Comissões

Cosmam debate incentivo à doação de sangue

A Câmara Municipal quer colaborar para que ocorra um aumento do número de doadores

  • Comissão discute a situação dos bancos de sangue.
    Vereadores Brum, Freitas, Carús e Oliboni receberam profissionais da saúde (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)
  • Comissão discute a situação dos bancos de sangue. Na foto, a a coordenadora da Unidade de Coleta e Transfusões do HPS, Eliete Rosane Martins Pereira (ao microfone) e os vereadores Paulo Brum e José Freitas.
    Para Eliete, do HPS, a doação deveria fazer parte do cotidiano das pessoas (Foto: Leonardo Contursi/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam), da Câmara Municipal de Porto Alegre, debateu, nesta terça-feira (28/11) pela manhã, a importância do incentivo para que as pessoas façam doações de sangue de forma voluntária e sistemática. Representando a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Eliete Martins Pereira, que coordena a Unidade de Coleta de Transfusões do Hospital de Pronto Socorro (HPS), afirmou que o ato de doação de sangue é simples e deveria fazer parte do cotidiano das pessoas. "É necessário que se promovam mais campanhas e se utilizem as mídias e redes sociais."

A diretora do Sindicato Médico do RS (Simers), Clarissa Bassin, observou que a doação de sangue é uma causa que todas as pessoas apoiam. Ressaltou que a falta de doações de sangue em níveis desejáveis não é um problema que ocorre apenas no Rio Grande do Sul, mas é verificado em todo o país. "A doação não pode ser tratada apenas como uma campanha isolada, mas deve ser promovida como ação continuada, estando sempre em pauta." Clarissa ainda destacou que é preciso esclarecer as pessoas sobre a necessidade de haver doadores permanentes. "As pessoas só percebem a importância das doações quando há falta de sangue nos hemocentros."

Coordenadora adjunta do Hemocentro do RS, Kátia Brodt relatou que vários grupos de voluntários fazem doações de sangue regularmente. Ela afirmou que as taxas de doações, no Rio Grande do Sul, são superiores às do resto do país. "Nosso maior desafio é o de mantermos essas taxas em níveis de captação diária. A sociedade gaúcha já participa bastante, mas é preciso construir estratégias para que as doações se tornem regulares." Segundo ela, há dez locais fixos para coletas de sangue em Porto Alegre e vários pontos fixos em outros 25 municípios gaúchos. "Em outros locais, fazemos a captação por meio de equipes e unidades móveis."

Proponente da reunião, o vereador José Freitas (PRB) considerou fundamentais as campanhas de doação de sangue, pois há falta de bolsas de sangue nos locais de coleta. "É preciso desfazer mitos sobre os impedimentos à doação de sangue. Estamos trabalhando na elaboração de um projeto para incentivar esta prática entre as pessoas."

O presidente da Cosmam, o vereador André Carús (PMDB), ressaltou que é importante que haja campanhas de doação de sangue o ano inteiro. "É uma atribuição do Executivo a promoção de campanhas de incentivo às doações. A Câmara quer colaborar para que ocorra um aumento do número de doadores." O vereador Aldacir Oliboni (PT) sugeriu que seja realizado o cadastramento formal de todos os doadores permanentes e lamentou que não exista ainda uma política municipal de incentivo às doações.

Também estavam presentes à reunião os vereadores Paulo Brum (PTB) e Mauro Pinheiro (Rede), além do representante do Conselho Municipal de Saúde, João Farias, e de Carolina Pithan, do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV).

O que é a doação de sangue?
A doação é a retirada de aproximadamente 450 mL de sangue, através de inserção de uma agulha em um dos braços. A coleta é feita por pessoal capacitado e sob supervisão de um médico ou enfermeiro, garantindo o bem estar do doador.

Por que doar sangue?
A doação de sangue e seu processamento são fundamentais para garantir a disponibilização de componentes sanguíneos para os pacientes que necessitam de transfusão, como vítimas de acidentes, que necessitam de cirurgias ou outras situações clínicas. Se cada cidadão saudável doasse sangue pelo menos duas vezes por ano, não seriam necessárias campanhas emergenciais para coletas de reposição de estoques. O sangue não tem substituto e, por isso, a doação voluntária é fundamental. Uma simples doação pode salvar muitas vidas. 
Toda pessoa em boas condições de saúde pode doar sangue sem qualquer risco ou prejuízo à sua saúde.

O que é preciso para doar?
Estar em boas condições de saúde;
Apresentar documento oficial de identidade com foto;
Ter idade entre 16 e 69 anos, sendo que os candidatos a doadores com menos de 18 anos deverão estar acompanhados pelos pais ou por responsável legal;
Pesar no mínimo 50 Kg com desconto de vestimentas;
O limite de idade para a primeira doação é de 60 anos;
Não estar em jejum e evitar alimentação gordurosa;
Ter dormido pelo menos 6 horas antes da doação;
Não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação;
Não fumar pelo menos duas horas antes da doação.

Quais os impedimentos temporários?
Gripe ou febre;
Gestantes ou mães que amamentam bebes com menos de 12 meses;
Até 90 dias após aborto ou parto normal e até 180 dias após cesariana;
Tatuagem ou acupuntura nos últimos 12 meses;
Exposição à situação de risco para a AIDS (múltiplos parceiros sexuais, ter parceiros usuários de drogas);
Herpes labial.
Outros critérios que impedem a doação serão verificados por ocasião da entrevista de triagem.

Quais os impedimentos definitivos?
Doença de Chagas;
Hepatite após os  11 anos de idade;
Ser portador dos vírus HIV (AIDS), HCV (Hepatite C), HBC (Hepatite B), HTLV;
Uso de drogas injetáveis.
Outros critérios que impedem a doação serão verificados por ocasião da entrevista de triagem.
Quais os intervalos que devem ser respeitados entre as doações?
Mulheres: período de 90 dias/máximo de 3 doações nos últimos 12 meses;
Homens: período de 60 dias/máximo de 4 doações nos últimos 12 meses.

Quais as etapas da doação?
O doador passa pelas seguintes etapas para doar sangue:
1. Cadastro: Cadastro do candidato à doação com a apresentação de documento oficial com foto
2. Pré-triagem: Verificação dos sinais vitais (pressão arterial, temperatura e batimentos cardíacos), peso e teste de anemia. 
3. Triagem clínica: Entrevista individual e sigilosa onde serão avaliados os antecedentes e o estado atual de saúde do candidato à doação para determinar se a coleta poderá trazer riscos para ele ou para o receptor.
4. Coleta de sangue: Coleta de aproximadamente 450ml de sangue e amostras para a realização dos testes laboratoriais. 
5. Hidratação: Após a doação de sangue o doador receberá um lanche. É recomendável que o doador permaneça no mínimo 15 minutos no hemocentro e beba bastante líquido durante o dia.

O que devo fazer após a doação?
Não fumar por no mínimo duas horas;
Nas 12 horas após a doação, não praticar exercícios físicos e atividades perigosas, como subir em locais altos ou dirigir caminhão, ônibus em rodovias, etc.
Permanecer no serviço hemoterápico após a doação por 15 minutos;
Não carregar peso ou dobrar o braço em que foi realizada a punção no dia da doação, para evitar sangramentos e hematomas;
Retirar o curativo  4 horas após a doação.

Onde doar sangue
Clínica de Hematologia
Cadastro de doadores voluntários de medula óssea

(Fonte: Site da Secretaria da Saúde do Estado)


Texto: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)
Edição: Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)