Tribuna Popular

Sindppd pede apoio da Câmara sobre contratos com a Procempa

Perda de contrato com Dmae pode colocar companhia em risco, conforme declarou sindicato

Tribuna Popular sobre o risco de desmonte da PROCEMPA com a perda do contrato com o DMAE e outros serviços. Na foto, ao microfone, a representante do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no RS ( Sindppd/RS), Vera Justina Guasso
Vera Guasso lembrou história da Procempa na tribuna do Plenário Otávio Rocha (Foto: Giulia Secco/CMPA)

Durante a sessão ordinária desta segunda-feira (22/4), no período destinado à Tribuna Popular, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no RS (Sindppd), Vera Justina Guasso, pediu o apoio da Câmara Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, ela manifestou sua preocupação sobre possibilidade de risco que a Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre (Procempa) corre ao ter a possibilidade de perder o contrato com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), entre outros serviços. 

“A empresa pública Procempa tem 40 anos de história”, contextualizou a presidente do  Sindppd ao lembrar que esta empresa “começou com processamento de dados, depois foi para a informática e, atualmente, trabalha com a tecnologia da informação”. Segundo Vera, a Procempa tem quilômetros de fibra óptica: “é uma tecnologia que não tem em nenhum outro município do Estado e nem no país”. No que diz respeito ao Dmae, de acordo com a representante, “o Dmae é responsável por 10% da Procempa. Não tem empresa que faça esse serviço”. E sublinhou: “o departamento está em risco”. 

Vera também afirmou que “a Procempa presta um serviço 40% mais barato que o setor privado, porque ela não troca funcionários, mantém a inteligência e tem padrão de qualidade”. “Gostaríamos de chamar a atenção da Câmara”, destacou ao enfatizar o risco que a empresa corre. “A tragédia está anunciada”, expressou a presidente ao pedir a ajuda dos vereadores e vereadoras do Legislativo. 

Veradores

Em manifestações de lideranças de suas bancadas, usaram a tribuna sobre o assunto da Tribuna Popular, os vereadores: 

GRAVE - Roberto Robaina (PSol) disse que “estamos em um momento grave”. Ele realçou que “a Procempa tem um corpo de funcionários qualificados, além de ter história”. Robaina recordou ao vereador Mauro Pinheiro (Rede), líder do governo Nelson Marchezan Júnior no Legislativo, ter sido ele quem conduziu uma CPI da Procempa. “Apesar da corrupção, a Procempa sempre se manteve em pé para garantir uma boa tecnologia da informação”, declarou. Por fim, o vereador pediu o apoio da Casa e a colaboração de Mauro Pinheiro, “porque ele conhece a Procempa”. 

PATRIMÔNIO - Engenheiro Comassetto (PT) disse que o assunto apresentado por Vera Guasso "é um tema que precisa ser debatido e analisado sob o ponto de vista da sociedade brasileira”. O vereador mencionou que “não podemos entregar o patrimônio público a preço de banana”. Comassetto observou as empresas em potencial, como o caso da Procempa. “Se uma empresa está sendo mal gerida, devemos buscar as condições necessárias”, opinou. 

PRIVADO - “Dizer que o serviço público não funciona, e que o setor privado é melhor e mais barato, é uma bobagem”, comentou Airto Ferronato (PSB). Ele ressaltou os 40 anos de conhecimento acumulado da Procempa e questionou: “Vamos jogar fora isso?”. Para concluir, grifou que “é preciso preservar a história que Porto Alegre construiu”. “Depois que o público dá certo, não podemos entregá-lo de mão beijada para o privado”, finalizou. 

Texto: Bruna Schlisting Machado (estagiária de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)

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