Tribuna Popular

Vila Nova Gleba solicita ajuda na Câmara

Região vem tendo problemas com o transporte público e pede mais fiscalização e atenção às leis.

Associação Comunitária da Nova Gleba fala sobre o transporte coletivo. Orador: José Valdir Rodrigues da Silva, associado.
Ex-vereador José Valdir falou em nome da Associação Comunitária (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

O espaço destinado à Tribuna Popular, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (26/10), foi ocupado pelo ex-vereador José Valdir Rodrigues da Silva, representante da Associação Comunitária da Nova Gleba. A sua fala expôs dois problemas relacionados ao transporte coletivo: as condições dos ônibus em sua comunidade e a divulgação e a fiscalização de leis relacionadas ao assunto.

As linhas diretas de ônibus que transitam pela freeway, conhecidas como “diretão”, foram uma conquista da comunidade de Nova Gleba, após reivindicação junto à Secretaria dos Transportes que durou uma década, conta José Valdir. A alegação do órgão, anteriormente, era de que a circulação de coletivos pela via era proibida. Em 1993, então, a região passou a contar com linhas partindo de Nova Gleba e de outras comunidades próximas, de acordo com o solicitado.

Segundo o líder comunitário, os problemas nos transportes da vila começaram quando o terminal dos "diretões" foi transferido para o Bairro Parque dos Maias, restando, mais tarde, somente dois horários de ônibus saindo de Nova Gleba. “Desde então vivemos momentos cíclicos de insegurança, praticamente todo ano surgem boatos de que a Nortran pretende transferir as duas linhas para o Parque dos Maia.” Neste ano, durante as férias dos motoristas, os horários das linhas foram negligenciados e, por vezes, os ônibus não circularam em Nova Gleba, relata José Valdir. De acordo com ele, isso fez com que diminuísse o número de usuários das linhas, o que foi usado como justificava para a extinção do terminal na região.

A fim de sanar o problema, a comunidade mobilizou-se e organizou um abaixo-assinado, que foi entregue ao prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior. Não foi marcada, entretanto, uma audiência para tratar do assunto, reclama o ex-vereador. Sua solicitação nesse sentido é que a comunidade seja ouvida e possa manifestar suas reivindicações para a prefeitura. A comunidade solicita a manutenção da linha direta, o cumprimento de seus horários, a punição à empresa responsável e a informação relativa às sanções a ela aplicadas.

Seu segundo ponto de pauta versou sobre a Lei n° 555, que proíbe o fumo em locais coletivos ou de trabalho coletivo, e a Lei n° 11.533, que determina sobre o Programa Parada Segura. Segundo ele, ambas responsabilizam o poder público pela fiscalização e aplicação de sanções, bem como pela divulgação das leis existentes. Sua alegação é de que o previsto nessas legislações não vem sendo cumprido pela prefeitura municipal e de que, por isso, há desconhecimento sobre elas por parte dos usuários e motoristas de ônibus, o que gera conflitos.

José Valdir lembrou de um caso que aconteceu com ele, quando solicitou, à meia-noite, a um motorista de ônibus que parasse em um local que não o pré-estabelecido, e o funcionário demonstrou desconhecimento sobre o direito à parada segura. “Se nada for feito, essa omissão contribuirá para aumentar o montante de leis inócuas”, relatou. Solicitou, então, que a Câmara cobrasse a execução de tais leis do Executivo. Por fim, parafraseou Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro O Pequeno Príncipe, dizendo: “Esta casa é eternamente responsável pelo que cativa, ou seja, pelas leis que aprova; portanto, tem o poder e o dever de fiscalizar as leis”.

Parabenizando a iniciativa da instituição, o vereador Cláudio Conceição (DEM) reforçou a questão da vigilância no bairro. Ao relatar ter sido morador da região por muitos anos, o vereador disse saber da importância do transporte no local e defendeu a continuidade do serviço. “Os ônibus agilizam o transporte de pessoas até o centro da cidade.” A favor da qualificação do sistema, Conceição afirmou que se vive uma defasagem de postos de segurança, situação que pode mudar com a luta da população local. 

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de jornalismo)
          Munique Freitas (estagiária de jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)