Plenário

Departamento de Homicídios da Polícia Civil é homenageado na Câmara

  • Período de Comunicações em Homenagem à Delegacia de Homicídios da Polícia Civil (DHPP). Na foto, delegada  Vanessa Pitrez e vereador Leonel Radde, proponente.
    Delegada Vanessa Pitrez recebe diploma entregue pelo vereador Leonel Radde (PT), proponente da homenagem (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Período de Comunicações em Homenagem à Delegacia de Homicídios da Polícia Civil (DHPP).
    Policiais civis acompanharam homenagem no plenário durante sessão que teve formato híbrido (Foto: Ederson Nunes/CMPA)

Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (7/6), a Câmara Municipal de Porto Alegre destinou o período de Comunicações para homenagear o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Policia Civil do Rio Grande do Sul. O ato contou com a presença da diretora do DHPP, delegada Vanessa Pitrez, dos delegados Cassiano Cabral e Eibert Neto, além de outros representantes da corporação.

Ao agradecer a homenagem proposta pelo vereador Leonel Radde e concedida pela Câmara Municipal de Porto Alegre, a titular do Departamento, delegada Vanessa Pitrez, ressaltou que o órgão vinculado à Segurança do Estado foi criado, em 2013, pelo então secretário Ranolfo Vieira Júnior, hoje vice-governador gaúcho, “a partir da necessidade de se especializar ainda mais a investigação do crime de homicídio, frente ao crescimento desse indicador de criminalidade”.

Segundo a delegada, o homicídio é o balizador da violência do mundo e, conforme preconiza a Organização das Nações Unidas (ONU), a taxa de razoabilidade está em uma média anual de dez homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. “Infelizmente, o Brasil está longe de alcançar esse número. Mas o Rio Grande do Sul caminha a passos largos nessa direção”, afirmou.

Vanessa Pitrez falou da estrutura do departamento, que ampliou suas delegacias, de seis para 12 na Capital, com a incorporação de outras seis na Região Metropolitana. Destacou que, desde que assumiu a direção do DHPP, em 2019, foram padronizadas as investigações em todo o Estado por meio de protocolo de orientação integrada, fortalecidas as atividades de inteligência policial, com uso de ferramentas tecnológicas para a obtenção de informações relevantes, monitoramento e estratégias para o combate e descapitalização das organizações criminosas, responsáveis por mais de 80% dos homicídios.

A delegada disse que o trabalho, somado ao dos demais órgãos de segurança, fez com que os números de homicídios no Estado tivessem, entre os anos de 2018 e 2020, uma redução de 28%, e com 18,39%, em 2021, em relação ao indicador do ano anterior. Porto Alegre, por sua vez, obteve redução de 102% e hoje conta com uma redução extra de 9%, informou.

A diretora do DHPP reconheceu que esses indicativos tem como resultado o trabalho de “todos que estão ou estiveram no departamento, desde os gestores até aqueles que atuam na ponta”. Destacou que a missão não é fácil. “Trabalhar com homicídios é árduo, pesado e perigoso, porque lidamos com o bem mais precioso do ser humano: a vida.”

Disse que as vidas ceifadas, na maioria das vezes pelo tráfico, “são roubadas e tiradas por ele em disputas de poder, que colocam comunidades inteiras em risco, subjugam trabalhadores e aliciam crianças e adolescentes”. E que as investigações não se restringem a apurar “quem matou, como matou e porque matou, mas também a entender a dinâmica contextualizada dessas mortes no cenário social e desarticular facções criminosas responsáveis por elas”.

Ressaltou que “é preciso ser forte, mas humano; rigoroso, mas empático; eficiente, mas sensato”. E que assim são os policiais do DHPP, “mulheres, homens, mães, pais, filhos, filhas, cônjuges, companheiros e companheiras, que colocam diariamente sua vida em risco pela nobre missão de servir e proteger à sociedade”.

Vereadores

O proponente da homenagem, vereador Leonel Radde (PT), frisa a relevância do trabalho do departamento, uma vez que, de 2018 a 2020, “houve uma redução de 30% dos homicídios no estado”. Segundo Radde, “a Polícia tem um papel fundamental na preservação das vidas e dos direitos humanos” e alerta que a maioria dos assassinatos “estão acontecendo nas periferias”.

Para o vereador, “em regra, o departamento de homicídios acaba atuando, principalmente, na manutenção da vida nas periferias, da população negra e todas aquelas vítimas da violência urbana no país”. Recordou o Caso Carrefour e aponta que “somente quem é policial sabe o que é acordar de madrugada, cumprir o mandado, sabendo que existe risco de confronto”. Usou como exemplo o caso de Clovis Antônio Ronan, policial penal que faleceu nesta madrugada, em Caxias do Sul, enquanto levava um criminoso ao hospital. Por fim, pediu que se “valorize o trabalho dos policiais que dedicam a sua vida e seu tempo para trazer a paz social”.

Comandante Nádia (DEM) disse que é justa e merecida a homenagem feita pelo policial civil e hoje vereador Leonel Radde (PT). “Sabemos da importância da Polícia Civil e da Brigada Militar. A consequência de vários crimes vem da pobreza e da falta de estrutura para pessoas trabalharem.” Destacou que a Polícia faz o seu trabalho e que é preciso sempre valorizar tamanha dedicação. “A sociedade gaúcha clama por segurança e é feita por muitas mãos.” 

Alexandre Bobadra (PSL) ressaltou a justa homenagem e relembrou o caso recente do policial penal que estava acompanhando um apenado e foi assassinado. “A segurança pública, mesmo vivendo suas dificuldades, tem avanços nos números de combate à criminalidade.” Disse ainda que a polícia penal vive uma insegurança jurídica. “Nos momentos mais difíceis, a segurança está lá 24 horas zelando por todos vocês.” 

Jessé Sangalli (Cidadania) disse entender que existem outras condições para que os profissionais consigam fazer a entrega do serviço ao qual eles têm a missão, além de treinamento, armamento e materiais de proteção. Destacou que há uma demanda importante, que é a defesa jurídica daquele profissional que coloca sua vida em jogo em defesa da sociedade. “O policial se torna refém das leis que serviriam para proteger a sociedade. É muito fácil abrir sindicância sem se colocar na posição dele. O juiz não entende o contexto da realidade nem onde está inserido o policial.” 

Mônica Leal (PP) parabenizou o vereador Leonel Radde e disse se unir à homenagem à atuação da Delegacia de Homicídios da PC. “Faz parte da minha caminhada pessoal e política e lembro sempre do meu pai, que me pediu para cuidar da Polícia Civil como sempre ele cuidou.” Salientou que, quanto mais pessoas se engajarem para lutar pela qualidade de vida dos policiais, melhor. Quanto mais excelência, aportes, condições de trabalho e quadro de pessoal, mais resultados podem surgir. “Felizmente temos quedas nos índices de criminalidade no RS nos últimos anos.” Finalizou destacando que tudo que puder ser feito para a preservação de vidas é válido.

Os vereadores Idenir Cecchim (MDB) e Bruna Rodrigues (PCdoB) fizeram uso do microfone de aparte.

Texto

Rian Ferreira (estagiário de Jornalismo)
Grazielle Araujo (reg. prof. 12855)
Milton Gerson (reg.prof, 6539)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:Polícia Civilhomicídios