Câmara homenageia a Sociedade Floresta Aurora

Na sessão desta segunda-feira (19/12), a Sociedade Beneficente e Cultural Floresta Aurora recebeu homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre pelos seus 150 anos de fundação. A cerimônia, realizada no Plenário Otávio Rocha, foi proposta pelo vereador João Bosco Vaz (PDT).

Bosco lembrou que desde que veio morar em Porto Alegre, após sair de Bagé, ele frequenta o clube Floresta Aurora. O vereador afirmou que, hoje em dia, os clubes estão extremamente valorizados. "É difícil manter um clube em atividade, porque há muita concorrência. Quando antes existiam apenas os clubes, as pessoas eram sócias dos clubes para usufruir dos espaços de lazer. Hoje, por mais simples que o condomínio seja, ele tem sua academia, sua piscina e sua churrasqueira. Os clubes penam para continuar existindo e oferecendo serviços aos seus associados." Bosco finalizou comentando a importância da Sociedade Floresta Aurora na luta antirracista e as atividades esportivas que o clube disponibilizava.

O presidente da Sociedade Floresta Aurora, Gilmar Afrausino, comentou sobre as atividades beneficentes que o clube realiza em algumas comunidades. "A Sociedade Floresta Aurora não contempla só festas. Ontem, por exemplo, nós fizemos entrega de 350 brinquedos para as crianças da Vila Esperança, em Belém Velho, onde adotamos aquela região para fazer doações do Floresta Aurora. Inclusive na pandemia nós conseguimos reunir roupas, kits escolares e levamos para a Vila Esperança. E eles conseguiram, por seis meses, trabalhar com todas nossas doações".

 

História

A Sociedade Beneficente e Cultural Floresta Aurora é uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1872, em Porto Alegre, por um grupo de negros alforriados, com a intenção de prestar ajuda a outros negros e suas famílias. A história vem sendo transmitida de forma oral e o principal argumento de que se tem notícia é o de que a união desses negros era para, além de se fortalecerem enquanto grupo, repudiando o regime escravocrata, mostrar a indignidade quanto às cerimônias de despedidas de seus mortos. Os mesmos não tinham direito a um funeral digno, pois eram enterrados diretamente nas covas e sem direito a cerimônia ritualística que a ocasião requer e a um caixão.