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Funcionários da Carris cobram conclusão de creche

Prédio deveria ter sido entregue há um ano, mas está parado para sindicância Foto: Francielle Caetano
Prédio deveria ter sido entregue há um ano, mas está parado para sindicância Foto: Francielle Caetano
A União Social dos Empregados da Cia. Carris (UseCarris) e a Comissão de Negociação dos Funcionários da empresa de ônibus receberam, na tarde desta terça-feira (23/4), a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre. O objetivo foi pedir auxílio dos vereadores para resolver o impasse que impede a conclusão da creche da UseCarris, prometida para abril de 2012, mas paralisada pela direção da empresa para a realização de sindicância e licitação.

O presidente da UseCarris e da Comissão de Negociação, André Prates, que assumiu o comando da associação há duas semanas, disse que a creche, com capacidade para 120 crianças, poderia estar recebendo os filhos dos funcionários há um ano. Ele e o tesoureiro Antônio Magalhães informaram que não tiveram acesso a relatório oficial sobre a obra, na qual já teriam sido gastos cerca de R$ 250 mil. Também manifestaram preocupação com os R$ 270 mil que permanecem depositados em uma conta da UseCarris na Caixa Econômica Federal (CEF), a seu ver insuficientes para terminar o edifício de dois andares. Ainda afirmaram que, na gestão passada da entidade, teriam sido sacados da conta de R$ 40 mil a R$ 50 mil sem que tenha sido informado o destino desse o dinheiro.

Indícios de irregularidades

O gerente administrativo da Carris, Carlos Fraga, disse que a creche é fruto de um convênio entre a empresa e a Secretaria Municipal de Educação (SME). Explicou que a construção foi paralisada para sindicância, já que havia indícios de irregularidades, como a falta de licitação, uso de mão de obra contratada diretamente pela Carris e o fato de um diretor da empresa na época ser o engenheiro responsável. “A construção está parada para seguir os trâmites legais”, frisou. Fraga prometeu que, quando o relatório da sindicância estiver pronto, será entregue para a UseCarris e a Comissão de Negociação. Também garantiu que, na atual gestão da Carris, nenhum recurso foi retirado da conta da UseCarris. “Este dinheiro está fechado, blindado, até que a situação se resolva”, declarou.

A arquiteta Cibele do Carmo, assessora da direção da Carris, enfatizou que a obra da creche só terá continuidade depois de finalizado o novo projeto e realizada a licitação pela Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov). De acordo com ela, está em andamento o projeto hidrossanitário para o prédio, que não havia sido apresentado. “Há o envolvimento de todo o corpo técnico para que tudo seja resolvido”, atestou. Cibele informou que a creche será comunitária, com 70% das vagas para filhos de funcionários e 30% para a comunidade.

Ofícios para secretarias

A presidente da Cece, vereadora Sofia Cavedon (PT), e os vereadores Tarciso Flecha Negra (PSD) e Professor Garcia (PMDB) decidiram que a comissão enviará ofícios à SME e à Smov pedindo informações sobre o andamento do processo que dará continuidade à creche e requerendo que o novo projeto seja apresentado à associação antes de iniciada a execução. Sofia informou que a Cece também irá indagar à Smov sobre o grau de prioridade dado à construção. A vereadora lembrou que o principal interesse da Câmara é ver a creche funcionando plenamente. 

Sobre a preocupação da UseCarris com a verba depositada na CEF, Sofia sugeriu que a entidade protocole no Ministério Público um extrato de toda a movimentação bancária dos recursos já recebidos, juntamente com um pedido de investigação de seu uso. A intenção, de acordo com a vereadora, é garantir que a atual gestão da associação esteja protegida de alguma eventual contestação sobre a utilização do dinheiro destinado à obra da creche.

Texto e edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)