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Mata Atlântica é tema de reunião na Câmara

  • Reunião discute caminhos da conservação e recuperação da mata atlântica em Porto Alegre.
    Comissão de Meio Ambiente debateu caminhos para conservação (Foto: Esteban Duarte/CMPA)
  • Reunião discute caminhos da conservação e recuperação da mata atlântica em Porto Alegre. Na Foto: Coordenadora do GT Mata Atlântica, Lisiane Becker.
    “Se tem bugio ruivo, então tem Mata Atlântica", diz Lisiane Becker (Foto: Esteban Duarte/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) debateu os caminhos da conservação e recuperação da Mata Atlântica, na manhã desta terça-feira (24/5). O encontro na Câmara Municipal de Porto Alegre contou com a participação da bióloga Lisiane Becker, coordenadora-presidente da ONG Mira-Serra. Segundo ela, Porto Alegre tem áreas de Mata Atlântica. “Se tem bugio ruivo, então tem Mata Atlântica. É uma espécie em extinção que é um indicador da presença da Mata Atlântica”, afirmou.

Lisiane destacou a importância da elaboração de um Plano Municipal de Conservação e Recuperação de Mata Atlântica (PMMA) e citou Curitiba (PR) como exemplo. “Carecemos de um zoneamento para conhecer o nosso território. Como fazer intervenção sem sabermos de que área se trata?”, acrescentou. A bióloga sugeriu, ainda, a criação e o fortalecimento das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs), além de tornar áreas protegidas como zonas núcleos e insistir na elaboração do PMMA. “Espero que possamos fazer o Plano de Porto Alegre, o que será um avanço para a cidade. A Mira-Serra já elaborou quatros PMMAs.”

A prioridade à elaboração do Plano Municipal de Mata Atlântica teve apoio do técnico-ambiental Leonardo Urruth, do Departamento de Biodiversidade da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). “A Lei da Mata Atlântica acabou com dúvidas sobre existência de Mata Atlântica em Porto Alegre. Posso dizer que é a melhor lei que temos no Brasil sobre preservação”, elogiou.

Já a gestora da Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger, Patrícia Wih, ressaltou que a conservação tem que manter os processos ecológicos. “A Reserva do Lami criou seu primeiro plano de manejo que cria uma zona de amortecimento, estabelecendo um raio de 10 quilômetros”, informou. A bióloga também abordou um problema grave de dejetos que está ocorrendo na reserva. “Abri várias chamadas no (telefone) 156 para tentar solucionar a questão de esgoto, que transborda nas vias públicas com as chuvas e leva dejetos humanos para dentro dos banhados da reserva”, relatou.

Vereadores

O vice-presidente da Cosmam, vereador Dr. Goulart (PTB), falou da falta de planejamento. Ressaltou a importância da aprovação do projeto que recriou a Zona Rural em Porto Alegre. “Quantas nascentes nós protegemos na zona sul? Isso foi uma ação soberba do Parlamento.”
Como encaminhamento, a presidente da Comissão, vereadora Lourdes Sprengler (PMDB), propôs a criação um Grupo de Trabalho, com coordenação do vereador Dr. Goulart, incluindo representantes do Dmae, DEP, Gabinete do Prefeito, e da gestora da Reserva do Lami. O GT deverá tratar do problema de esgoto que vem prejudicando a área de proteção. Patrícia pediu um prazo para que a situação seja resolvida.

O grupo vai debater, ainda, a retomada do mapeamento dos corredores ecológicos, bem como a fiscalização das áreas ocupadas por famílias sem moradia. Também estiveram presentes na reunião os vereadores Kevin Krieger (PP), Mario Manfro e Paulo Brum (ambos do PTB).

Texto: Maurício Macedo (reg. prof. 9532)
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)