Cultura

"Vista do Guaíba" é instalada na Câmara

Obra de Giovanni Falcone é restaurada e figura no acervo da Câmara.

  • Obras de Arte.
    "Vista do Gaíba", de Giovanni Falcone, no Saguão Otávio Rocha (Foto: Tonico Alvares)
  • Obras de Arte.
    Desenho vencedor do Prêmio Aquisição, de Manu Raupp (Foto: Tonico Alvares)

Na última semana de outubro de 2017, foi instalada a obra “Vista do Guaíba”, de Giovanni Falcone, na Câmara Municipal de Porto Alegre. A pintura fica no Saguão Otávio Rocha, à direita da entrada principal do Plenário de mesmo nome. Feita em óleo sobre tela, mede 115 x 216 cm e está, atualmente, protegida por um painel de acrílico. Nela está retratada a área rural de Porto Alegre.

“Vista do Guaíba” foi pintada no ano de 1893 e adquirida pela Câmara em 1974, sendo a obra artística mais antiga do acervo da Casa. Desde sua compra por Glênio Peres, esteve ou na Pinacoteca Aldo Locatelli ou no Salão Adel Carvalho, da Câmara. Teve sua origem questionada por, pelo menos, três vezes, até que foi comprovado seu pertencimento à Casa. Pode, assim, ser restaurada e, só então, passou a ocupar seu atual lugar.

O acervo

O acervo artístico da Câmara Municipal de Porto Alegre conta com 28 obras de renomados artistas, na sua maioria gaúchos. A sua aquisição é proveniente de compra, doação ou do Salão de Artes.

Até os anos 1990, não havia distinção entre o acervo do município e o da Câmara. Assim, muitas obras adquiridas pela Casa perderam-se, visto que permaneceram, durante muitos anos, na Pinacoteca, no Mercado Público e no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs), sem registro de sua origem. No ano de 1959, foi feito um inquérito sobre a situação. Somente foram remetidas à Câmara as obras que possuíam comprovação de que a ela pertenciam. Ainda hoje, estima-se que existam muitas obras sob tutela da cidade de Porto Alegre que pertençam ao acervo da Câmara.

O acervo está sob responsabilidade do Memorial da Câmara, o qual deve zelar pela segurança e preservação dos bens e objetos em exposição nas dependências da Casa.

Salão de Artes

O Salão de Artes da Câmara Municipal de Porto Alegre teve sua primeira edição em 1952, proposto pelo escritor e vereador Josué Guimarães, e ocorreu anualmente até 1960, organizado pela Associação Chico Lisboa. Seu objetivo inicial era construir um acervo artístico para o município de Porto Alegre. Não há registro das obras adquiridas pela Câmara através do evento naquele tempo. O que se sabe foi retirado de pesquisas em jornais da época.

Em 1971, foi criado um Salão correlato, que foi revogado em 1988, com a volta do tradicional Salão. Este passou a ser bianual e a aceitar somente obras de artistas gaúchos ou residentes no Estado há pelo menos cinco anos. São premiadas seis obras, e a de maior destaque é destinada ao acervo da Câmara. Desde a reabertura do Salão, se tem todos os registros das obras provenientes do evento. Atualmente sua organização é feita por uma comissão de funcionários da Casa.

Sua 21ª e mais recente edição ocorreu de setembro a outubro de 2016. O Prêmio Aquisição foi para obra sem título, da artista Manu Raupp. O desenho utilizou a técnica de caneta e grafite sobre o papel e foi feito no mesmo ano da premiação. Ele encontra-se, atualmente, na sala do Memorial.

Principais obras

Foi encontrada na Câmara obra de Ado Malagoli, importante pintor gaúcho que fundou o Margs. Não se tem registro da origem da litogravura, mas imagina-se que foi doada para a Casa em tempos passados. “Ouro Preto” é do ano de 1974 e sua técnica é a litografia sobre tecido.

"Solidão", de Marlene Maria Martins, foi a última obra adquirida através do Salão de Artes antes de seu fechamento e é datada de 1960. A escultura, que se localiza em frente à Galeria dos Presidentes, é feita de gesso, arame e ferro.

A primeira obra premiada da volta do Salão de Artes é de Irineu Garcia e não está mais na Casa. A escultura teve de ser substituída por outra do mesmo artista, denominada “Transgredindo”, a qual está exposta em frente aos Correios, na Câmara. Ela é composta por madeira, brita, fio de aço e ferro e foi feita em 1998.

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)