Cedecondh

Porto Alegre tem mais de 20 mil imigrantes

Reunião discutiu situação de imigrantes em Porto Alegre Foto: Ramon Fernandes
Reunião discutiu situação de imigrantes em Porto Alegre Foto: Ramon Fernandes

A Capital gaúcha tem mais de 20 mil imigrantes. O dado foi apresentado, nesta terça-feira (21/03), à Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) pelo Centro Ítalo-Brasileiro-Americano de Apoio ao Imigrante (Cibai). Na ocasião, foram discutidas as causas e efeitos dos movimentos de pessoas, bem como as condições em vivem os estrangeiros e soluções para os problemas de imigração. O pesquisador do Cibai Jurandir Zaberlam apresentou dados do IBGE mostrando que no ano 2000 Porto Alegre tinha 11.579 imigrantes. Em 2006, segundo informações do Sistema Nacional de Registros de Estrangeiros (Sincre) esse número quase dobrou, ficando em 20.817 estrangeiros em situação legal. Mas a entidade calcula que a cidade ainda tenha cerca de 5 mil estrangeiros “indocumentados”.
Conforme Zaberlam, atualmente as principais causas dos movimentos migratórios são a reestruturação econômica e com ela as restrições dos direitos trabalhistas; as inovações tecnológicas; a reorganização política dos Estados associados a grandes corporações; e as mudanças culturais. O pesquisador também afirmou que muitos dos imigrantes encontram-se em situação de exclusão, sem documentos, sem direito a reivindicações, sem trabalho, saúde e educação.
Para o vereador presidente da comissão, Carlos Todeschini (PT), o fenômeno migratório faz parte da história da humanidade e por isso os estrangeiros devem possuir direitos e deveres. “Temos que ter políticas efetivas para realmente integrar essas pessoas à sociedade e isso vai além da documentação”, afirmou
O vereador Maurício Dziedricki (PTB) destacou que os direitos dos imigrantes devem ser respeitados, mas deve-se estabelecer um limite, pois nos últimos dias houve a participação de estrangeiros nos ataques a empresas gaúchas. “Às vezes gozando de direitos que nem os brasileiros têm. O limite é o direito a propriedade”, afirmou.
A reunião foi acompanhada pelo imigrante uruguaio e arquiteto Alejandro Oliviero, que relatou os problemas para obter a validação de seu diploma no Brasil. Ele contou que levou quatro anos para poder exercer sua profissão e que gastou mais de R$ 4 mil para traduzir e juramentar todos os conteúdos programáticos de sua faculdade.
Para a vereadora Margarete Moraes (PT) os problemas vêm da intolerância política e são oriundos das ditaduras. O vereador Ervino Besson (PDT) salientou que é descendente de imigrantes italianos e lembrou da contribuição que diversas instituições formadas por estrangeiros deram para a educação e a saúde no município.
A vereadora Maria Celeste (PT) disse que será enviado um Pedido de Informações à Prefeitura de Porto Alegre para verificar quais políticas o município dispõe para atender aos estrangeiros.

Viliano Fassini (reg. prof. 10.344)