Cosmam

Samu: Schiefferdecker pede formalização de denúncias

Coordenador falou sobre problemas no atendimento de urgência Foto: Camila Domingues
Coordenador falou sobre problemas no atendimento de urgência Foto: Camila Domingues

O coordenador municipal do Serviço de Urgências da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Sérgio Schiefferdecker, disse desconhecer que uma enfermeira do Serviço de Assistência Móvel de Urgência (Samu) de Porto Alegre tenha duplo emprego e também trabalhe em outro serviço de atendimento de emergências em Canoas. A denúncia, feita pelo vereador Aldacir Oliboni (PT), foi tratada nesta terça-feira (8/4) à tarde, durante reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal que discutiu o atendimento prestado pelo Samu na Capital.

Oliboni disse ter recebido denúncias de que uma das gerentes do Samu também teria dois empregos e o costume de emitir ordens de serviço por rádio a partir de sua residência. Schiefferdecker solicitou à presidente da Cosmam, vereadora Neuza Canabarro (PDT), que, caso procedente, as denúncias sejam formalizadas pela Comissão à coordenação do Samu para que possam ser apuradas. Ele lembrou que funcionários com Regime de Dedicação Exclusiva (RDE) estão sujeitos a penalidades em caso de descumprimento da exigência.

Questionado sobre a forma de seleção de motoristas para o Samu, Schiefferdecker informou que a grande maioria deles são funcionários concursados da Prefeitura cedidos à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Segundo ele, as contratações em caráter emergencial e sem concurso, denunciadas por Oliboni, foram possibilitadas apenas pela abertura de novo concurso público para seleção de motoristas.

O coordenador do Samu também explicou que a base de atendimento no Bairro Bom Jesus foi desativado, provisoriamente, devido à degradação da sede, que deverá ser reconstruída com recursos do Qualisus. O atendimento, atualmente, está sendo feito em local cedido pela Brigada Militar. Informou ainda que existem algumas dificuldades de pessoal nas bases dos bairros Cavalhada e Navegantes, estando previsto novo concurso público que viabilizará o retorno do atendimento 24 horas naqueles locais.

Oliboni também reclamou que o tempo de atendimento para ocorrências registradas pelo fone 192 tem chegado a 19 minutos em alguns casos. "Antes, a média era de 12 minutos." Neuza Canabarro citou que, em ocorrência no Mercado Público, quando uma pessoa teve uma parada cardiorrespiratória, o Samu demorou mais de 20 minutos para prestar atendimento e não enviou médico. "Não é possível termos um atendimento da forma como está", afirmou a presidente da Cosmam.

Schiefferdecker disse que "a resposta aos atendimentos são proporcionais aos recursos". Segundo ele, eventuais demoras se devem à indisponibilidade de ambulâncias ou pessoal naquele momento. O Samu dispõe de 15 ambulâncias com 15 equipes, das quais três delas são unidades avançadas - equipe completa, com médico, responsável por 8% dos atendimentos - e 12 são unidades básicas (sem a presença de médicos). Explicou que nem sempre são enviadas ambulâncias ao local da ocorrência, podendo o médico ser levado ao local do atendimento por um veículo rápido do Samu. "Há um estudo sendo feito sobre a possível utilização de motos que possam ir à frente das ambulâncias para a prestação do primeiro atendimento, bem como estamos reivindicando uma ambulancha ao Ministério da Saúde."

O coordenador informou ainda que a SMS projeta a construção de uma sede própria para o Samu, devido às dificuldade de gestão do Serviço nas atuais instalações dentro do Hospital de Pronto Socorro (HPS). Segundo ele, em 2007, o fone 192 registrou 692.939 ligaçõees, das quais 76.142 (11%) foram regulações efetivas. Destas regulações, 32,8% não eram pertinentes; outras 16,2% não tinham dados suficientes; e as demais 50,1% eram pertinentes.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)