Tribuna Popular

Sindiágua/RS é contra possibilidade de privatização do DMAE

Dia mundial da água. Representantes do DMAE defendem a não privatização. Na foto, Alice Aillon, auxiliar técnica do DMAE - SIMPA, Sandra Darvi, Engenheira do DMAE - SENGE e o vereador Valter Nagelstein.
Alice e Sandra alertaram para encarecimento de tarifas em caso de privatização (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

Representando o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua/RS), a engenheira do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) Sandra Darvi e a auxiliar técnica do DMAE Alice Aillon ocuparam a Tribuna Popular na sessão desta quinta-feira (22/3) da Câmara Municipal de Porto Alegre. Aproveitando a passagem do Dia Mundial da Água, apresentaram a posição contrária dos funcionários do DMAE perante a possibilidade de privatização do órgão.

Sandra lembrou que 2017 foi um ano marcado por ataques do governo ao DMAE. Segundo ela, desde janeiro criaram-se leis que estabeleceram uma reforma administrativa na prefeitura, criando e extinguindo secretarias. Com isso, todos os editais e licitações criados pelo DMAE começaram a passar por revisão de uma comissão que tem atuado de maneira morosa. Diante desta situação, os funcionários chegaram à conclusão de que é necessário reagir, com manifestações nas sinaleiras das avenidas e nas comunidades. A campanha de informação sobre as consequências da privatização do DMAE culminou com apoio de um número considerável de parlamentares, conforme ela.

Sandra afirmou que mundialmente se verifica um processo que busca a "remunicipalização" dos serviços de água e esgoto, consequência do aumento das tarifas e da queda na qualidade dos serviços onde a iniciativa privada assumiu estas funções. A engenheira garantiu que o DMAE possui capacidade financeira para manter sua operação e continuar investindo na rede e no tratamento, visto que apresentou lucro de R$ 133 milhões em 2017. De acordo com Sandra, 100% da água fornecida pelo órgão é tratada, assim como aproximadamente 60% do esgoto, com capacidade instalada para atingir até 80% de tratamento de esgoto.

Ela advertiu que a já referida nova comissão instalada pela prefeitura tem atrasado as compras e os contratos de novos equipamentos, assim como tem impedido o ingresso de novos funcionários. “Só não faltou mais água em Porto Alegre por responsabilidade e capacidade criativa e técnica dos funcionários. Não existe motivo nenhum para que o DMAE seja privatizado. Além de trabalharmos com água, produzimos saúde e satisfação”, garantiu.

Alice Aillon informou que a tarifa tenderá a aumentar caso ocorra a privatização. Ela citou que na cidade de Paris, na França, a tarifa subiu mais de 200% com a privatização do serviço. Buenos Aires, na Argentina, também teve aumentos, com a tarifa subindo mais de 700%. Alice também denunciou a precarização que ocorre no quadro de funcionários do departamento: “Nosso atendimento demanda novas pessoas. Atualmente trabalhamos com um terço da capacidade técnica de cargos ocupados. Esta situação prejudica o atendimento à população”, informou. “Peço que se somem para que derrubemos projetos de leis que prejudiquem o serviço de água de Porto Alegre”, concluiu.

Texto: Alex Marchand (estagiário de jornalismo)
Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)