Área para Teatro da Ospa é discutida na Câmara
Projeto da prefeitura pode ser votado nesta quinta-feira
A Câmara Municipal realizou, nesta quinta-feira (14/12) pela manhã, no Plenário Otávio Rocha, audiência pública para a apresentação de alternativas à instalação do novo Teatro da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa). O evento contou com a presença de autoridades municipais, representantes de associações de moradores e de ONGs de defesa do meio ambiente.
Todos os inscritos para falar reconheceram e manifestaram apoio à Ospa, mas houve divisão no que se refere à localização de sua sede, prevista para uma área de 5 mil metros quadrados na confluência das Avenidas Loureiro da Silva e Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio). O projeto que destina a área para o teatro pode ser votado na sessão plenária desta quinta-feira.
Ambientalistas
Os ambientalistas, em sua maioria, são contrários à instalação do teatro em área verde. A representante da ONG Amigos da Terra, Kátia Vasconcelos, que solicitou a audiência, resumiu o sentimento dos defensores do meio ambiente: Área verde é para parque. Queixou-se de que a sociedade não foi ouvida sobre as alternativas de localização e da ausência do Ministério Público e dos representantes do Movimento Tradicionalista.
A representante da Associação dos Moradores do Bairro Higienópolis, Mônica Mallmann, rejeitou qualquer possibilidade de que o local escolhido possa ser o prédio onde funcionava a Corlac, no quarteirão entre as ruas Dom Pedro II e a Carlos Von Koseritz, na Zona Norte. Argumentou que a Zona Norte carece de áreas verdes e que a comunidade já reivindicou o local para a construção de uma praça.
Vereadores
Os vereadores Claudio Sebenelo (PSDB), João Dib (PP) e Luiz Braz (PSDB) manifestaram-se a favor da construção. Sebenelo afirmou que a obra vai privilegiar Porto Alegre e Dib salientou que o teatro engrandecerá a cidade. Braz disse que a área passará a ser mais bem cuidada.
Margarete Moraes (PT) considera o local central e universal, mas disse que é necessário conhecer os impactos do prédio. Carlos Comassetto (PT) ressaltou a necessidade de esclarecer algumas questões, como a área para estacionamento. Também Raul Carrion (PCdoB) manifestou preocupação com a área para carros e com as vias de acesso.
Adeli Sell disse que o teatro pode ser integrado ao parque, mas tem preocupações com as vias de acesso. Se não tomarem medidas adequadas, a região, que já vive com o tráfego complicado, ficará intransitável, salientou. Sofia Cavedon (PT) disse que o regime urbanístico apresentado, que respeita a paisagem local, é aceitável, mas é preciso acompanhar os estudos arquitetônicos e haver compensações do Executivo. Sugeriu que a compensação seja na Zona Norte. Ervino Besson (PDT) destacou a importância do turismo e enfatizou que a Ospa representará crescimento.
A líder do governo municipal, Clênia Maranhão (PPS), destacou que os vereadores retiraram a urgência de votação, possibilitando a ampliação dos debates. Também informou que as questões mais polêmicas, envolvendo as vagas para estacionamento e o eventual cercamento do parque, serão acatadas pelo Executivo. O presidente do Legislativo, Dr. Goulart (PDT), encerrou o encontro salientando que a Casa abriu as discussões para que todos pudessem se manifestar, permitindo uma ampla discussão, com a obediência dos prazos.
Secretários
O secretário municipal do Planejamento, José Fortunati, disse que a discussão sobre a localização do Teatro da Ospa é importante e complexa. Afirmou que sempre defendeu os espaços ambientais, mas que vê a construção da sede no local previsto como um fator turístico pelo seu acesso fácil, além de oferecer estacionamento, com 650 vagas, em área já disponível. Também se colocou à disposição para debater o assunto.
O secretário municipal da Cultura, Sergius Gonzaga, observou que a Ospa é uma instituição fundamental em Porto Alegre e que a construção do teatro no local em discussão irá se somar a uma das bases turísticas da Capital, integrando-se à Usina do Gasômetro e ao Guaíba.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Beto Moesch, disse que é preciso amadurecer o debate e garantiu que o projeto não diminuirá as áreas verdes, havendo, inclusive, a previsão de vários hectares de compensação. Garantiu, ainda, que Porto Alegre está ganhando áreas verdes e que o Executivo está aberto a sugestões e propostas para melhorar o projeto.
O presidente da Ospa, Ivo Nesralla, disse que a sede da orquestra tem de estar em local central, onde o povo possa chegar com facilidade. Garantiu que não faltará estacionamento e sugeriu o uso compartilhado do estacionamento da Câmara.
Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)