do Temer vai ser a manutenção e o aprofundamento do ataque aos trabalhadores. Atualmente são sete ministros indicados pelo Temer acusados na Operação Lava-Jato. Eu sempre defendi por muitos meses, nesta mesma tribuna, que fossem realizadas eleições gerais. Nós não podemos acreditar neste discurso mentiroso de renovação nacional", afirmou Fernanda. (JC)


MUNICÍPIO
 – Adeli Sell (PT) se solidarizou com as mulheres vereadoras devido aos ministérios do governo Temer serem formados somente por homens. Depois, falou sobre a conjuntura política municipal, citando o caso dos feirantes do centro de Porto Alegre: “O Centro está tomado por feirantes que simplesmente emporcalharam as ruas, mas eles também não têm condições de trabalho. Nós – governo e população - vamos resolver as questões desses trabalhadores semi-escravos.” Citou também os problemas do transporte coletivo. “Eu tenho observado como as pessoas sofrem para passar nas roletas de ônibus. Isso humilha as pessoas! Eu quero levar essa discussão para as comissões”, concluiu. (AZ)

Texto: Ananda Zambi (estagiária de Jornalismo)
           Clara Porto Alegre (estagiária de Jornalismo)
           Paulo Egidio (estagiário de Jornalismo)
          Jonathan Colla
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)