Sociedade Floresta Aurora se queixa de vizinhos

A Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora ocupou nesta quarta-feira (16/5) a Tribuna Popular da Câmara Municipal, quando apresentou aos vereadores o trabalho desenvolvido pelo clube. O presidente da Sociedade, José Francisco Dias dos Santos, pediu o apoio do Legislativo especialmente contra a ação de moradores das proximidades da sede da Avenida Coronel Marcos, 527, que, segundo ele, apresentam contantes queixas contra a entidade.

"Dias atrás, num domingo, às 15 horas, a Brigada Militar foi acionada por vizinhos que estavam incomodados com o barulho de crianças que brincavam na piscina da Aurora. Os brigadianos foram até lá, viram as crianças brincando e saíram constrangidos do local." Santos acrescentou que a sociedade só quer trabalhar de forma ordeira e ter o direito de exercer a cidadania do povo negro.

Santos lembrou que a Floresta Aurora é mais velha que a própria liberdade concedida aos escravos negros. Observou que ela foi fundada em 31 de dezembro de 1872, 16 anos antes da abolição. Explicou que seus fundadores eram negros alforriados, que abriram a entidade para prestar auxílio a famílias nos funerais de parentes. "Antes, os negros eram enrolados em lençóis e jogados numa cova. A Aurora passou a comprar caixões, que eram doados às famílias. Nos dias atuais, disse Santos, a sociedade ainda mantém sua característica beneficente, auxiliando crianças, jovens e idosos carentes. "Além disso, mantemos acervo que busca preservar e divulgar a história dos negros."

Em nome de suas bancadas, manifestaram-se os vereadores Maristela Maffei (PSB), Carlos Comassetto (PT), Luiz Braz (PSDB), Neuza Canabarro (PDT), Bernardino Vendruscolo (PMDB), João Dib (PP), Clênia Maranhão (PPS) e Nilo Santos (PTB), que demostraram apoio à entidade. A presidenta Maria Celeste (PT) disse que a Casa "manterá sua posição de defesa da Floresta Aurora, como sempre fez".      

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)