Câmara debate proposta que proíbe distribuição de sacolas plásticas

A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou na noite desta terça-feira (8/4) Audiência Pública virtual para debater o projeto de lei que proíbe distribuir gratuitamente ou vender aos consumidores qualquer tipo de sacola plástica para acondicionar e transportar mercadorias adquiridas em estabelecimentos comerciais localizados no Município. O projeto é de autoria da vereadora Cláudia Araújo (PSD).
Segundo a autora da proposta, a ideia do projeto envolve a educação ambiental. "A parte mais importante deste projeto é fazer as pessoas pensarem antes de consumir. Com esta proposta, vamos dar um pontapé inicial para que se pense na questão da sustentabilidade como um todo", acrescentou a vereadora. Cláudia disse também que algumas emendas já foram incluídas na proposta no sentido de aprimorar o projeto e que outras contribuições apresentadas pela sociedade ainda poderão ser agregadas à matéria.
A comerciante Susan Nalério, do Mercado Duarte, disse que considera positivo o projeto. "É importante conscientizar as pessoas sobre o uso da sacolas biodegradáveis". Acrescentou que é preciso engajar não apenas as pessoas individualmente, mas as famílias, mostrando a elas a importância de preservar a natureza para as gerações futuras.
Natália Soares, do Instituto Ecoa de educação ambiental, afirmou que apoia totalmente o projeto. Para ela, inclusive, a votação da proposta deveria ser acelerada. "Tivemos uma enchente e com ela pudemos ver quanto lixo havia nas ruas. A sociedade precisa ser educada para participar das políticas de proteção ambiental."
Preocupações
Representando o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Victor Pires disse que o debate da pauta ambiental é fundamental diante dos últimos acontecimentos registrados na cidade. "Para os lojistas, porém, nossa preocupação primeira é de que não haja impacto financeiro, principalmente ao pequeno e médio lojista. Em segundo, que não venha a impactar ao próprio consumidor com mais gastos na hora da compra."
Manoel Lisboa, que representou o Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do RS (Sinplast), ressaltou a importância do projeto no sentido de ampliar a proteção ao meio ambiente. Observou, porém, que o problema das sacolas não é o produto em si, mas a sua má utilização e o seu descarte incorreto. "Hoje, as pessoas utilizam as sacolas para colocar seu lixo, que será coletado posteriormente. Se a população de baixa renda tiver menos acesso às sacolas, poderemos ter um aumento no número dos descartes incorretos."