Protocolada Moção de Solidariedade ao Recurso de Apelação interposto pelo MPE contra a decisão judicial do dia 28 de abril, que revogou a prisão do meliante que efetuou disparo por arma de fogo contra policial civil

Vereador Alexandre Bobadra protocola Moção de Solidariedade ao Recurso de Apelação no caso da policial civil que sofreu um tiro na cabeça

MOÇÃO DE SOLIDARIEDADE

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Foto ilustrativa/Google

O vereador conservador, Alexandre Bobadra (PL), na tarde dessa segunda, 26, na Câmara de Vereadores, protocolou Moção de Solidariedade ao Recurso de Apelação iterposto pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra a decisão judicial do dia 28 de abril, que na decisão da 1ª Vara Criminal da Comarca de Rio Grande, a juíza Paula Cardoso Esteves revogou a prisão preventiva de Anderson Fernandes Lemos, 40 anos, que disparou contra a cabeça da policial civil, Laline Almeida Larratea, 36 anos, por entender que não há elementos suficientes que comprovem que ele, ao efetuar disparos contra policiais, tenha tido a intenção de matá-los "e não de apenas resistir à abordagem".

O réu recebeu a liberdade porque a magistrada desclassificou a acusação por seis tentativas de homicídio, feita pelo MPE, para o crime de resistência à abordagem.

Para a Delegada Regional da Polícia Civil de Rio Grande, Ligia Furlaneto, o sentimento é de revolta, o entendimento da Justiça causa tristeza.

PERDA PARCIAL DA MEMÓRIA E UMA VIDA LIMITADA

No dia do crime, a vítima, Laline, foi socorrida por colegas e levada ao hospital após ser atingida na cabeça com um tiro. Ela passou cerca de um mês internada, 15 deles na UTI, chegando a entrar em coma.

Segundo a Polícia Civil, o disparo atingiu uma parte do cérebro que é responsável por processar memórias e sentimentos. Em depoimento no processo, a policial relatou que perdeu memórias, com  experiências vividas junto de sua filha, de três anos. Relata que se afastou "bastante" da criança e do marido, também policial civil, que cumpria missão em outro local, no mesmo dia do atentado.

Com a vida pessoal em limitações drásticas, Laline não atua mais como policial.

MANIFESTAÇÃO

Após a decisão judicial, o Ugeirm, sindicato que representa escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil do RS, informou o sentimento de revolta acerca do descaso jurídico e apontou "falta de sensibilidade" por parte do Judiciário.

"Infelizmente, essa é a realidade que os policiais civis gaúchos enfrentam no seu cotidiano. Quando o próprio Judiciário não se coloca ao lado dos profissionais que arriscam as suas vidas para garantir a segurança da população, a sensação é de abandono total. (...) Policiais civis têm de lidar com a falta de sensibilidade do Judiciário, que manda soltar um criminoso que desfere uma série de tiros contra policiais que estavam cumprindo uma ordem expedida por esse mesmo Judiciário", diz nota da entidade.

A Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep), a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) emitiram nota de repúdio à decisão que afeta a segurança e a qualidade do serviço prestado em proteção à sociedade pelos policiais.

O presidente do sindicato, Isaac Ortiz, afirmou que a entidade organiza um protesto em frente ao fórum de Rio Grande na próxima quarta, 28, no período tarde.

A Associação dos Juízes do RS deixou seu parecer acerca do caso:

"A Ajuris reitera o irrestrito respeito às instituições que integram o Sistema de Justiça e a permanente abertura ao diálogo, mas reafirma que não deixará de adotar todas as medidas cabíveis em relação à violação dos direitos das magistradas e magistrados gaúchos", encerra o texto, que é assinado pelo presidente da entidade, Cláudio Martinewski.

 

Crédito GZH

 

Texto

Carina Belomé