Sessão Solene

Tinga é agraciado com Título de Cidadão Emérito da Capital

O ex-jogador de futebol recebeu distinção em solene prestigiada por autoridades  Foto: Matheus Piccini/CMPA
O ex-jogador de futebol recebeu distinção em solene prestigiada por autoridades Foto: Matheus Piccini/CMPA (Foto: Matheus Piccini/CMPA)
A Câmara Municipal concedeu, na noite desta terça-feira (26/4), o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao ex-jogador de futebol Paulo Cesar Fonseca do Nascimento, mais conhecido como Tinga. Proposta pelo vereador Valter Nagelstein (PMDB), a homenagem foi dirigida pelo presidente do Legislativo, Cassio Trogildo (PTB), e é fruto do reconhecimento da trajetória profissional de Tinga no futebol e na luta pela inclusão social, igualdade e conscientização contra o racismo.

No início da Sessão Solene, ao destacar os feitos de Tinga, Nagelstein enfatizou a entrega do jogador à sua profissão. “Ele joga com o coração na chuteira, uma postura que falta na sociedade, homens com esse tipo de caráter”, disse. O vereador ainda destacou que a proposição do título foi sugerida com muito cuidado. “Essa homenagem é para valorizar aqueles que de fato merecem tamanha honraria. Saudamos hoje o cidadão emérito de Porto Alegre Paulo Cesar Fonseca do Nascimento, o atleta, pai de família e o ser humano, que, mesmo depois de abandonar os gramados, continuou se dedicando às tarefas de cidadania, de inclusão e promoção”, concluiu Nagelstein.

Em seu discurso, o prefeito José Fortunati relatou que Tinga é um dos poucos atletas que conseguiram êxito nos dois principais clubes gaúchos pelos quais passou, Grêmio e Internacional. “Ele venceu esse Grenalismo exagerado e se tornou um profissional respeitado pelas torcidas. Aprendi a conhecê-lo e respeitá-lo muito”, disse, ao lembrar que, mesmo estando no clube Cruzeiro, em Belo Horizonte, seus olhos estavam voltados para Porto Alegre. “Ele é um cidadão preocupado com as questões sociais, especialmente na luta contra o preconceito e racismo, quando a sociedade se mostra cada vez mais intolerante”, finalizou.

Exemplo e tolerância

Tinga afirmou ser muito orgulhoso da sua história. “Uma das coisas que sempre busquei na minha vida foi ser respeitado, não ser ídolo. Quando era pequeno tive todas as oportunidades de ter escolhido um outro caminho, mas vi no exemplo da minha mãe a oportunidade de seguir em frente através do trabalho”, disse emocionado. O jogador lembrou que vê muitas pessoas falando que não alcançaram seu sonhos porque não tinham pai ou mãe e salientou que cada um de nós faz suas escolhas, sua história. "Acima de tudo, penso que o atributo principal da convivência humana é a tolerância", concluiu.

Prestigiaram a sessão a esposa de Tinga, Milene Nascimento; o  procurador de justiça Keller Dornelles Clós, representando o Ministério Público; o vice-presidente do Sport Club Internacional, Emídio Ferreira; o presidente da Associação Riograndense de Imprensa, jornalista João Batista de Melo Filho, e a deputada estadual Regina Becker.

Trajetória 

Nascido em Porto Alegre, no dia 13 de janeiro de 1978, no Bairro Restinga, na Zona Sul de Porto Alegre, Paulo Cesar Tinga começou sua carreira no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, no qual disputou três edições da Copa Libertadores da América e conquistou, entre outros títulos, a Copa do Brasil, em 1997 e 2001. Depois, jogou pelo Kawasaki Frontale (Japão) e pelo Botafogo (ambos por empréstimo junto ao Grêmio), retornou ao Tricolor Gaúcho e, em 2004, foi vendido ao Sporting (Portugal). 

Em 2005, Tinga voltou ao futebol brasileiro para jogar no Internacional. Em 2006, o jogador se apresentou ao Borussia Dortmun (Alemanha) e, em maio de 2010, se despediu do clube, para retornar ao Inter, no qual conquistou novamente a Copa Libertadores da América, em 2010, e o Campeonato Gaúcho, em 2011, além da Recopa Sul-Americana de 2011. Em 2012, Tinga atuou no Cruzeiro Esporte Clube de Minas Gerais, onde encerrou sua carreira. 

Texto: Lisie Venegas (reg. prof. 13.688)
Edição; Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)