Tribuna Popular

Projeto Angelina Luz cobra maior acesso a tratamento para pessoas autistas

  • Tribuna Popular com o projeto social Angelina Luz. Na tribuna, Érika Rocha.
    Na tribuna, a presidente do Projeto Social Angelina Luz, Erika Rocha Dallavécchia (Foto: Júlia Urias/CMPA)
  • Tribuna Popular com o projeto social Angelina Luz.
    Nas galerias, famílias integrantes do Projeto Angelina Luz (Foto: Leonardo Lopes/CMPA)

No período de Tribuna Popular, da sessão ordinária desta segunda-feira (01/04), a presidente do Projeto Social Angelina Luz, Erika Rocha Dallavécchia, discursou sobre as dificuldades enfrentadas pela maioria das famílias atípicas em vulnerabilidade, devido à ausência do poder público no auxílio e tratamento às pessoas com autismo. A presidente narrou os diferentes obstáculos das famílias para buscar o Centro de Referência do Transtorno Autista em Porto Alegre (Certa).

Em relação ao Centro, Erika denunciou as contínuas transgressões dos direitos das pessoas com autismo, como a falta de educação inclusiva nas escolas, a demora e erros no atendimento, a interrupção do processo de terapias ou mesmo o impedimento de acesso a elas, dada a baixa oferta do serviço de atendimento. "Estamos no ano de 2024, e seguimos com a ausência dos tratamentos para o autista. E antes que algum vereador se levante para apontar o Certa como um local onde os autistas têm acesso à intervenção terapêutica, eu afirmo que isso não condiz com a realidade", disse.

A partir destes problemas, a presidente do Projeto pontuou que a questão não são os profissionais que atuam no Centro, mas a gestão da instituição. "O problema do Certa é a gestão. Uma gestão incompetente, que coage as famílias. Uma gestão que, quando a gente reclama, somos as mães histéricas. Mas ninguém quer mais que o Certa dê certo do que nós, família atípicas", afirmou. Segundo ela, apesar das verbas destinadas à instituição, o serviço não serve a quem "está na ponta", ou seja, às famílias que mais necessitam.

Ao fim, Erika cobrou dos vereadores e vereadoras a dedicação para a pauta dos autistas, que vem sendo, de acordo com ela, negligenciada; problema que afeta não só as pessoas atípicas, como suas famílias responsáveis. "Negligenciando os nossos filhos, vocês estão matando as nossas mães, que estão deprimidas, suicidas, e sem acolhimento algum", denunciou. Também sugeriu a ampliação e criação de mais Centros de Referência, bem como pediu que haja fiscalização do trabalho exercido pela gestão do Certa. "Nós precisamos do olhar de todos os vereadores e vereadoras desta Câmara para o Certa. Nós precisamos de socorro, pois as familias não aguentam mais esta tortura, esta violência", declarou.

Texto

Theo Pagot (estagiário de Jornalismo)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)