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Câmara destaca avanços no país com Getúlio Vargas

Duarte ressaltou visão futurista do ex-presidente  Foto: Felipe Dalla Valle
Duarte ressaltou visão futurista do ex-presidente Foto: Felipe Dalla Valle

A Câmara Municipal de Porto Alegre promoveu, na tarde desta quinta-feira (28/6), o terceiro módulo do Ciclo de Debates Getúlio Vargas 130 anos. Os convidados Antonio de Pádua Ferreira, um dos fundadores do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) juntamente com o ex-presidente Getúlio Vargas, e o professor de Ciências Criminais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Luiz Carlos Rodrigues fizeram uma análise sobre o tema Os Avanços Sociais na Era Vargas. Os debates tiveram início no dia 19 de abril, data que marca o nascimento de Getúlio Vargas. Na sessão desta tarde, as exposições foram acompanhadas pelos vereadores mirins de Erechim e pelos alunos da Escola Oscar Schmidt, do Arquipélago Ilha das Flores.
 
O presidente da Câmara Municipal, vereador Mauro Zacher (PDT), abriu o evento destacando o trabalho de Getúlio Vargas no processo de industrialização que colocou o Brasil num patamar de desenvolvimento e de avanços sociais.

O promotor Carlos Duarte destacou a importância da Era Vargas para o desenvolvimento do país e enfatizou a visão futurista de Getúlio Vargas na área da educação dentro de um modelo positivista. Citou um discurso de Vargas em 1933, na Bahia, onde ele defendia a criação de escolas com tendências e características de cada região. Observou que o presidente defendia o nacionalismo com incentivos à industrialização, sendo o responsável pela criação de empresas como a Companhia Siderúrgica Nacional, Petrobras e Eletrobrás e que foi na Era Vargas que começaram a ser garantidas as principais conquistas dos trabalhadores, como o Direito do Trabalho e o Direito Previdenciário.

República

Um dos mais antigos militantes do trabalhismo no Rio Grande do Sul, Antonio de Pádua Ferreira lembrou que, até 1808, o Brasil era um território explorado militarmente. "A República nasceu de um golpe militar, em 1889, e teve apenas governos militares em seu início." De acordo com Pádua, a chamada "política café-com-leite" manteve-se até 1930, período em que os estados de São Paulo e Minas Gerais se revezavam na presidência da República.

No Rio Grande do Sul, lembou o trabalhista, a Revolução de 1923 havia deixado dezenas de mortos, cujo trauma ainda era muito presente naquele ano de 1930. "Naquela época, no Brasil, só votavam homens com renda mínima e alfabetizados. O país tinha 38 milhões de habitantes, cerca de 7% dos quais estavam no Rio Grande do Sul. Ao menos 35 milhões de brasileiros eram analfabetos e não podiam votar. Todas as eleições eram fraudadas, o governo nunca perdia."

Pádua observou que a eleição de 1930 também foi fraudada, gerando movimentos revoltosos no país. Segundo ele, os tenentes estavam organizados em outubro de 1930 para fazer o movimento que ficou conhecido como Revolução de 30. E no dia 24 de outubro, no Rio de Janeiro, os militares depuseram Washington Luis, entregando o governo a Getúlio Vargas em 13 de novembro daquele ano. "O Brasil só teve uma revolução até hoje, a de 1930, que mexeu nas estruturas do país. O restante foram golpes e contragolpes."

Vitor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)
Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)