Sessão

Sessão Ordinária / Lideranças

  • Debates em plenário durante pedido de impeachment ao prefeito Nelson Marchezan Filho. Na foto, vereadores Mauro Pinheiro e Mônica Leal.
    Vereador Mauro Pinheiro (Rede) (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Debates em plenário durante pedido de impeachment ao prefeito Nelson Marchezan Filho
    Presidente da Câmara, vereadora Mônica Leal (PP) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

Os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre, durante os períodos de Lideranças da sessão ordinária desta quarta-feira (21/8), trataram dos seguintes temas:

IMPEACHMENT - Mauro Pinheiro (Rede) disse que todas as mulheres merecem respeito, “assim como a presidente Mônica Leal (PP) também merece”. Entretanto, Pinheiro também mencionou ter algumas discordâncias com Mônica. Segundo ele, este é o terceiro ou quarto pedido de impeachment do prefeito Nelson Marchezan Júnior e, em todos eles, “o parlamentar que presidia a sessão anunciava o impeachment e, depois, abria a Liderança para os vereadores”, contou ao lamentar, contudo, que “nós só ficamos sabendo o que seria discutido ao atropelo”. Na opinião de Pinheiro, Mônica iniciou a sessão com a leitura do pedido e, portanto, sem um processo democrático. “Os vereadores não são mais consultados. Parece um ato de vingança do PP”, relatou Pinheiro ao mostrar imagens do autor do impeachment que, de acordo com ele, é filiado ao Progressistas. (BSM)

ATAQUE - Mônica Leal (PP) disse que foi atacada. “Mauro colocou em xeque a minha condução como presidente”, falou, ao destacar que ela preza pelo cumprimento da lei e do Regimento Interno da Câmara”. Mas Mônica observou que não apenas o vereador Mauro Pinheiro (Rede) tem atacado ela. Conforme a parlamentar, Pinheiro a surpreendeu com tudo o que ele expressou na tribuna. “Não consigo entender isso. O pedido de impeachment partiu de alguém filiado ao PP, mas todo mundo tem um partido”, sublinhou. Por isso, ela constatou que independe o partido do denunciante para a realização do pedido, e sim a fundamentação dele. “Porque se não é conivência. É compactuar. E se quem entrou é do PP, do PDT, do PT, a mim não interessa”, respondeu. Por fim, Mônica recordou que “todos os outros pedidos tiveram essa mesma tramitação”. “Agora vem o líder do governo e o seu fiel escudeiro Valter (Nagelstein, MDB) me atacar”, concluiu. (BSM)

SOLIDARIEDADE - “Que barbaridade. Que vergonha. A minha solidariedade à vereadora Mônica”, expressou Adeli Sell (PT). Para ele, quando Mônica fala de machismo ela tem razão. “Vocês são fiéis ao castilhismo. Vocês me envergonham”, lamentou o petista aos colegas vereadores. Sobre o pedido de impeachment, opinou no sentido de que não importa o partido do denunciante. “A questão é: os fatos existem ou não?”, questionou, ao igualmente perguntar os motivos de os parlamentares não discutirem "a Carris, o Michel Costa e o Banco de Talentos”. (BSM) 

INTERVENÇÃO - “É muito importante os jornalistas prestarem atenção no debate que está ocorrendo”, apontou Roberto Robaina (PSol) ao destacar “a intervenção do líder do governo diante de um debate grave”. Para o psolista, quem faz a leitura da peça que solicita o impeachment “vê que ela é bem fundamentada”. Todavia, Robaina comentou discordar do posicionamento do vereador Mauro Pinheiro (Rede). “Mauro vem aqui, na tribuna, usar a palavra e fazer uma ligação política entre a presidente da Câmara e o impetrante do impeachment”, narrou. Na oportunidade, Robaina questionou a Mauro o seguinte: “Se há pessoas do PP interessadas em jogar à luz, bem-vindo seja, Mauro. Ou tu quer colocar isso para baixo do tapete?”. (BSM)

SOLIDARIEDADE - Mauro Zacher (PDT) prestou sua solidariedade à presidente Mônica Leal (PP), ressaltando que é uma honra ter uma mulher presidindo a Casa. Destacou que a Casa viveu hoje "um momento truculento" e que é preciso buscar, no Regimento Interno, instâncias que permitam o debate. "O tema é importante, e o governo tem de vir a público responder as denúncias." Relatou que já havia formulado várias dúvidas ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público a respeito da regularidade de obras de infraestrutura da cidade. Também lembrou que, em passado recente, teve de obter liminar na Justiça para que galerias do plenário da Câmara ficassem abertas à participação do público durante votação. "Não existe alinhamento automático, o governo deve debater com sua base de apoio e também com a oposição. Temos grandes desafios para a cidade." (CS)

CONSTRANGIDO - Professor Wambert (PROS) se disse constrangido pelo modo como o pedido de impeachment do prefeito foi conduzido pela presidência da Casa. "Quero externar minha perplexidade com o golpe que se tenta implantar na Câmara de Porto Alegre. Um libelo de quase 200 páginas não pode ser votado sem ser antes discutido." Observou que os 36 vereadores serão magistrados do processo. Segundo ele, o pedido foi disponibilizado no sistema SEI às 12h12 de hoje. "O prefeito foi eleito pelo povo de Porto Alegre, não pode ser tratado com esta leviandade. estamos passando vergonha. Como podemos votar esta denúncia sem o direito ao contraditório?" Também afirmou que o "argumento do machismo", utilizado por Mônica Leal, "apequena o parlamento" e acusou ter havido quebra de decoro por parte da presidente, que deveria ter se declarado impedida de presidir a sessão. (CS)

APELO - Comentando o pedido de impeachment apresentado por um filiado do PP, Ricardo Gomes (PP) ressaltou que, assim como outros vereadores não respondem por todos os filiados dos seus partidos, o PP também não responde por todos os seus filiados. "Nem a executiva do PP nem a liderança do partido na Câmara deliberou sobre pedido de impeachment. A leitura do pedido não significa sua subscrição. Parece que o líder do governo elegeu a presidente da Casa como sua inimiga favorita. Há um conflito político estabelecido e, ao que parece, ele favorece o prefeito municipal, que já entrou em 'modo campanha'." Ricardo Gomes apelou para que vereadores tenham responsabilidade com a Casa e com andamento dos processos e deixem de fomentar ataques pessoais." (CS)

ATROPELO - Moisés Barboza (PSDB) afirmou não ter dificuldades em defender o prefeito Nelson Marchezan Júnior, "que tem trajetória de luta honesta e ilibada". Relatou que, na segunda-feira, já havia ouvido boatos sobre pedido de impeachment. Na reunião de líderes desta quarta-feira, afirmou Barboza, foram tratados outros assuntos e apenas no final do enconto a presidente Mônica Leal teria comunicado que havia recebido um pedido de impeachment do prefeito. "As 194 páginas do processo ainda não estavam com a presidente ao meio-dia. Cheguei à sessão de hoje sem ter lido o processo e descobri que não poderia discutir nada antes de votar." O vereador disse ainda que Mônica Leal deveria ter se declarado impedida de presidir a sessão. (CS)

MACHISMO - Valter Nagelstein (MDB) disse que quando alguém acusa uma pessoa de alguma coisa e ela fica se defendendo, acaba perdendo o debate. “Discuto quando temos afirmações diferentes com todas as pessoas. E quando é com uma mulher onde discutimos ideias diferentes não há machismo nisso. Todos têm o direito de ser o que querem ser. A minha discussão com a vereadora Mônica Leal (PP) não tem nada pessoal ou sobre a questão de machismo. Todos os comandos do direito constitucional foram atropelados diante destas acusações de machismo. Eu sou magistrado, não posso deixar passar essa questão”, contestou. Disse jamais pensar que pudesse ver esse dia, onde PSol e PT se aliam por questões políticas. “O desgaste pessoal que tem só um destinatário. A verdade deve ser falada, pois representa a esperança das pessoas e não deve ser vista como uma questão de gênero”. (PB)

CONTEÚDO - O vereador Felipe Camozzato (Novo) destacou que o que lhe preocupa é o tema pelo qual o pedido de impeachment foi feito. “Entendo que o conteúdo deve ser o cerne desta questão aqui, independente de partido ou disputa política. Nesse momento, para além das divergências desses discursos, devemos discutir o conteúdo e darmos essa satisfação a nossa população”. (PB)

RESPEITO - Idenir Cecchin (MDB) falou que chegou à conclusão que esse pedido de impeachment foi feito a muitas mãos, pois tem certeza de que o tema não precisa de defesa e crê que isso não veio do vice-prefeito Gustavo Paim, que é um homem comprometido.  “Tenho certeza que o PP é um partido sério e que jamais apoiaria isso. Eles não usariam esse subterfúgio. Sabemos que esse partido é uma legenda de homens sérios e isso foi algo rasteiro”, enfatizou. Cecchin disse que usaram os motivos desse pedido para fazer algo que desmoraliza o partido. “Creio que esse pedido não veio do PP, que deve ser respeitado. Não devemos banalizar para fiscalizar um documento que tem consistência duvidosa”. (PB)

LEGISLAÇÃO - Cláudio Janta (SD) disse que esta Casa tomou uma decisão sábia em relação ao impeachment de hoje, transferindo a discussão e votação para outra sessão. Observou que pouco importa de quem é a autoria do pedido e lembrou que o primeiro pedido de impeachment do prefeito quem fez concorreu pelo seu partido. Segundo ele, todo pedido é feito por um agente político. “Creio que o que os vereadores vêm falando num conjunto de coisas que deve ser buscado numa consultoria e vejo que a presidente cumpriu o rito do legislativo municipal”. Janta destacou que os vereadores não são juristas e sim legisladores. “Esta é uma Casa política e vejo que esta casa funciona conforme a sua maioria. Esta é a verdade. Não devemos apequenar a nossa Câmara”. (PB)

Texto

Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Priscila Bittencourte (reg. 14806)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)