Atletas de badminton debatem recursos para o esporte na Capital
Cece se reuniu para abordar as necessidades dos atletas de badminton da Capital (Foto: Júlia Urias/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório) O paratleta Gabriel de Oliveira contou sua história com o badminton e como o esporte é um meio de fuga social que o ajudou a lidar com o preconceito (Foto: Júlia Urias/CMPA - Uso público, resguardado o crédito obrigatório)
Na tarde desta terça-feira (13/05), a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) da Câmara Municipal de Porto Alegre se reuniu para abordar as necessidades dos atletas de badminton da Capital. A reunião, conduzida pelo presidente da Cece, vereador Rafael Fleck (MDB), foi proposta pela vereadora Grazi Oliveira (PSOL), que destacou a necessidade de maior fomento do esporte para avanço no município. “Que a gente possa escutar as experiências das pessoas que vivem do badminton e que nós possamos pensar como o Legislativo e o Executivo podem estar ajudando a fomentar”, salientou.
A professora Vera Mastrascusa falou em nome do Centro de Excelência de Badminton da escola Paraíba. Ela destacou atletas que passam pelo Centro de Excelência há 25 anos e que participam de competições em nível nacional e internacional. A professora ressaltou a necessidade de buscar apoio financeiro da rede pública e privada: “a gente tem uma trajetória de várias experiências com o badminton, de divulgação e implantação em vários lugares, mas existe essa necessidade de buscar mais apoio da área pública quanto da privada para que a gente possa realmente fazer evoluir”.
Lucas Castilho Lopes, esportista na modalidade, explicou que o programa Bolsa Atleta para atletas de nível internacional, é de, em média R$ 2.500, não cobrindo os custos do esporte. “Para um atleta chegar no campeonato internacional e ganhar a bolsa, ele tem que participar de todos os nacionais para poder rankear. Uma raquete para atleta profissional custa em média R$ 800 e um atleta profissional tem que ter no mínimo quatro raquetes”, esclareceu.
Dos pais de atletas que estavam presentes, Aline de Oliveira, mãe do paratleta da Associação Esporte+, Gabriel de Oliveira, desabafou sobre os desafios de manter um atleta no esporte sem os recursos necessários e ressaltou o investimento na Bolsa Atleta. “Mais pra frente a gente vai ver que é muito mais fácil investir agora, que o valor de bolsas que a gente sabe que o município e o Estado têm é pequeno perto de manter uma pessoa dentro do hospital com uma parada cardíaca em função de inatividade”, ressaltou.
O paratleta Gabriel de Oliveira contou sua história com o badminton e como o esporte é um meio de fuga social que o ajudou a lidar com o preconceito, assim como ajuda muitas pessoas. Emocionado, ele falou sobre os objetivos com o esporte: “meu objetivo real mesmo além de representar o nosso país, é provar que a deficiência não vai te limitar nas coisas. Eu quero levar isso pro mundo e abrir o olho das pessoas pra conseguir inclusão em todos os esportes”.
Júlio César de Souza Gonçalves, secretário do Esporte, conhecido como Professor Tovi, lamentou a falta de recursos da pasta e afirmou que a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel) tem planos para reformar os centros de treinamentos. No caso do Centro da Comunidade Parque Madepinho (Cecopam), já existe o projeto para restauração com recursos do período das cheias, visto que o espaço sofreu com alagamentos. “Nosso plano é aumentar e ampliar nossos ginásios todos. Todo mundo sabe que a gente está se recuperando de uma tragédia, muitos dos nossos ginásios estão em reconstrução, alguns vão começar do zero, que nem o Cecove, o Tesourinha e o próprio Cecopam tem um projeto, pena que os projetos demoram, não é para agora”, explicou.
Liza Cenci, coordenadora do Paradesporto na Smel, afirmou que o parabadminton está sendo inserido como modalidade no Centro de Referência e destacou que todos os centros e ginásios da rede de ensino do município precisam oferecer acessibilidade, o que não acontece por se tratarem de prédios antigos. “É um sonho e a gente acredita que alunos com deficiência estão muito parados, eles precisam praticar esportes paralímpicos”, concluiu a coordenadora.
Encaminhamentos
Os vereadores que compõem a Cece sugeriram ampliar o debate sobre a expansão do Cecopam. Também destacaram que, para além da destinação de emendas, é necessário destinar recursos para o esporte, através das leis orçamentárias do município. Por fim, será encaminhado um ofício para a Secretaria Municipal da Educação (Smed) solicitando a formação dos professores da rede de ensino para atuarem como formadores também no esporte.