Tribuna Popular

SindBancários aponta irregularidades na venda de ações do Banrisul

Sindibancarios de Porto Alegre.O orador Sr. Everton Gimenes fala sobres a Importancia da defesa do Banrisul.
Gimenis informou que a entidade entrou com representação no TCE (Foto: Tonico Alvares/CMPA)

A Tribuna Popular da Câmara Municipal desta quinta-feira (24/5) contou com a presença do presidente do SindBancários de Porto Alegre, Everton de Morais Gimenis. Seu comparecimento teve por objetivo defender a permanência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) como banco público, assim como denunciar irregularidades relacionadas à venda de ações da instituição financeira.

Gimenis ressaltou que há grande dificuldade para privatizar totalmente o Banrisul, por diversos fatores, o que não impede que o governo do Estado venda ações e faça "uma privatização disfarçada". Segundo ele, no dia 10 de abril de 2018, foi vendido um pacote de ações por preço inferior ao do dia anterior, quando do anúncio da venda, e, dias depois, mais um lote  foi vendido a baixo preço. De acordo com o sindicalista, nenhuma das vendas foi previamente avisada, o que pode configurar irregularidade. “Dá a impressão de que houve um crime financeiro de direcionamento”, explicou.

O presidente do SindBancários destacou que 65% da venda de ações ordinárias com voto foi feita ao Fundo de Investimento Brasil Plural, dirigido por ex-membros da BTG Pactual. Além disso, afirmou que essa mesma empresa foi contratada como corretora do Banrisul – sem licitação – para tratar das ações, quando o próprio banco poderia ter se responsabilizado pela função, já que possui corretora própria. Gimenis lembrou, ainda, que o atual diretor-financeiro do Banrisul trabalhou na BTG Pactual no governo anterior. Segundo ele, poucos dias antes da negociação, o banco criou uma comissão de valores para os superintendentes, os quais eram contrários à transação.

A partir dos fatos citados, Gimenis contou que o SindBancários fez uma representação ao Tribunal de Contas do Estado  explicando as irregularidades e pedindo a suspensão da venda das ações, assim como uma investigação sobre o assunto. De acordo com ele, o Sindicato também entrará com ações no Ministério Público Federal. “Nós sabemos que esse tipo de privatização vai enfraquecer o banco e mudar sua gestão”, relatou. Como atestou, com a venda de ações o governo do Estado poderá ficar com apenas 26% do Capital Social do Banrisul e, consequentemente, de seu lucro, alternando o seu conselho administrativo. Além disso, a venda das ações pode levar o Banrisul a não prestar mais determinados serviços em municípios pequenos, onde não há grande lucro.

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)