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Atendimento a pessoas com vitiligo é tema de reunião da Cosmam

  • Reunião para debate sobre acesso às políticas públicas das pessoas com vitiligo. Na foto, Tania Cestari.
    Dermatologista Tania Cestari disse que o HCPA atende em média 60 pacientes por semana para fototerapia (Foto: Martha Izabel/CMPA)
  • Reunião para debate sobre acesso às políticas públicas das pessoas com vitiligo. Na foto, médica Livia Mastella.
    Livia Matella, da SMS, informou que o município conta com apenas uma máquina para realização de fototerapia (Foto: Martha Izabel/CMPA)

A Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) da Câmara Municipal de Porto Alegre debateu, na manhã desta terça-feira (29/6), o atendimento na rede pública a pessoas com vitiligo. A doença autoimune acomete pessoas de todas as idades, gerando impacto na vida social dos portadores e ainda podendo acometer órgãos internos. Além disso, há uma tendência ao envelhecimento e também ao aparecimento de lesões pré-cancerígenas de pele.

Segundo a gerente da Atenção Especializada da Secretaria Municipal da Saúde, Livia Matella, o município conta com apenas uma máquina para realização de fototerapia, tratamento necessário para quadros mais graves da doença, pelo Sistema Único de Saúde, situado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. O atendimento ao paciente começa por uma consulta na Unidade Básica de Saúde, logo após é encaminhado para um hospital terciário de acordo com a priorização e gravidade do caso. Livia ressalta que nenhum medicamento tópico utilizado nos tratamentos de vitiligo constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), não possuindo distribuição pelo SUS e de custo alto para a população. 

A educação e a conscientização sobre o vitiligo são fundamentais para diminuir o preconceito relacionado à doença, segundo a presidente da associação Psoríase Brasil, Gladis Lima. O médico especialista em doenças dermatológicas Caio Castro, também da associação, destacou durante o encontro o custo de manutenção dos componentes do equipamento de fototerapia.

Representando o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a dermatologista Tania Cestari informou que a instituição atende em média 60 pacientes por semana para fototerapia, sendo que cada paciente realiza até duas sessões do tratamento. A médica também reforçou que o SUS autoriza, no máximo, 50 sessões por ano para cada paciente, gerando tratamentos interrompidos ou que sejam custeados com verbas da instituição que recebe o paciente.

Encaminhamentos

Proponente da pauta, o vereador José Freitas (Republicanos) sugeriu solicitação de informações ao município sobre o número de pacientes com vitiligo atendidos em Porto Alegre e se há mais equipamentos de fototerapia que atendam pacientes do interior do Estado. Para Freitas, "a luta maior para disponibilização de medicamentos, assim como foi com a psoríase, será nacional, junto do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde". 

O vereador Mirgon Kayser (PT) sugeriu um encaminhamento à bancada gaúcha no Congresso para a construção de diálogo e eventual proposta legislativa federal com objetivo de ter uma maior cobertura de atendimento pelo SUS. Kayser considerou que, pelos números apresentados durante a reunião, os valores para custear os tratamentos não são altos e poderiam ser absorvidos pela rede pública. 

A vereadora Psicóloga Tanise Sabino (PTB) também considerou que o município poderia ter mais equipamentos de fototerapia por constatar que os custos não são elevados; além disso, pacientes com outras doenças poderiam ser atendidos pelo equipamento.

A reunião foi presidida pelo vereador Jessé Sangalli (Cidadania) e contou também com a participação da vereadora Lourdes Sprenger (MDB). 

Texto

Liziane Cordeiro (reg. prof. 14176)

Edição

Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

Tópicos:vitiligo