Tribuna Popular

UEE Livre defende manutenção das bolsas estudantis do Unipoa

União Estadual dos Estudantes Dr. Juca – UEE LIVRE fala sobre Bolsas do UniPoa. Oradora: Pâmela May.
Pâmela May, representante da UEE Livre/RS (Foto: Luiza Dorneles/CMPA)

A Tribuna Popular, da sessão ordinária da Câmara Municipal de Porto Alegre desta segunda-feira (6/11), recebeu Pâmela May, diretora de Comunicação da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul/Livre e presidente do DCE da Fadergs. O assunto abordado foram as bolsas do programa Unipoa. Para ressaltar a importância da permanência deste programa, May relatou aos vereadores e vereadoras sua própria experiência.

Conforme revelou, ela, vinda da cidade de Porto Xavier, no noroeste do Estado, foi a primeira de sua família a ingressar em uma instituição de ensino superior, por meio do Enem e do Unipoa. Com bolsa integral, cursou e formou-se em Direito na Fadergs. Sua mãe também entrou na faculdade pelo Enem e foi agraciada por uma bolsa, cursando Marketing. "O programa mudou a história de minha família", afirmou.

Prejuízo

A estudante lembrou que em julho de 2010 o Unipoa foi instituído pela lei N° 633. No mesmo mês deste ano, julho de 2017, o atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, anunciou o seu fim. O argumento foi o de que o programa trazia prejuízo ao tesouro do Município e de que haviam poucos alunos se formando em relação a quantidade que ingressava através do benefício.

Pâmela contou que as duas principais instituições participantes do programa, Fadergs e Uniritter, fizeram uma “peneira”, a fim de distinguir os alunos beneficiários que permaneceriam estudando. “Tanto a Smed quanto as outras instituições dificultaram o processo de renovação do programa”, lamentou. Atualmente, são 1.022 os alunos agraciados pelo Unipoa.

Permanência

A representante da UEE Livre/RS falou, ainda, sobre a indicação de permanência do programa, feita pelo vereador André Carús (PMDB), a qual poderá ocorrer de acordo com a disponibilidade financeira do município. Segundo ela, não basta continuar o programa sem que se saibam os motivos pelos quais muitos estudantes não conseguem se formar.

Assim, ressaltou três sugestões de ações para a permanência dos estudantes na faculdade. A primeira é relativa ao tempo de permanência no programa, que é igual ao número de semestres mínimos para a conclusão do curso e que deveria ser alterada, segundo opinou, para o dobro do tempo. A segunda versa sobre o índice de aprovação do estudante, que atualmente é de 100% das cadeiras para garantir sua permanência no programa, devendo passar para 75%, como no Prouni. A terceira ação a ser incentivada é a do passe livre para os alunos que comprovarem baixa renda.

Por fim, May destacou que “defender a educação é defender o desenvolvimento da nossa cidade, porque educação não é gasto, é investimento”. Ela saudou, ainda, os municipários, presentes à sessão e lotando as galeiras do Plenário Otávio Rocha, lembrando que estão juntos na luta em defesa da educação.

Texto: Adriana Figueiredo (estagiária de jornalismo)
Edição: Helio Panzenhagen (reg. prof. 7154)