Plenário

Lançada Frente Parlamentar de Combate à Fome e à Miséria

Conforme Pochmann, pobreza extrema no RS é mais grave no campo Foto: Felipe Dalla Valle
Conforme Pochmann, pobreza extrema no RS é mais grave no campo Foto: Felipe Dalla Valle

A Câmara Municipal de Porto Alegre lançou, nesta quinta-feira (18/8), a Frente Parlamentar de Combate à Fome e à Miséria. Em ato realizado no plenário Otávio Rocha da Câmara, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), economista Marcio Pochmann, apresentou os indicadores de extrema pobreza do Estado e as diretrizes da política do Governo Federal, que tem a meta de retirar 16 milhões de pessoas da extrema pobreza até 2014.

De acordo com Pochmann, o Brasil vem inovando com programas de transferência de renda, e presidente Dilma Roussef sofisticou as políticas de combate à pobreza extrema do governo anterior, traçando metas para a superação da miséria absoluta. O economista explicou que é considerado miserável, no Brasil, todo aquele cidadão que recebe até R$ 70,00 mensais, situação em que se encontram 16 milhões de brasileiros - o que corresponde a 8,5% do total. Segundo ele, o Brasil era menos desigual em 1960, e somente na última década passou a iniciar a recuperação desse condição. "Todo o país que tem índice de desigualdade acima de 0,4 é primitivo. O Brasil tem muito ainda a caminhar", disse Pochman.

O presidente do Ipea explicou ainda que  brasileiro miserável não possui renda adequada nem ocupação e não desfruta de bem-estar social (acesso á educação, saúde e outras condições básicas). "O governo federal prioriza propiciar o acesso aos serviços públicos e a inclusão produtiva. Para isso, é fundamental o crescimento da economia nacional e o compromisso que Brasil passou a ter em relação aos pobres. A grande chaga é a miséria brasileira".

Pochmann defendeu a necessidade de haver um compromisso político de toda a sociedade brasileira para a superação da pobreza, a fim de que se alcance a meta de transformar o Brasil na quinta maior economia do mundo até 2015. Hoje, o Brasil é a sétima economia mundial. Segundo o economista, a situação do Rio Grande do Sul é relativamente melhor do que no restante do país. Estima-se que, em 2009, o RS tivesse 2,1% da população em situação de pobreza extrema, contra 5,5% no resto do Brasil. "A superação da pobreza não significa ausência de miseráveis. Um país supera a pobreza ou miséria quando a quantidade de miseráveis é relativamente insignificante".

Conforme Pochmann, a evolução da pobreza extrema, no Rio Grande do Sul, é mais grave no campo, onde registrou índice de 3,3% em 2009, enquanto a pobreza urbana indicava índice de 1,8%. Já o índice de desigualdade 9que varia entre zereo e 1), no EStado, é de 0,50, enquanto no Brasil todo é de 0,54. Já a mortalidade infantil no RS é de 12,8 mortos para cada mil nascidos, enquanto no Brasil é de 19 mortos para cada mil nascidos. A expectativa de vida para os gaúchos é de 76,4 anos, contra a esperança de vida de 73 anos do restante dos brasileiros. As pesquisas também apontam que, no Rio Grande do Sul, a escolaridade é de 7,8 anos. "A cada dois miseráveis no Brasil, um é criança. A pobreza se concentra nas crianças. Não há condições de superar a pobreza se não houver envolvimento da sociedade", finalizou Pochmann.

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)