Comissões

Usuários criticam falta de manutenção da Redenção

Reunião da Cefor discutiu situação da área, cujo nome oficial é Parque Farroupilha

Comissão discute o Parque Farroupilha (Redenção), seu potencial econômico e os reflexos em seu entorno. Na foto, com a fala, Roberto Jakubaszko, representando o Conselho de Usuários da Redenção.
Jakubaszko (e) e os vereadores Nedel, Ferronato e Camozzato (e) (Foto: Elson Sempé Pedroso/CMPA)

A Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu, nesta terça-feira (10/9), o Parque Farroupilha (Redenção), seu potencial econômico e os reflexos em seu entorno. Na reunião, coordenada pelo vereador Airto Ferronato (PSB), presidente da Comissão, representantes de usuários e de entidades que funcionam nas proximidades do Parque reivindicaram maior atenção do Executivo com a manutenção e a preservação da área.

Roberto Ivan Jakubaszko, coordenador do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, destacou que o espaço, de 69 hectares, originalmente era uma várzea com pouca vegetação que servia como bacia de contenção para a água da chuva. “Ao longo do tempo foi sendo vegetalizado e hoje é um dos raros parques do mundo que é centralizado. Em torno de 1 milhão de pessoas passam por mês no Parque”, afirmou. Citou, também, que a área é rota de aves migratórias. 

Jakubaszko ainda destacou os cinturões nas proximidades do Parque - da saúde, educação, cultura, gastronomia, comércio e entretenimento – que movimentam um alto valor. “O fluxo financeiro gerado dentro do Parque e no entorno é muito grande. Quanto desse dinheiro é revertido em melhorias para a Redenção e a comunidade?”, questionou. O coordenador defendeu que cerca de 40% do valor arrecadado com impostos na Redenção possa ser reinvestido na região a partir de indicativos da própria comunidade. “O Parque está sujo, mal-cuidado, a água corre por dentro da Redenção nos dias de chuva. Falta segurança, falta fiscalização no Brique aos domingos”, afirmou, elencando os problemas que poderiam ser diminuídos com maior aporte de recursos.

Preservação 

Carlos Randazzo, presidente da Associação dos Amigos do Bom Fim, entregou documento de repúdio a projeto que possibilita novas construções no Parque Farroupilha. Ele destacou que há uma tendência mundial de preservação das áreas verdes e que a Redenção “é um índice cultural de Porto Alegre”. O dirigente também lembrou que há referências à cultura de diversos lugares do mundo dentro no Parque e defendeu um aporte maior de recursos para a preservação do Parque. 

Já Felisberto Luisi, conselheiro da Região de Gestão de Planejamento 1 no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental (CMDUA), destacou a contribuição da Redenção para a memória e a identidade de Porto Alegre. Posicionando-se contrariamente à possibilidade de terceirização ou privatização do Parque Farroupilha, afirmou que “competência não tem a ver com público ou privado, mas com boa gestão. Quem tem o compromisso de manter o Parque não o faz. Por quê? Para privatizar?”, questionou. Para ele, a modernidade de uma cidade “não está em construir prédios, mas em resolver os seus problemas”. 

Presidente do Centro Cultural Chinês e professor de artes marciais, Sérgio Queiroz falou sobre a má conservação do local, especialmente do Recando Oriental, e lamentou a falta de segurança. Conforme ele, muitos pais de alunos não deixam mais seus filhos praticarem aulas de artes marciais na Redenção devido ao medo da violência. O aumento da insegurança também foi apontado pela vice-presidente da Associação Gaúcha de Atletismo Master (Avega),  Vera Lúcia Lopes. Ela pediu mais atenção da prefeitura para a manutenção do Parque Ramiro Souto, que funciona dentro da Redenção, e toda a área do Parque Farroupilha.

Mobilização 

O vereador Felipe Camozzato (Novo), vice-presidente da Cefor, destacou que a mobilização social é “extremamente relevante e denota a importância do Parque”. Ele citou como exemplo de boa gestão o Central Park, em Nova Iorque, onde há uma gestão colaborativa entre empresa privada e a sociedade. Sobre a possibilidade de novas construções, ponderou que algumas, como banheiros e vestiários, podem ser importantes, mas que é preciso haver a aprovação para cada uma delas. Também refutou a ideia de diminuição da área verde do Parque.

Como encaminhamentos da reunião, Ferronato informou que a Comissão “fará a análise cuidadosa” do projeto de lei que trata sobre novas construções e que solicitará ao Executivo Municipal maior atenção ao Parque Farroupilha. Também participaram do encontro os vereadores João Carlos Nedel (PP) e Mauro Pinheiro (Rede), além de Diovani Machado, ex-administrador do Parque e representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams).

Texto

Ana Luiza Godoy (reg. prof. 14341)

Edição

Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

Tópicos:Áreas de LazerRedençãoParque Farroupilha