Porto Alegre do Futuro

Rolim diz que falta de dados dificulta análise da segurança

Rolim também aposta na prevenção Foto: Elson Sempé Pedroso
Rolim também aposta na prevenção Foto: Elson Sempé Pedroso
O jornalista e ex-deputado federal Marcos Rolim deu seqüência aos debates da manhã de hoje expondo sobre o diagnóstico do crime e da violência, violência e espaço urbano e sensação de insegurança. Na opinião dele, uma das grandes dificuldades para debater sobre a segurança é a falta de um diagnóstico preciso sobre a situação. “Esses dados têm sido trabalhados sobre um enfoque político-ideológico muito forte e não há oficialmente nenhum dado levantado por órgão oficial do governo.”

Disse que pesquisas realizadas nos EUA e em países europeus demonstram em média cinco a seis vezes mais crimes do que os registrados pelas policias. “No Brasil, em algumas poucas pesquisas em municípios, já se encontrou, para alguns crimes, mais de dez vezes o número oficial registrado”. Informou, no entanto, que a taxa de homicídio no Brasil tem diminuído desde 2004. Disse ainda que apenas 10% das cidades brasileiras concentram o maior índice de assassinatos do Brasil.

Rolim informou que, através de pesquisas que realizou, constatou dados que demonstram as razões da subnotificação criminal. “Baixa confiança das vitimas nas polícias, medo de represálias, opção por tratamento distinto do direito penal e dificuldade de deslocamento até as delegacias são algumas das razões”, disse.

O painelista defendeu que as políticas de segurança pública deveriam ser orientadas para a prevenção. Disse ainda que os grandes fatores que contribuem para o crime são o consumo de álcool, as armas de fogo e o encarceramento massivo dos criminosos. Rolim considerou que as prevenções do crime passam também por projetos ambientais como vigilância natural, maximização da visibilidade das pessoas, remoção de obstáculos e reforço da iluminação pública.

Outros dados levantados pelo painelista dão conta de que os fatores da criminogênese passam ainda pelo recolhimento às residências, esvaziamento das ruas e migração de emprego e renda. “Quando as pessoas passam a viver encarceradas, deixando os espaços vazios, oportunizam a criminalidade”.

Regina Andrade (reg. prof. 8423)