Tribuna Popular

DCE da Ufrgs defende importância do meio passe estudantil

Diretório Central dos Estudantes da UFRGS (DCE) fala sobre meio passe estudantil. Orador: Fellipe da Silva Belasquem, tesoureiro.
Belasquem, do DCE da Ufrgs, esteve na Tribuna Popular desta segunda-feira (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

O meio passe estudantil foi o assunto abordado na Tribuna Popular, da sessão ordinária desta segunda-feira (30/10). Para falar do tema, os vereadores e vereadoras Câmara Municipal de Porto Alegre receberam Felipe Belasquem, tesoureiro do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Ao agradecer a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Meio Passe, presidida pelo vereador André Carús (PMDB), o estudante de Ciências Econômicas destacou a necessidade de permanência desse benefício no transporte público para estudantes.

Para esclarecer o impacto do pacote de projetos do Executivo que afetam o público estudantil, Belasquem destacou pesquisa encomendada pelo próprio DCE da instituição, a qual aponta diversos resultados negativos, caso os projetos sejam aprovados. De acordo com o estudante, a pesquisa foi dividida em três etapas. A primeira foi a análise de setor, a qual aponta como a tarifa de ônibus é calculada em Porto Alegre e sobre usuários em geral. A segunda parte, quantitativa, incluiu mais de 900 estudantes entrevistados, com mais de 600 respostas utilizadas para a construção da pesquisa. Já a terceira etapa é uma pesquisa qualitativa, usada para apontar como outros setores da cidade seriam prejudicados com a extinção do meio passe, conforme o estudante.

Sobre a análise de setor, Belasquem revelou que o cálculo da tarifa se baseia na receita total do sistema de transporte. Para ele, a lógica do pacote de projetos é baseada na retirada de isenções, para fazer com que mais receitas entrem para o Município. Ao constatar o aumento anual da tarifa, o estudante questionou por que a tarifa aumenta sempre acima da inflação. “É importante ressaltar que o número de usuários [de transporte público] declina ano a ano”, revelou. Nessa questão, p
ara Belasquem, a solução é atrair mais usuários pagantes para o sistema de transporte.

Segundo dados relatados por ele, alguns caminhos apontam para a redução da tarifa e a cobertura das linhas, bem como a questão da segurança e do conforto. “O conjunto de pacotes [do Executivo] contraria todos esses pontos. Se for aprovado, torna cada vez mais o sistema insustentável”, criticou. A tabulação de dados da pesquisa ainda aponta o perfil socioeconômico de estudantes de Porto Alegre, quantos usuários continuariam ou deixariam de fazer ou consumir algo para utilizar o meio de transporte, entre outras informações levadas em consideração para aprofundamento do impacto na vida dos estudantes da cidade.

Conforme Belasquem, a população estudantil hoje é de 134 mil pessoas, que se dividem entre estudantes de ensino médio e superior. “O fim do meio passe atinge essencialmente os jovens”, lamentou. Outro dado apontado por ele é o total das famílias com renda superior a três salários mínimos. “Sessenta e quatro por cento dos estudantes estão acima deste nível de renda, e dois terços dos estudantes perderão direito ao meio passe”.  A pesquisa indica também que pelo menos 30% dos estudantes deixariam de usar o transporte coletivo. “Acabar com o meio passe não resolve os problemas da cidade”, afirmou o estudante.

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)