Show sobre a Revolução Farroupilha reúne grande público na Orla

Neste domingo (2/12), o último dia de espetáculos do espetáculo Revolução Farroupilha – Uma História de Sangue e Metal reuniu centenas de pessoas de diversos bairros da Capital e da grande Porto Alegre na Orla Moacyr Acliar. Elas lotaram as arquibancadas e levaram cadeiras para prestigiar as duas apresentações realizadas: uma às 19 horas e outra às 20 horas. A organização do evento decidiu realizar uma sessão extra no domingo em razão do mau tempo no sábado, que inviabilizou a programação.

A nova orla e o pôr-do-sol foram escolhidos como cenário do show multimídia nos moldes de um musical, envolvendo 120 profissionais entre artistas e técnicos. O ator Igor Ramos, de 34 anos, fez parte do quarto ato, na encenação do massacre de lanceiros negros na Batalha de Porongos, que retratou a história da guerra de forma crítica. O ator disse foi um privilégio participar dessa parte do espetáculo. Por ser negro, se viu representado. “Essa nova roupagem da encenação da Revolução Farroupilha nos faz refletir sobre nossos valores. Espero que possamos expandir essa experiência em outros palcos também.” 

A atriz Cibele Donato, de 32 anos, integrante do quinto ato, ressaltou que, mesmo tendo pouco tempo para ensaiar, o grupo, que é bem unido, soube trazer para o público a história de forma repaginada, dançada e cantada. “Foi muito intenso o tempo que tivemos para nos preparar, mas foi muito gratificante ver o resultado final. Fiquei muito satisfeita.”

Público

O casal Vilson Amorin da Silva e Sônia Fernandes da Silva vieram de Canoas assistir ao espetáculo e ficaram maravilhados com o que viram. “Que bacana, uma maneira diferente de trazer a nossa história, que prendeu os nossos olhos. Muito criativo e empolgante", disseram.

Gley Chiavaro, de Gravataí, se disse emocionada com o espetáculo. Informou que já assistiu a filme sobre a Revolução Farroupilha, mas, com essa apresentação, nunca imaginaria ver. “Fiquei muito feliz em poder prestigiar o espetáculo, principalmente por ver minha sobrinha se apresentando. Foi uma mistura de emoções.”

Fabiana Ribeiro, de Porto Alegre, assistiu às três apresentações e destacou que o ato que mais chamou a sua atenção foi o dos Heróis Anônimos. Ela ressatou a o trabalho do diretor artístico Jessé Oliveira e a representando da Batalha de Porongos, "injustiça cometida durante a Guerra dos Farrapos, até hoje mal compreendida e não revelada pela história, adorei”.

História e cultura

O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Valter Nagelstein (MDB), falou de sua percepção sobre o espetáculo. “É sempre fundamental que o povo conheça sua história. Mesmo este projeto sendo polêmico aos olhos de muitos, perseveramos e aí está o resultado, sucesso de público que veio e prestigiou o musical", disse. "Nosso propósito com essa iniciativa é trazer à população a oportunidade de se envolver com a história e se tornar participante de atividades culturais na nossa capital. Com o projeto, vamos oportunizar também que cerca de 20 escolas da rede municipal de ensino possam prestigiar os espetáculos."

O diretor-geral do musical, Clovis Rocha, informou que, “no dia 18 de dezembro, serão realizadas mais duas apresentações, para cerca de mil crianças de escolas municipais, no Theatro São Pedro. Posteriormente a ideia é que esse projeto percorra também outros municípios.

Estiveram presentes também o escritor Luiz Coronel, o cantor Netto Fagundes, o vice-prefeito de Porto Alegre, Gustavo Paim, e diversas autoridades. 

Texto: Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)