Comissão

População diz que extremo sul foi abandonado pela prefeitura

Os moradores reclamam dos alagamentos por falta de limpeza e manutenção na região

Comissão se reúne para debater as  condições das estradas e vias da região extremo sul de Porto Alegre. Na tribuna, Francisco de Assis representando a comunidade da Zona Sul.
Vereadores ouviram reclamações da população pela falta de execução dos serviços (Foto: Leonardo Cardoso/CMPA)

Líderes comunitários e moradores do extremo sul da capital estiveram na reunião da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação (Cuthab) hoje (18/6) para pedir o apoio dos vereadores de Porto Alegre. Eles dizem estar abandonados pela prefeitura. A reclamação é devido às recorrentes enchentes que ocorrem na região, falta de limpeza e desassoreamento dos valos e do acúmulo de lixo.

Conforme o vereador Paulinho Motorista (PSB), proponente da reunião, a situação é difícil no local. Nas vias há muitos buracos e as fortes chuvas causam estragos deixando a população desabrigada. “Deveria ser feita uma prevenção nas épocas de verão, desobstruindo as bocas de lobo e uma manutenção constante. Sou morador do extremo sul e vejo o sofrimento dos moradores dos bairros Lajeado, Boa Vista, São Caetano, Chapéu do Sol e Ponta Grossa. Precisamos de atendimento”.

Abandono

O líder comunitário do extremo sul, Francisco de Assis, ressaltou que a dificuldade da região é uma demanda antiga e que principalmente na parada 21 do Lami, onde existe um loteamento no local que obstrui o escoamento da água da chuva. “O loteamento foi construído em cima de um local que se plantava arroz, que tinha um grande escoamento das chuvas, agora a população está debaixo d’água. Tudo isso causado pelo grande crescimento populacional e falta de controle do Executivo”. Segundo Assis, são cerca de 50 mil habitantes que moram no extremo sul.

A representante da Associação Jardim Floresta, Maria Clara Fraga, desabafou que falta reposição de saibro e que se fosse feita uma manutenção regularmente de limpeza, os alagamentos não ocorreriam. “Em frente a nossa associação existe uma creche comunitária que possui 112 crianças e toda vez que chove ficamos apreensivos, pois as crianças correm risco, ficamos ilhados e sujeitos a inundações, estamos abandonados pelo Executivo”.

O vereador Dr. Goulart (PTB) disse que o legislativo precisa reclamar mais ao Executivo e fiscalizar para que os serviços sejam feitos. “É preciso cobrar que os serviços sejam executados de forma efetiva. A população paga seus impostos e quer um retorno dos governantes”.

Prefeitura

O diretor da Secretaria de Meio Ambiente e da Sustentabilidade / Urbanismo (Smams/Smurb), Cristian Lehmann, explicou que a secretaria está desenvolvendo alguns trabalhos e dando uma atenção direta para a região sul, revendo os contratos e buscando qualificação dos serviços. “Estamos trabalhando para minimizar as dificuldades da região com a limpeza devida. Temos diversas equipes no local atuando constantemente para atender aquela população”.

O coordenador do Dmae, Marcelo Demoline, completou dizendo que com a junção do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) ao Dmae desde 1º de maio, a incorporação recente está sofrendo ajuste, mas trará maior qualidade nos serviços. “As demandas que antes demoravam 60 dias para serem concluídas, agora terão atendimento de 10 dias, porém, sobre a questão dos valos não existe contrato e estamos refazendo, para colocar em dia também esses serviços”.

Como encaminhamento, a comissão irá enviar ao Executivo um relatório com todas as reclamações da população do extremo sul e cobrar a execução dos serviços. Também estiveram presentes na reunião os representantes de associações comunitárias e da população local.

Texto

Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)