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Atletas de corrida de rua apresentam demandas à Secretaria de Esporte e Lazer

  • 9ª reunião ordinária teve como pauta corridas de rua e alternativas de incentivo aos atletas amadores no município de Porto Alegre.
    Reunião da Cece debateu alternativas de incentivo aos atletas de corrida de rua no município (Foto: Júlia Urias/CMPA - Uso público, resguardado o crédito)
  • 9ª reunião ordinária teve como pauta corridas de rua e alternativas de incentivo aos atletas amadores no município de Porto Alegre.
    O ex-atleta e fisiologista Décio Tiaraju relatou as dificuldades enfrentadas e a necessidade de novas políticas públicas de apoio aos esportistas (Foto: Júlia Urias/CMPA - Uso público, resguardado o crédito)

A Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) se reuniu nesta terça-feira (08/04) para debater alternativas de incentivo aos atletas de corrida de rua no município. A pauta foi conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Rafael Fleck (MDB), e proposta pelo vereador Gilson Padeiro (PSDB), que ressaltou ser necessário trazer mais viabilidade para a modalidade. “A gente vê que tem muitos atletas que às vezes não tem condições de bancar suas viagens, suas inscrições, porque tudo isso é recurso”, afirmou.

Foram ouvidos profissionais do esporte, como o ex-atleta e fisiologista Décio Tiaraju, que relatou as dificuldades enfrentadas. “Os nosso atletas são sempre as maiores referências quando sobem ao pódio, mas para subir no pódio, o atleta tem que abdicar de muita coisa na sua vida, inclusive de dormir porque tem que acordar quatro horas da manhã para treinar. Precisam abdicar de fazer um passeio de férias, porque ele tem que comprar um par de tênis, pagar uma passagem, uma inscrição. Tudo isso para representar uma sociedade”, apontou. Dentre os principais pontos levantados, está a falta de pistas para prática de corrida em Porto Alegre e a necessidade de novas políticas públicas de apoio aos esportistas. 

Atualmente, a Capital conta com a pista do Parque Redenção e do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete), sendo necessários novos espaços para a prática e revitalização de outras pistas da cidade que estão em desuso, além da criação de um ranking municipal para incentivo às competições, como relatou o atleta Mateus Cavalcante. “Precisamos de mais parques, mais locais para praticar o esporte com segurança e despontar novos jovens”, disse. Sobre a Lei de Incentivo ao Esporte, ressaltou: “quando a gente inspira através do esporte, nós estamos formando novos educandos para a sociedade. É fomento, tanto do esporte, como do trabalho e, de maneira geral, é uma visão”.

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel), Vinicius Kaster, concordou que a corrida de rua tem uma dimensão grande na cidade e necessita uma atenção especial mas, “obviamente que a gente não vai conseguir atender todas, pois hoje temos 18 unidades, com 27 modalidades esportivas gratuitas, e 10 mil vagas gratuitas para comunidade em Porto Alegre, que a Secretaria de Esporte oferece, fora outros projetos”, pontuou. Ele destacou o Programa Bolsa Atleta de Alto Rendimento como uma alternativa de auxílio e que a Secretaria tem um projeto para destinar até 10% da verba anual da pasta ao Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte (Proesporte). 

Rodrigo Kandrik, diretor de Esporte e Lazer, afirmou que será retomada a revitalização da pista do Parque Marinha, além da poda da área em torno para melhorar a iluminação e que uma base da Guarda Municipal deverá ser instalada próxima a região para melhoria da segurança. Sobre os ranqueamentos, sugeriu um grupo de trabalho em conjunto com a Federação de Atletismo do Estado, a Câmara e a Smel para estabelecer critérios. 

Rafael Dutra, do setor de eventos da Smel, explicou que houve um crescimento de 2023 - que contou com 27 provas de corridas - para 2024, que teve 47 provas e mais de 75 mil participantes, com 160 vagas sorteadas pela Secretaria. A previsão deste ano é que as 70 corridas cadastradas atraiam mais de 90 mil participantes. 

Sobre a questão de auxílio para viagens, Rafael Feltes, assessor técnico do Esporte, explicou que a lei que institui o Programa de Milhas Solidárias no município não se encontra regulamentada e que em 2017, foi aberto um processo do Executivo para a criação de um banco de milhas retornáveis de viagens do poder administrativo para viagem de atletas, porém este esbarrou na questão do regulamento de entes privados pela Agência Nacional De Aviação Civil (Anac). 

Encaminhamento

Os parlamentares que compõem a Cece acordaram o encaminhamento de um indicativo ao Executivo para a criação do ranking solicitado na reunião. 

Texto

Brenda Andrade (estagiária em Jornalismo)

Edição

Andressa de Bem e Canto (reg. prof. 20625)