Projeto Angelina Luz cobra apoio às mães de crianças com deficiência
Nesta segunda-feira (4/7), na Câmara Municipal de Porto Alegre, a entidade Projeto Angelina Luz compareceu ocupou a Tribuna Popular para falar sobre a saúde das mães atípicas. A oradora, Érika Karine Rocha, presidente do projeto, ressaltou a glamourização da maternidade, em especial de mães de crianças com autismo, e destacou a verdadeira realidade dessas mães. ”Nós precisamos urgentemente cuidar de quem cuida."
Érika observou que termos como "heroínas”, “guerreiras”, “batalhadoras”, são os adjetivos usados para descrever mães de crianças autistas e muitas vezes estão associados à força e à dedicação delas. Para as mães de pessoas com deficiência não é diferente. Há quem diga que são escolhidas pelo divino, que podem tudo. No entanto, esse discurso, que até parece elogio, pode esconder preconceitos e omitir as reais dificuldades enfrentadas pelas mulheres que criam cidadãos com dificuldades especiais”.
Segundo a presidente do projeto, crianças com deficiência são negligenciadas pelo Estado, tratadas como fardo pelos demais. Érika destacou que a preocupação com estas mães não é real e que falar das suas lutas sem ajudá-las não resolve o problema. "Mais importante do que usar como exemplo de superação, é garantir que ela tenha acesso a seus direitos. Pra mim, superação só faz sentido quando ela é coletiva. Superação coletiva só vem quando tivermos políticas públicas e acesso para todos. Para que nós façamos parte deste mesmo mundo que as crianças ditas normais têm. Nossos filhos têm direito à existência, têm direito à educação, nossos filhos têm todos os direitos que os outros têm."