Plenário

Sessão Ordinária/ Lideranças

  • Vereador Rodrigo Maroni
    Vereador Rodrigo Maroni (Pode) (Foto: Ederson Nunes/CMPA)
  • Vereador Professor Alex Fraga na tribuna.
    Vereador Professor Alex Fraga (PSOL) (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

Na sessão ordinária desta segunda-feira (16/10), os vereadores e vereadoras da Câmara Municipal de Porto Alegre falaram, no período de Lideranças, a respeito dos projetos encaminhados pelo Executivo e que afetam servidores públicos do município:   

FUNCIONALISMO - Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Mendes Ribeiro (PMDB) fez um apelo aos colegas vereadores e ao líder do governo, Moisés Maluco do Bem (PSDB), para que os projetos sejam retirados. "A cidade precisa funcionar." Conforme ele, os servidores não podem continuar inseguros com o futuro. "Assim como está não dá para continuar", lamentou. Mendes afirmou que é preciso trabalhar a retirada dos referidos projetos para que a cidade possa ter serviço de qualidade e que os servidores tenham seus direitos garantidos. Para concluir, o vereador pediu apoio de todos os parlamentares para trabalhar a questão com seriedade. (MF) 

GOVERNO - Para Rodrigo Maroni (Pode), os servidores demonstram organização e defesa de direitos. O vereador reiterou seu apoio à classe de trabalhadores e afirmou a necessidade de dialogar com o setor politizado. “Infelizmente, em sua maioria, temos uma sociedade despolitizada.” Ao defender uma relação de sinceridade com os servidores, Maroni criticou a bancada da oposição. “Eu espero o dia em que a Luciana Genro for prefeita, porque, pelo que falam os vereadores do PSOL, todos os problemas serão resolvidos.” Ele ainda disse que é fácil ser da oposição e que difícil é gerenciar a cidade. Para ele, a vitória da retirada dos projetos será dos servidores. (MF) 

RESPOSTA – Professor Alex Fraga (PSOL) rebateu a fala de Rodrigo Maroni (Pode). “O papel da oposição não é fácil. Por muitas vezes discutimos até a exaustão projetos que consideramos importantes para a cidade.” Para o vereador, a oposição reconhece a derrota, mesmo lutando bastante. Alex Fraga ainda relatou que Maroni não comparecia para votar projetos na legislatura passada. “Presenciei muitas lutas com o compromisso firmado pelo vereador Maroni e, quando chegava a hora da votação, o nome dele não estava no placar”, disse ao pedir mais responsabilidade por parte de Maroni na tribuna. Quanto aos servidores, Alex Fraga manifestou seu apoio e criticou a gestão do Executivo. “É um ataque imposto às diferentes categorias desta cidade”. (MF) 

FUNCIONALISMO II - Márcio Bins Ely (PDT) prestou seu apoio em mais um dia de manifestação do funcionalismo público. O vereador falou que tem recebido vários representantes da categoria em seu gabinete e pediu mais diálogo por parte do governo. “O prefeito não pode passar o ônus do caixa do município aos funcionários”, disse. Bins Ely ainda alertou para que o município não siga o modelo estadual em relação ao pagamento dos servidores públicos. “Não podemos permitir o atraso [de salário], pois é uma falta de respeito com pais e mães que precisam sustentar seus filhos com dignidade.” O vereador ainda questionou quem vai pagar os juros do cartão de crédito e do cheque especial dos trabalhadores. “Pelo indicativo das assinaturas, vamos derrubar os projetos”, assegurou. (MF) 

LUTA - Fernanda Melchionna (PSOL) destacou a dureza da situação da categoria dos servidores do município, que têm trabalhado pela cidade e arcado com a falta de funcionários, a retirada de horas extras e o parcelamento dos salários. Sobre a greve, destacou que esta é a maior desde 2007 e que busca assegurar a independência do servidor, reivindicação a qual não está sendo acatada pelo governo. Em resposta ao vereador Rodrigo Maroni (Pode), que falou sobre a facilidade de ser de oposição, declarou “assistir a cidade colapsar e ver um governo incapaz de se articular é assustador, irritante e preocupante”. Apontou como solução para a greve a retirada do projeto, através dos 64% da Câmara que são favoráveis a essa medida. “O determinante para ganhar esse embate é valorizar os servidores e a luta organizada da categoria, sua forma de greve e de assembleias”, concluiu. (AF)

GOVERNO II Rodrigo Maroni (Pode) reiterou sua posição favorável à retirada do projeto. “Sou a favor do funcionalismo público, sim, e sempre fui.” Destacou que o governo preza pela votação do projeto, o que ele não concorda, mesmo sendo de situação. “Ser governo é muito difícil, porque tu tens que mostrar trabalho”, continuou. Considerou, em seu discurso, a posição do PSOL como fácil, já que, para ele, fazem oposição a muitos partidos. Lembrou, ainda, da importância da categoria dos funcionários do município ter lucidez em suas decisões políticas, de modo a protagonizar a sua própria luta, já que, segundo ele, um parlamentar não é “um salvador da pátria”.  (AF)

PROFESSORES - Sofia Cavedon (PT) declarou seu orgulho pelo fato de a Câmara Municipal de Porto Alegre, apesar de sua heterogeneidade, estar majoritariamente contra os projetos. A vereadora destacou a irresponsabilidade do governo de Porto Alegre para com a cidade, afirmando que, se o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior não se dispõe a negociar, tal função cabe aos vereadores. “Se o governo não retirar os projetos, nós vamos votar e derrotar todos. A Câmara não vai permitir que isso continue”, afirmou. Em homenagem aos professores pelo seu dia, 15 de outubro, lembrou da precária situação da categoria, a qual necessita de mais assistência, argumentando a impossibilidade de uma comemoração. Falou, por fim, que os municipários estão dando uma aula de cidadania tanto para seus alunos quanto para seus representantes políticos. Sobre o prefeito da Capital, disse: “Ou ele aprende conosco ou será derrotado”. (AF)

Texto: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
           Adriana Figueiredo (estagiária de Jornalismo)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)