Câmara destaca os 75 anos da Federação dos Círculos Operários

Em sessão solene realizada no plenário Otávio Rocha, na tarde desta sexta-feira (3/12), a Câmara Municipal de Porto Alegre prestou homenagem à Federação dos Círculos Operários do Rio Grande do Sul (FCORS), que completou 75 anos de fundação no último dia 26 de outubro. O proponente da homenagem, vereador licenciado Nereu D"Avila (PDT), e o presidente da sessão, vereador Reginaldo Pujol (DEM), entregaram ao presidente da entidade, José Renato Soethe, o diploma de reconhecimento da Capital à história da FCORS e dos Círculos Operários no Estado.

Nereu D"Avila, que atualmente exerce o cargo de secretário municipal de Segurança Urbana e Direitos Humanos, destacou a importância dos Círculos Operários para a cidade e a trajetória do padre jesuíta Leopoldo Brentano, fundador da entidade no Rio Grande do Sul. "A Federação surgiu, em 1935, como um movimento integrado por operários. Os Círculos Operários tiveram influência decisiva nas décadas de 1930 e 1940, quando o então presidente Getulio Vargas criou a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT", disse Nereu, lembrando que os Círculos Operários chegaram a ser integrados por 30 mil a 40 mil trabalhadores no Estado. "Os Círculos atuaram em prol dos trabalhadores operários, foi uma entidade que lutou pelas classes mais humildes e que não tinham direitos trabalhistas nenhum antes da CLT."

Ao agradecer a homenagem, o presidente da FCORS, José Renato Soethe, lembrou que o movimento dos Círculos Operários brasileiro começou no Rio Grande do Sul. "Há um consenso, hoje, de que o movimento circulista deve renascer a partir do Rio Grande Sul", disse ele. Lembrando que os processos são formados a partir de ciclos, Soethe observou que os 75 anos de fundação da FCORS equivalem ao ciclo de uma vida humana. "É impossível terminar um ciclo sem que outro esteja começando. Desta forma, o movimento circulista no Brasil terminou um ciclo, mas está começando outro."

Soethe explicou que o primeiro ciclo do movimento foi de assistência ao operário, enquanto que, no segundo e atual ciclo, está em pauta definir o papel de cada Círculo deve ter na vida dos operários. "No começo, existiam Círculos Operários que davam toda a assistência que os trabalhadores necessitavam. O trabalho dos Círculos tem, hoje, um formato de rede.", explicou.

O presidente do FCORS destacou ainda a possibilidade da entidade desenvolver atividades sociais visando à transformação social e fez um agradecimento especial à Companhia de Jesus, corporação religiosa a que pertencia o fundador da entidade, padre Leopoldo Brentano, e outros jesuístas que fizeram a história dos Círculos Operários no Estado e no Brasil.

Destacando o pioneirismo do movimento circulista e se compromisso com a missão cristã, Reginaldo Pujol (DEM) lembrou a importância social que os Círculos Operários exerciam em Quaraí, sua cidade natal. "É uma entidade social-cristã que, juntamente com a Liga Operária, entidade socialista, trabalhava em prol da classe trabalhadora."

História

A Federação dos Círculos Operários do Rio Grande do Sul - FCORS, situada no Bairro Humaitá, em Porto Alegre, foi fundada em 26 de outubro de 1935, pelo padre jesuíta Leopoldo Brentano, dando início ao projeto de expansão do Movimento Circulista, não só no RS como também em âmbito nacional.

A FCORS é uma Associação de Círculos Operários sem fins econômicos e constitui a entidade coordenadora, administrativa e fiscalizadora do Movimento de Círculos Operários no Rio Grande do Sul. A promoção das ações e atividades circulistas é feita pelos Círculos Operários sob a orientação da FCORS, a qual coordena as atividades de todo o movimento circulista estadual. Para atingir as suas finalidades, a FCORS, através dos Círculos Operários, dedica-se ao objetivo prioritário da promoção humana e da cidadania. Atualmente, a FCORS possui 39 Círculos Operários associados e é a mantenedora da Escola Técnica Santo Inácio e do Parque Esportivo Santo Inácio.